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Capítulo 2 - Parte 2

O movimento da lanchonete estava menos agitado. Eu entrei no quartinho para me arrumar.

Ela trouxe uma calça jeans escura de cintura alta, um par de saltos e um cropped de manga comprida, trouxe também um estojo de maquiagem e um par de brincos. Gostei de como a roupa ficou no meu corpo, mas me senti um pouco vulgar nela.

Soltei meus cabelos e tentei dar uma organizada nos cachos, passei um pouco de maquiagem no rosto e calcei os saltos. Já pronta e livre do serviço, pedi um táxi para me levar até a festa. A casa estava cheia, mal dava para andar, respirei fundo e decidi procurar pelo capitão. Esbarrei em algumas pessoas que nem deram importância para a minha presença, demorou um pouco, mas finalmente consegui encontrá-lo. Encostado no balcão com um copo de bebida na mão, ao seu redor havia algumas garotas, mas ele parecia estar entediado ao lado delas.

Cutuquei seu ombro, e ele se virou para mim, um grande sorriso se abriu em seu rosto ao me ver, parecia estar esperando por mim. Ele me olhou da cabeça aos pés e me elogiou:

— Você está linda.

— Obrigada. — Um pouco envergonhada, mexi em meu cabelo.

— Aceita? — Ofereceu o mesmo que bebia, e eu assenti.

— Capitão, vamos lá para cima? — uma garota de cabelos loiros se pronunciou.

— Obrigado pelo convite, mas terei que recusar. — Com uma concha, ele pegou um pouco de ponche e colocou em um copo.

— Deixa a gente cuidar de você — disse outra menina.

— Aqui, Maree. — Ele me entregou o copo com a bebida. — Vamos para outro lugar? Este aqui está um pouco sufocante. — Estendeu a mão, e eu a segurei. Fiquei feliz por ele ter ignorado as garotas. — Gruda em mim igual chiclete — ele falou sério e segurou mais firmemente minha mão.

— Pode ter certeza que sim — murmurei baixinho ao ver um conhecido, nem um pouco agradável, se agarrando com uma menina na ponta da escada. Por sorte ele não me viu.

Ele me levou para perto da piscina onde não tinha muitas pessoas, e nos sentamos nas espreguiçadeiras que estavam ali. Nunca na vida achei que eu, a invisível do colégio, iria a uma festa com o mais popular da escola e na casa dele, ainda por cima, na verdade eu nem sequer o imaginava falando comigo, sempre ficava rodeado de amigos e da Jessy.

— Você trabalha todos os dias na lanchonete? — perguntou.

— Sim, menos nas segundas, porque meu pai me dá uma folga. — Tomei um gole da bebida.

— Posso te levar pra sair quando você estiver de folga?

Não soube o que falar, ninguém nunca tinha me chamado para sair antes.

— Se me levar pra casa antes das onze… — Sorri para ele.

Depois disso, ficamos conversando sobre coisas aleatórias, por exemplo, se meu pai não o contrataria para trabalhar na lanchonete. Segundo ele, o lugar era aconchegante. Um menino tocou seu ombro e falou algo no ouvido dele.

— Fique aqui, eu tenho que ir ali resolver uma coisa e já volto, prometo que será rápido — pediu, e eu assenti.

Foi questão de segundos para ele sumir do meu campo de visão e eu entrar em desespero quando vi a pessoa desagradável se aproximando de mim. Virei e pensei em entrar na casa, mas sua voz me deteve.

— Maree? É você?

Eu me virei e sorri nervosa.

— Olá, Dylan, bom te ver. — Dei um sorriso forçado.

— Eu que o diga. — Mordeu os lábios, me olhando de cima a baixo.

— Então, é… já vou indo. Tchauzinho — falei e me levantei. Ele rapidamente agarrou meu braço com força.

— Que tal deixar eu lembrar o sabor da sua boca? — falou, me puxando para mais perto dele.

Ele começou a distribuir beijos pelo meu pescoço e passar suas mãos cheias de calos nas minhas pernas, tentava a todo custo me beijar, mas eu virava o rosto.

Seu corpo foi afastado de mim com rapidez, e um capitão furioso apareceu no meu campo de visão.

— O que pensa que está fazendo? — o capitão falou, ameaçando ir para cima dele, mas segurei seu braço, balançando minha cabeça em negação.

— Dando um jeito nessa vadia — Dylan disse.

O capitão me olhou, e eu soltei seu braço, permitindo que ele desse uma surra em Dylan, surra essa que só acabou quando foram separados por outros jogadores.

— Acha que vai poder protegê-la pra sempre? — Dylan disse após cuspir sangue no chão. Talvez um dente também.

— Pode apostar que eu vou. — O capitão se soltou de quem o segurava e passou o braço pela minha cintura, me levando para fora.

Eu fui até Saturno e voltei, meu corpo estava embriagado do copo de luxúria que ela me deu, essa história não fazia sentido, mas o que eu queria saber era o que ela estava fazendo. Suas curvas eram como as mais perigosas ondas do mar, e eu era o surfista ousado que surfava entre elas, seus lábios eram perfeitos e parecem ser tão macios. 

Enquanto ela contava a história, eu observava cada movimento que seu corpo fazia, cada impulso e cada gesto. Meu pau ficou duro quando sua bunda ficou empinada na minha direção e desceu lentamente até o chão, seus lábios estavam vermelhos de tanto que ela os mordia e, por um momento, eu quis ser o mastro daquele pole dance.

Jogando o cabelo para a frente, ela se sentou na cadeira, passou a mão em sua perna direita antes de apertar seus seios de forma bruta e encarar meus olhos, enviando faíscas para meu corpo. Ela caminhou até onde eu estava. Eu me mexi desconfortável na cama, como ela podia ter tanto poder sobre mim assim?

— Se masturbe — disse ela enquanto dançava no ritmo de uma música que só ela conseguia ouvir.

— O quê?! Eu não vou fazer isso! — A luz do quarto se apagou, porém a do abajur ao meu lado se acendeu.

— Se eu pudesse, eu te ajudava, mas eu não consigo te tocar, não ainda. — Ela estava deitada ao meu lado.

— Por que não?

— Ainda é cedo para saber. 

Ela se levantou e ficou de costas para mim, tirou o sutiã, jogando-o no meu rosto. Seus seios eram medianos e redondinhos, me arriscava a dizer que seu corpo foi esculpido por um Deus vaidoso e Ele fez dela sua semelhante.

— Seu nome é Maree? — perguntei curioso.

— Esse é meu nome do meio.

Quando dei por mim, eu estava ali, me masturbando ao lado de uma garota desconhecida, mas que despertou algo em mim que eu não tinha sentido desde que acordei, o que era delicioso. Na minha cabeça, tudo que eu mais queria era saborear seu corpo, provar do seu gosto e me tornar o mais condenado viciado.

A luz se apagou, e o foco de luz voltou para o mastro. Ela desceu lentamente a mão pela barriga e tocou sua intimidade, seu gemido fez eco no quarto todo. Como se um raio tivesse me atingido, aumentei os movimentos com a minha mão e acabei gemendo por aquilo estar bom demais.

— Feche os olhos, imagine que sou eu fazendo isso. — Fiz o que ela mandou. — Aperte, está sentindo minha mão te apertando? — Ela estava ali ao meu lado, mas não me tocava. — Mais rápido, amor, estamos quase lá. — Aquele foi o limite, em fortes jatos eu alcancei meu ápice e relaxei na cama.

Seria surreal admitir que eu queria provar mais dessa sensação?

— Então, qual é seu nome verdadeiro? — Ofegante, perguntei.

— Durma bem, Andrew. — E, dito isso, ela sumiu como fumaça.

Dei um pulo da cama quando notei que estava dormindo e que tudo fora um sonho, meu corpo estava suado e minha cama estava toda bagunçada. Minha mão estava pegajosa, e eu sentia meu pau latejar.

— Só pode ser brincadeira — falei assim que passei a mão pelos cobertores e puxei a calcinha de renda azul que ela estava usando. — Se foi um sonho, por que isso está aqui?

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