2 - Por favor não!

Mila

Estou andando sem rumo, até que me vi no parque que sempre vinha com o meu pai. Sentei em frente ao lago, no chão mesmo, e fiquei observando uma família de patinhos brincando, eu e meu pai costumávamos dar nomes a eles, sinto meu rosto molhado pelas lágrimas que teimam descer sem cessar, estou distraída, perdida em meus pensamentos quando uma moça pergunta:

— Posso me juntar a você?

— Sim, porque não! — Dou um sorriso amarelo, e ela me devolve um igual. — Desculpa, mas te conheço?

— Não, você não me conhece.

— Mas eu já te vi em algum lugar. — Ela sorri fraco.

Você é a Milena? — ela pergunta, eu até me assusto.

Depende de quem está perguntando.

Me chamo Erica, eu conheci seu pai. Acredito que tenha me visto no velório dele.

Oh, que legal, de onde conhecia meu pai? — pergunto curiosa.

— Eu estava no banco naquele dia. — Olho para ela com lágrimas nos olhos. — Seu pai me salvou durante o incidente no banco. Um dos bandidos tinha me segurado e estavam me arrastando não sei para onde, quando seu pai atirou no homem que me segurava. Depois, começou o tiroteio e seu pai acabou sendo atingido. Me perdoe, eu nunca quis que isso acontecesse. — Ela começa a chorar junto comigo, e então nos abraçamos.

Tudo bem, não se sinta mal! digo afagando suas costas. Era bem a cara dele ser um herói. Dou um sorriso amarelo.

Sinto muito mesmo, mas vim aqui para te falar uma coisa: as últimas palavras do seu pai. Eu a olho surpresa. Suas últimas palavras foram: “Por favor, diga a minha filha que eu a amo muito, ela foi o melhor presente que Deus poderia me dar, e que ela nunca deixe de comemorar seu aniversário, pois, ele é a data mais importante do ano para mim.”

Começo a chorar e não consigo me controlar, me dói muito não tê-lo comigo, mas me confortava saber que ele pensou em mim em seu último suspiro.

Que faltava você me faz papai. Olho para ela com carinho. Obrigada Erica, significa muito para mim, saber que as últimas palavras do meu pai foram direcionadas a mim.

Esse é meu número, ligue se precisar.

Obrigada. Nos abraçamos, ela segue o seu caminho e eu vou para a confeitaria que costumava ir com o meu pai, compro um cupcake e uma velinha Parabéns para mim! — Assopro a velinha — Estará sempre comigo papai — digo segurando o pingente que Luan me deu.

No caminho de volta fiquei pensado em como meu pai foi corajoso, ele sempre me surpreendia com as histórias que contavam, eu amava ficar escutando.

Decidi ser advogada por causa dele, eu quero ajudar as pessoas que não podem, claro quero crescer profissionalmente, mas também quero poder ajudar os que não podem pagar.

Entrarei pela primeira vez na casa da minha mãe, é, eu nunca vim aqui, não consigo aceitar o marido dela, pois ele foi um dos pivôs para a separação dos meus pais. Sei que ela teve culpa também, digamos que foi a maior culpada, pois ela era a casada, mas. Enfim, é minha mãe, então sempre vou amá-la independente do que fizer.

Chego meio sem jeito, e logo minha mãe aparece.

Que bom que chegou! Já arrumei seu quarto, e enquanto estava no hospital resolvendo as coisas do seu pai, o Luan e o Sidney pegaram suas coisas na casa do seu pai, já arrumei tudo no seu quarto. Eu estava no piloto automático, então nem liguei por pegarem minhas coisas.

Obrigada, mas preciso ir até a casa do meu pai, preciso limpar, separar as coisas dele, eu preciso… ela me interrompe com um abraço carinhoso.

Sim meu amor, mas não será hoje… hoje você terá que descansar, quase nem dormiu a noite passada.

Ok, mãe, me mostre o quarto por favor.

Claro, meu bem, fica no andar de cima, venha comigo. Quando dou um passo sentido a escada, o meu padrasto fala.

Oi Mila, meus sentimentos. Eu não consigo nem olhar para a cara dele, então apenas respondo por educação, sem ao menos olhar para onde ele está.

Obrigada Sidney.

Algumas semanas depois…

Chego em casa e vou direto para o quarto, encosto a porta enquanto tiro minhas roupas, sinto-me incomodada como se tivesse alguém me observando, cubro meu corpo com a toalha e sigo para o banheiro, quando saio, Sidney está no meu quarto, eu levo um susto.

Sidney, que susto! Coloco a mão no meu coração e segura a toalha que cobre meu corpo. — Por favor, saia do meu quarto. Ele ignora o que falo, e se aproxima de mim, pega meu cabelo e cheira.

É tão cheirosa ele diz com uma voz rouca, dava para perceber que ele sentia desejo por mim.

Saia do meu quarto, por favor. Olho para baixo e como imaginei, o membro dele estava ereto.

Agora que estava ficando boa a conversa. Me abraço, e seguro a toalha com força.

Não, por favor, não faça isso! — Ele puxa a toalha com tudo, e fico nua na sua frente, tento me cobrir com minhas mãos.

É tão linda, tão perfeita… Ele j**a minha toalha na cama, coloca a mão no queixo e fica me olhando de cima para baixo. Estou sentindo muito medo agora. Olho para porta, ele a deixou aberta, vou andando para o canto do quarto, mas seguindo a frente, para tentar chegar à porta.

Corro, mas ele segura o meu braço e me j**a na cama…

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