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FUGA PERIGOSA - Livro 2 da série Fugindo pro Morro
FUGA PERIGOSA - Livro 2 da série Fugindo pro Morro
Por: Grazy Souza
1 - Nunca deixe de comemorar seu aniversário

“Este livro é uma continuação da série FUGINDO PRO MORRO, mas pode ser lido separadamente, pois cada volume conta uma história independente com os mesmos personagens.

No entanto, se você quiser ler o primeiro livro depois, pode encontrar alguns spoilers sobre o que aconteceu nele.

Este livro é uma ótima opção para quem gosta de drama e romance.”

Atenção:

Este livro contém cenas de sexo, drogas e violência que podem ser inadequadas para menores de 18 anos ou pessoas sensíveis, podendo gerar gatilhos. Trata-se de um romance adulto, com uma trama envolvente e personagens complexos. O autor não faz apologia ou incentivo a nenhum tipo de violência, abuso ou uso de drogas, mas retrata a realidade de alguns contextos sociais.

Por se tratar de uma história fictícia, o texto apresenta em determinados trechos a linguagem informal, bem como gírias.

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Pai da Mila narrando

Estou aguardando na fila quando meu celular toca, olho e vejo ser minha filha Mila, atendo já a cumprimentando.— Oi meu anjo, você não deveria estar na aula?

— Está terminando o intervalo, decidi ligar para te lembrar de comprar meu presente de aniversário.

— Você vai fazer vinte e dois anos e ainda me pede presente.

— Pai, entenda uma coisa, todo mundo gosta de ganhar presentes, independentemente da idade... — Ela dá uma gargalhada gostosa.

— Ok, Ok, eu vou comprar, te encontro em casa princesa. Beijos. O papai te ama!

— Também te amo pai!

Assim que desligo a ligação entram quatro homens encapuzados e armados no banco, já entram gritando, para que todos deitem no chão. Um dos assaltantes vai aos caixas, outro segue com o gerente ao cofre, e os outros dois se revezam em ficar observando clientes estirados no chão com medo do que pode acontecer, assim como também revezam, para roubar nossos pertences.

Sou policial aposentado, hoje trabalho de segurança particular, e ver aqueles brutamontes tocar o terror me deixa possesso.

Vejo que um deles está assediando e arrastando uma garota, ela está muito assustada e grita por socorro, deve ter a idade de Mila não mais que isso, e ao imaginar minha filha no lugar dela, eu fico cego de raiva. Lentamente vou me aproximando deles, quando vejo a oportunidade perfeita, eu atiro no homem que tentava arrastá-la, iniciamos uma troca de tiros, eu matei um deles, mas o outro me acerta no peito. A moça que salvei de ser violentada, vem correndo em minha direção, reparo que ela está chorando.

— S… sinto muito, senhor, sinto muito — Ela coloca suas pequenas mãos onde levei o tiro, tentando estancar o sangue que perdia. — Obrigada por me salvar — ela diz entre soluços de choro. Percebo que ali seria meu fim. Com minha experiência, sei que não sobreviveria. Então, mesmo gaguejando, eu digo:

Por favor tusso —, diga a minha filha que eu a amo muito, ela foi o melhor presente que Deus poderia me dar, e que ela nunca deixe de comemorar seu aniversário, pois, ele é a data mais importante do ano para mim. Então apago.

Mila

Estou na aula, quando meu celular toca, eu encerro a ligação sem ver quem era, mas meu celular continua a tocar, na terceira vez peço licença para o professor e atendo a ligação no corredor.

Filha, estou te esperando aqui fora, por favor venha falar comigo.

Não posso mãe, estou no meio de uma aula.

É sobre o seu pai.

O que aconteceu com o meu pai?

Venha me encontrar. Eu saí correndo do corredor da faculdade e vou encontrar com a minha mãe, quando chego ela me olha triste e diz. Sinto muito.

Ao ouvir aquelas duas pequenas palavras sinto meu coração ser quebrado em milhões de pedacinhos, minha mãe me abraça e eu choro de soluçar.

O que aconteceu, mãe, onde ele está?

Ele estava no banco, quando começou um assalto e acabou sendo atingido por um tiro, foi socorrido, mas não resistiu. Quando ela falou: “não resistiu”, eu fui ficando mole, minha visão começou a ficar turva… desmaio nos braços da minha mãe.

Acordo em um quarto branco, tenho dificuldades para abrir os olhos, quando abro vejo minha mãe ao meu lado.

— Mamãe, eu tive um pesadelo horrível. — Ela dá um sorriso amarelo para mim e diz:

— Sinto muito meu amor, mas não foi um sonho. — Levanto com tudo, e minha cabeça gira. — Calma, meu bem, você desmaiou, precisei te trazer ao hospital.

— Calma, como vou ficar calma? Meu pai faleceu! Ele era tudo para mim...

— Você não está sozinha, tem a mim. — Ela me abraça e eu choro em seu abraço. 

Passo a noite em claro, não consigo dormir lembrando do meu pai, dos momentos que tivemos juntos.

No velório do meu pai eu parecia uma morta viva, minha mãe tinha me dopado com calmante, pois eu estava muito mal, sempre fui muito apegada a ele, sempre foi o meu herói, desde que eles se separaram, foram apenas eu e ele.

Pensamento on…

Meu pai chegou em casa mais cedo, depois de um dia longo de trabalho, e pegou minha mãe com seu amante no quarto deles. Naquele dia mesmo ele a colocou para fora de casa e falou que eu poderia escolher com quem gostaria de ficar, escolhi meu pai sem pensar duas vezes, por “N” motivos, eu sempre fui mais apegada a ele e não aceito o que minha mãe fez.

Pensamento off…

Amor, você quer sentar?Luan me pergunta.

Meu bem, eu trouxe um copo de águaTiphanie fala.

Obrigada amiga. Amor prefiro ficar em pé. Bebi água e mantive em pé ao lado do corpo do meu pai, não sai do lado dele até que o mesmo foi enterrado.

Vê-lo sendo enterrado, foi como se arrancasse meu coração, eu perco as forças em minhas pernas, ajoelho no chão e choro até que minhas lágrimas secam.

Todos já foram embora, só ficaram ao meu lado, minha mãe, Luan e Tiphanie, ao longe vejo uma jovem, nos observando, ela percebe que estou olhando para ela e vai embora, naquele momento não estou em condição de querer saber quem é aquela garota. 

Filha, precisamos ir — Minha mãe diz.

Vou com você. — Luan se oferece para nos acompanhar.

Amiga, vou para casa, mas pode me ligar seja a hora que for — Tiphanie fala, me abraça e segue seu caminho.

— Preciso espairecer, vou dar uma volta, depois vou para casa.

— Vou com você meu anjo Olho para ele com carinho e digo.

— Obrigada, meu amor, mas preciso desse tempo comigo mesma.

 Estou em casa, e com o telefone em mãos, caso precise de mim! Amor, sei que não está feliz, mas — ele tira uma caixinha do bolso, e me entrega —, feliz aniversário. — Ele me dá um selinho e eu retribuo com um sorriso.

Obrigada, amor! — Abro e vejo um coração. Quando o coração se abre, revela a foto do meu pai comigo. Sinto as lágrimas escorrerem pelo rosto. — Que lindo, meu amor, é o melhor presente que eu poderia ter recebido. — O abraço e lhe dou um beijo longo e carinhoso.

— Eu havia comprado outra coisa, mas devido ao que aconteceu, eu falei com um amigo, que fez de última hora.

— Ele é perfeito, muito obrigada. — Me despeço deles e sigo caminhando pelas ruas da cidade.

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