Malia

Depois daquele dia, não nos falamos mais. Faz um mês desde o ocorrido, ou melhor dizendo, faz um mês que estamos casados, e todo dia é a mesma coisa… Ele sai tarde e volta de manhã cedo, toma banho, se arruma e sai novamente.

Me sinto cada dia mais como um pássaro preso, sem poder expressar o que sinto. Fiz uma universidade de moda para nada. Era para o mundo estar desfilando com os meus modelos, mas ao menos tenho vontade de criar.

Ao acordar, diferente dos outros dias, hoje havia rosas e uma caixa de perfume ao meu lado na cama. Talvez essa tenha sido a primeira vez neste mês que me importei realmente com o que ele faz ou deixa de fazer. Não espero amor dele, mas exijo respeito. Ao acordar, eu me senti suja, como se fosse uma qualquer, uma vagabunda que ele pega e trai, e depois entrega presentes como sinal de desculpas.

Com nojo, vou até a privada em meu quarto e vomito tudo o que está engasgado, o choro preso na garganta, enquanto seguro para que as lágrimas não caiam de meus olho
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