- Seu... - gemi um palavrão.
- Calma. Não vou fazer nada. Só quero que vocês tenham um estímulo a mais para me ajudar a ter nossa liberdade. Ela estará bem cuidada. Jamais deixaria que algo atingisse minha neta ou se quer mesmo minha filha. - ele disse deixando o sarcasmo de lado e falando finalmente sério. - E você acha que nos deixando coagidos vai adiantar alguma coisa, seu desgraçado? Estamos ajudando você por que acreditamos que realmente só quer sua liberdade, que é como nós, anjo ou não. Isso é uma questão de lealdade, não de poder. Mas, é claro, que você não sabe o que é ser leal. Você faz as coisas por interesse. - falei com a voz cheia de ódio. - Só quero que tenha calma. Saiba que também não peguei-a simplesmente por isso. Acha que ela estaria realmente protegida nas mãos de Kendra? Ela é minha filha, e sei que ela não luta. Melhor, ela não sabe nem matar uma mosca. Aquele namorado dela é mole demais para matar algum anjo caso atacasse. HumanosJá era quase meia noite quando chegamos à boate. Melahel parou o carro a poucas quadras da boate, enquanto Heron e eu descíamos para que ele pudesse estacionar o carro, sem que fossemos vistos juntos. Para reforçarmos o disfarce Heron me deu a mão e como um casal de namorados, fomos para a boate.Era perto então chegamos rápido. Paguei ao segurança na porta as entradas, e ele deu uma conferida mais do que necessária na minha aparência, mas quando seus olhos bateram em Heron, percebi ele recuar um passo, a maquiagem que eu tinha passado em Heron havia dado uma boa melhorada em sua aparência, sumindo a maioria das cicatrizes, deixando-a mais suave, e menos ameaçadora, embora a pose de Heron e em seus olhos negros exalavam poder e perigo. Eu tinha que dizer que isso me atraía nele.Passamos por um corredor apertado de casais se beijando e em fila com as pessoas que também entravam na boate. Heron passou o braço por meu ombro. Sabia que ele também estava se a
MelahelSenti a presença forte e marcante dela, antes mesmo que pudesse vê-la. Me virei para trás rapidamente e ela estava ali. Handora estava atrás de todos, mas eu conseguia enxergá-la. Ela estava tão linda naquele vestido, que eu mal conseguia me controlar para querer estar ao seu lado, mas eu estava tão bravo com ela, que também não suportava ficar perto dela.O que ela tinha feito era imperdoável.Eu sabia o que uma mordida de demônio representava e seus efeitos. O que causava. A sensação que outro demônio sentia ao ser mordido. Eu melhor do que ninguém sabia dessa sensação intensa e maravilhosa, que é duplicada quando o parceiro é da mesma natureza. Fechei os o
Olhei pela vista à minha frente e tinha que dizer que era deslumbrante. O mar ficou agitado pela recente chuva, e não poderia deixar de comparar que era a mesma cor dos olhos de Melahel. Era o mesmo azul tempestuoso que eu amava. Minhas mãos estavam entrelaçadas com as dele, e Melahel sorria olhando também para o horizonte. Estávamos no alto Da estátua da liberdade, o vento fazia meu cabelo voar junto com meu sobretudo aberto.- Queria que você tivesse um dia perfeito. Para mostrar que só quero fazer as pazes depois de ontem. E também por que temos que conversar sobre o que faremos agora. Sei que os outros deveriam estar presentes, mas como líderes de tudo isso, nós dois é que temos que decidir. E também tenho que contar uma coisa. - ele disse.Olhei para ele e sorri, passando a mão por seu rosto perfeito.O Sol se punha finalmente aparecendo depois do dia chuvoso, e o dia tinha sido perfeito. Havíamos passeado pelas lojas mais chiques de Nova York comprando tud
MelahelContinuei de cabeça baixa com as mãos no cabelo, e de olhos fechados. Sentia a tristeza dela em cada pulsação minha. Aquilo estava me matando. Por que disse aquelas coisas para ela? O que dera em mim para que eu pudesse fazer algo assim?Mas, em parte tudo que eu dissera era verdade. Eu estava cansado de sempre ter que passar do que eu sentia para fazê-la feliz. Cansado de sempre vê-la com ele e não poder fazer nada. Sentir as vibrações de seu corpo acelerarem com seu toque. Isso me deixava em fúria. Ela era para ser totalmente minha, e não meia.Não era idiota o suficiente para não saber que ela me amava como eu a amava. Para acusá-la de só estar me usando. Tinha plena e absoluta
HandoraSenti o chão sob meus pés tremerem.Era Lucian com certeza que tinha aberto aquela cratera. Olhei para frente encarando a cena de luta entre eles e um rosnado saiu de meus lábios. Ele estava com as mãos ao redor de Melahel. E isso só fez com que eu me irritasse ainda mais. Ele ia morrer. E era agora.Andei até eles, que continuavam paralisados com minha chegada. A fúria tomava conta de mim de um jeito que eu nunca tinha sentido. Meu demônio nunca fez tanto parte de mim como agora. Nunca tinha feito tanta influência em mim como neste momento. Nem mesmo quando eu havia me alimentado ruidosamente de Melahel ou quando o vi na clareira com Lexi. Aquilo tudo era brincadeira de criança perto do que eu sentia.Eu sabia
Meu ódio fervia dentro de mim enquanto minha cabeça ainda estava encostada no peito de Heron. A tristeza e a dor eram algo que ficariam para sempre cravados em meu peito por toda a minha eternidade.Me levantei ligeiramente e coloquei minha mão sobre a cicatriz do corpo de Heron, que eu tinha feito há dois anos atrás.Chorei tudo que eu poderia chorar.As lágrimas nublaram minha visão e achei que fosse explodir em dor. Os soluços me sacudiram e não conseguia acreditar que isso estava acontecendo. Mas, eu deveria imaginar que isso não acabaria bem. Esse triângulo entre Melahel, Heron e eu. Só que eu nunca imaginei que acabaria em morte. Na morte dele.Fechei os olhos e senti uma pontada em meu peito.Lembrei de suas mãos acompanhando o contorno de meu rosto enquanto ficava comigo pela última vez. Seus beijos quentes. Seu corpo incrível sobre o meu. E no quanto ele havia me mostrado que nossa natureza poderia amar sim, por mais que não foss
MelahelTudo aconteceu rápido demais.Eu havia deixado Heron caído no jardim, logo depois saíra correndo para pegar Halldren, e então eles me acharam. Os três, Gabriel, Rafael e Miguel me arrastaram até Deus no jardim e me fizeram ajoelhar. Claro, que com minha pequena nos braços, eu não iria tentar nada. Nunca iria ameaçar a vida dela, nem que em troca eu desse a minha.Mas, eu nunca imaginaria que era Handora que me acharia primeiro. Para mim, ela não iria entender nada do que estava acontecendo diante daquele maldito barulho de trombetas.Ela se aproximou mais ameaçadora do que qualquer coisa que eu já havia visto, e também a mais linda, mais forte. Deus se virou para ela, curioso. Quem não ficaria diante daquele híbrido r
Handora Três anos depois.A brisa leve da manhã balançava meu cabelo levemente.Olhei para o céu e sorri. Halldren havia mal desenvolvido suas asas e agora voava pelo céu com o pai. Suas lindas asas tinham a cor de chumbo forte, mas com um brilho cintilante azul.Eles agora eram dois pequenos pontinhos ao longe e me encostei mais no pequeno travesseiro. Estávamos fazendo um piquenique no alto de uma colina e eu havia me esticado toda sobre a manta xadrez vermelha. Coloquei a mão sobre o ventre volumoso. Só faltavam poucas semanas para meu bebê nascer.Eu ainda não acreditava que estava grávida.Depois de dois anos que Halldren tinha feito, a surp