A porta foi aberta, e eu achei que fosse a enfermeira, mas quem passou pela porta com certeza não tinha um diploma nessa área. Eve e eu ficamos alertas ao ver Jessy entrar no quarto, vestida com uma roupa de couro toda preta e com os cabelos presos em um rabo de cavalo alto, em seus dedos, um cigarro e na outra mão, uma arma. — O que veio fazer aqui? — perguntei.— Vim visitar meu cunhado quase namorado — falou Jessy.— Vá embora, você tem muitos parafusos soltos — disse Eve.A fumaça do cigarro ativou o sprinkler, e uma cachoeira de água caiu sobre nós.— Vá embora, Jessy — falei. Mas foi um erro, ela atirou para cima, não só me assustando como também a Eve. Para mim, aquela arma não estava carregada. Jessy e Eve começaram a discutir, mas eu parei de prestar atenção quando notei alguém atrás dela. Vestindo um vestido amarelo molhado e coberta de sangue, lá estava minha garota. Sua boca se movia dizendo algo, mas eu escutava apenas um zumbido que irritava meus ouvidos, vi quando Jes
Depois de deixá-la no estúdio e resolver minhas coisas na biblioteca, voltei para casa. Arrumei nossa bagunça e me sentei na varanda para relaxar um pouco, meu coração também estava apertado hoje, algo muito ruim estava prestes a acontecer. Ouvi meu celular apitar na sala.. eEu o pguei e fiquei contente ao ver a mensagem de Bryan, porém nem um pouco satisfeito com o conteúdo dela.“O Dylan sumiu, cara, Ryan e Jessy foram encontrados no galpão amarrados. Eles disseram que ele está indo atrás de vocês, pega sua garota e some daí amanhã mesmo. Reservei para vocês um quarto em um hotel em Washington, me encontro com vocês lá assim que cair a noite.”Droga! Não, não, agora não. Nossas vidas estavam perfeitas aqui, tudo como sempre sonhamos, e justo agora ele apareceu para estragar nossa alegria, puxar nosso tapete. — Cheguei. — Ouvi a porta da sala bater e a voz da minha garota, não podia contar isso a ela, não agora. Foi difícil para mim vê-la passar por todas aquelas sessões de terapia
Dylan passou por mim enfurecido e correu em direção a ela, peguei a primeira coisa por perto e joguei em sua cabeça, o abajur fez com que ele ficasse desacordado no chão.— Como ele nos achou? — perguntou minha garota enquanto pegava nossa mochila e eu, as chaves do carro.— Não sei, mas não quero ficar para descobrir, tenho medo de que ele não tenha vindo sozinho. — Peguei sua mão e saímos correndo do hotel. Já dentro do carro escutamos disparos ricocheteando na traseira do veículo, era óbvio que ele estaria armado, por que raios eu não peguei minha arma na gaveta de casa? Pisei fundo no acelerador e corri o mais rápido que pude pela estrada, desviei de todos os carros que surgiram na minha frente, eu suava frio e nem conseguia olhar direito para minha garota ao meu lado, estava desesperado.— Ele está nos seguindo — ela disse e, logo em seguida, um carro bateu na traseira do nosso, olhei pelo retrovisor e vi Dylan apontando uma arma para minha cabeça.— Abaixa. — Assim que nos aba
Cuspindo um pouco de sangue, eu despertei, tudo estava turvo ao meu redor e Eve ainda discutia com Jessy, suas vozes não se passavam de um zunido irritante que fazia minha cabeça latejar. A bala em meu ombro parecia apenas um soco forte. Com muito esforço, eu me levantei, e a minha garota ainda estava do mesmo jeito na porta. Dando as costas para mim, ela sumiu pelo corredor. Os gritos de Eve estavam me dando mais dor de cabeça, então eu gritei:— Calem a boca as duas. — Do jeito que elas estavam, ficaram. Imóveis e caladas, elas simplesmente congelaram. — Meninas? — Cutuquei Eve, mas minha mão atravessou seu corpo, me assustando. Sussurros preencheram o cômodo e, mesmo que eu procurasse por todos os cantos, não encontrava de onde vinha. Decidido a procurar de onde vinham esses barulhos, eu saí do quarto e me deparei com o corredor todo branco e silencioso. Caminhei cambaleando por ele e fiz a curva para a direita, eu estava seguindo para o lado em que os sussurros pareciam mais alt
Tive alta no mês passado, mas me recusei a sair do hospital, só ia sair junto da minha mulher. Vê-la nessa cama estava acabando comigo, era como se enfiassem várias facas em meu peito e eu fosse obrigado a continuar vivendo com elas. O médico disse que ela estava se recuperando bem e que não tinha muitas esperanças de que ela iria acordar, isso fez com que eu me sentisse mais culpado. Se eu tivesse prestado mais atenção na estrada, nada disso teria acontecido, e agora eu poderia estar sentado na sala com minha mulher e meu irmão.Sentia tanta falta do Bryan, visitar seu túmulo não foi fácil e lidar com a dor da perda foi mais difícil do que imaginava. Quando perdi meus avós, uma parte de mim foi junto com eles e eu me tornei uma pessoa nem um pouco parecida com quem eles queriam que eu fosse, me envolvi com a Fruta e me envolvi com Jessy outra vez. Foi graças a ele que eu não desisti das coisas de que eu gostava, por exemplo, o basquete, ele me ajudou a reconquistar minha confiança e
Subi para o quarto, tudo do jeito que eu deixei, com as fotos da minha garota ao lado da cama e uma foto nossa na cabeceira, minha escrivaninha bagunçada e algumas roupas pelo chão, fazia alguns meses que não vinha aqui por causa do coma e da recuperação e mesmo assim meu pai não entrou no meu quarto, era grato a ela por isso. Tomei um banho rápido, pois ao ver minha cama senti uma tremenda vontade dormir, deitei e me acomodei melhor entre as cobertas, não demorou muito para que eu pegasse no sono. Na manhã seguinte, eu estava renovado e decidido a fazer uma surpresa para minha garota quando ela acordasse, mas estava mais decidido ainda a fazer com que ela acordasse logo para ver essa surpresa. Vesti uma roupa confortável e desci para comer alguma coisa, meu pai estava sentado na mesa mexendo no celular e, quando me viu, sorriu.— Bom dia, filho. Descansou bem? — Bebericou seu café.— Descansei, eu acho — falei ao tomar meu lugar próximo a ele.— Sonho ruim? — perguntou.— Sonhei co
Desviei de vários carros e virei em ruas aleatórias com um único objetivo: continuar vivo. Arrisquei olhar outra vez pelo retrovisor e sorri ao ver que eu tinha conseguido despistá-los. Meu carro rodou na pista e, mesmo que eu pisasse no freio várias vezes, o carro não parou. Ele rodou mais duas vezes antes de ficar na beira de um penhasco. O carro que antes nos perseguia bateu na traseira do meu, e isso fez com que eu caísse do penhasco. Depois de rolar e capotar algumas vezes, o carro caiu no lago.Eu me sentei na cama em um pulo, meu coração estava acelerado assim como minha respiração, meu corpo estava suado e arrepiado, mesmo tendo me livrado das cobertas enquanto dormia. E mais uma vez um maldito pesadelo me deixou com uma forte dor de cabeça.Perdi as contas de quantas vezes este sonho me assombrou, já fazia um mês que saí do hospital e as consequências daquela noite continuavam na minha mente. Por que estavam me perseguindo?Se eu fosse uma daquelas pessoas paranoicas, diria
Uma coisa bem interessante que eu notei foi que, quando abri as portas, as mulheres começaram a chegar, e, quando eu digo mulheres, incluo idosas e adolescentes. Talvez meu charme as tivesse atraído.— Andrew? — O que eu temia aconteceu, fui reconhecido.Virei-me e encontrei Jessy me olhando curiosa. Quando me reconheceu, deu um gritinho estridente e me apertou com seus braços fofinhos.— Jessy, tem gente olhando — falei entredentes e ainda com a cabeça baixa, passar vergonha não era legal.— Deixe que olhem, eu não ligo. — Apertou minha mandíbula de modo que meus lábios formassem um biquinho e me roubou um selinho. Jessy não era muito alta e nem muito baixa, ela era maior que minha mãe e pouca coisa menor que eu. Enquanto eu tinha 1,78 metros de altura, ela tinha 1,71. Mas era fofa, isso eu não posso negar. Ela tinha o cabelo preto e muitas curvas, às vezes desconfiava de que ela tivesse mais do que 21 anos.— Eu ligo, não quero receber tanta atenção assim — falei tirando seus braço