Início / Romance / FUGA PERIGOSA - Livro 2 da série Fugindo pro Morro / 5 - A justiça foi feita com as próprias mãos,
5 - A justiça foi feita com as próprias mãos,

Mila

Chego na cidade, ela é pequena, acolhedora, a primeira coisa que faço é ir em uma ótica e comprar uma lente na cor castanho escuro, em seguida vou a um salão de cabeleireiro.

O que será meu bem?

Quero colocar um mega e mudar a cor para loiro, o mais natural possível. Ela me olha assustada.

Ualll, mudança radical.

— Sim, quero mudar um pouco.

— Vamos lá, então, você quem manda. — Ela estava assistindo o noticiário e a mesma repórter começa duas notícias que me chama atenção.

— A justiça foi feita com as próprias mãos, o possível estuprador Sidney Almeida Ramos, foi encontrado pela sua esposa caído no meio da sala com três tiros, um, no abdome, um, na perna direita e um, no ombro esquerdo, foi socorrido, está em estado grave no hospital central. O que nos leva a pensar que se fosse realmente inocente, isso não teria acontecido. 

A polícia segue investigando, quem o agrediu, mas até agora, não se tem suspeitos. Procuramos por sua esposa, mas a mesma não quis gravar entrevista, apenas nos disse que ele era inocente, e sua enteada até o momento, não foi encontrada, o que nos leva a hipótese de foi ela quem tentou assassiná-lo? Ou ela foi sequestrada? Fiquem com os comerciais e já voltamos com mais informações.

— Se eu fosse ela, eu teria matado aquele desgraçado.

— Está na cara que foi a garota, quando ela viu que esse monstro foi solto.

— Mas na televisão falou que ele foi solto, como soltam alguém como ele?

Fico calada ouvindo as cabeleireiras e os clientes conversando e o noticiário volta a passar novamente.

Voltamos com as notícias, pode falar Júlio Marques.

— Estou aqui na residência do doutor Mário, seu filho foi assassinado no quarto, com sua amiga Tiphanie, ambos estavam nus quando os legistas chegaram, tudo indica estarem em momentos íntimos quando foram surpreendidos, com um tiro em cada um deles. A principal suspeita é Milena Fattinni, a mesma vítima do estupro pelo padrasto, o mesmo segue internado e não temos notícia de seu estado. Será que a menina enlouqueceu? Ou apenas se vingou do padrasto estuprador e do namorado infiel?

A polícia está investigando e não nos deu mais informações. Essa é a Suzane, mãe de Luan, uma das vítimas assassinadas.

— Oi Mila, sei que está me assistindo, eu sei o quanto você sofreu com a morte do seu pai, o estupro, em um curto intervalo, não estava psicologicamente bem, e ao se deparar com a traição do meu filho com sua melhor amiga, não deve ter sido fácil! Quero que saiba que eu te entendo, sinto muito pela dor que ele te causou, você sempre foi uma menina boa, sem malícia, delicada, doce… eu realmente sinto muito! Mas eu jamais irei te perdoar, te considerava como uma filha.

Essa é a Suzane, mãe do Luan, obrigado pelas palavras, a polícia pediu para que se alguém encontrar essa garota, ligue imediatamente. — Mostra minha foto em rede nacional.

Nesse momento, estou chorando de soluçar, as palavras da mãe de Luan tocaram fundo no meu coração.

— Oh! Querida, o que aconteceu, se acalme meu bem. Larissa pega água pra ela, por favor. — Então a cabeleireira olha a foto na TV e olha para mim, coloca a mão na boca e diz — vamos para a sala de depilação, você está passando mal, minha linda. Já na sala olho para ela e pergunto:

— Vai me denunciar?

— Jamais, meu nome é Manuela, mas pode me chamar de Manu. Tem pra onde ir? — Apenas nego com a cabeça e pego o copo de água que ela me oferece. — Ok, então vamos pra casa comigo, agora entendi porque quis colocar mega e virar loira. E para esse olhos azuis?

— Comprei uma lente, castanho. Por que vai me ajudar? pergunto curiosa, e surpresa com a atitude dela.

Porque no seu lugar, eu teria feito o mesmo, ou pior. — Dou um sorriso sem graça.

— Obrigada! falo secando minhas lágrimas

— Bom, vamos te deixar linda, eu moro na comunidade Esperança, o dono do morro é gente boa, vou pedir para ele arrumar uma casa para você.

Algumas horas depois…

No Morro Esperança.

Chegamos gata, vamos direto na boca falar com o Magrin, ele é o dono agoraManu diz.

— Eu nunca entrei em uma comunidade.

— Fica tranquila, ta comigo, ta com Deus. — Confesso que estava morrendo de medo, pois os jornais pintam o pior dos morros dos traficantes, até imagino, deve ser um velho asqueroso. — VH preciso falar com o Magrin — ela pergunta para um moço que está com uma arma imensa pendurada e atravessada nas suas costas.

— Vou ver se ele pode te atender. gata hein! Quem é a Loira?

— Toma teu rumo rapa, e tire o olho da minha amiga.

— O que é bonito é pra se mostrar — ele fala rindo e entra em uma porta, depois de uns minutos ele sai falando — Pode entrar meninas.

Assim que entro na sala quase caio de costas, que homem lindo, ele não tem nada de magrinho, nem sei porque deram esse apelido para ele.

— O que devo a honra desta visita? Apresenta a amiga Manu.

— Viemos pedir ajuda. — Ele levanta uma sobrancelha. — Pode contar Mila, ele é de confiança. — Respiro fundo e conto quase tudo para ele, omito apenas a parte do estupro, pois não estou preparada para assumir em voz alta, até porque se ele assistir TV, vai ligar os pontos. Quando termino, ele fica olhando sério para mim.

— Com essa carinha de anjo, você fez esse estrago todo?

— Acho que juntou tudo, fui acumulando os sentimentos e quando vi, já tinha feito e não dava mais para voltar. Se me arrependo, sim, mas agora não tem o que fazer, já aconteceu.

— Entendi. Mas vamos lá, eu tenho uma casa, ela já está mobiliada, é de uma amiga minha. Eu vou ligar e perguntar se posso alugar ou vender para você. — Ele liga para alguém chamado Gabi e, em seguida, me informa —, ela disse que você pode usar pelo tempo que precisar, e o aluguel é quinhentos reais, mas ela pediu para depositar o valor nesta conta.

— Casa de Caridade Esperança?

— Sim, é o centro esportivo que temos no morro, ela que fundou, tem várias atividades legais voltado para crianças e jovens.

— Nossa, que bacana, eu agradeço muito.

— Vai pro baile de hoje, que já me agradece.

— Ela vai ficar na casa da patroa?

— Vai, sim, mas pode deixar que levo ela.

— Amiga, esse é meu número de telefone, assim que você comprar um me adicionaManu fala.

— Pode usar esse até comprar o seu, aqui na boca sempre tem sobrando, só precisa comprar um chip.

— Não imagine, já está me ajudando tanto.

— Pega, fica como presente de boas-vindas.

— Não pode recusar presenteManu diz.

— Sendo assim, obrigada! — Dou um sorriso para ele que retribui, meu Deus, que homem, que sorriso é esse, olha para ele, chega me dar calor.

— Estou indo então, qualquer coisa me liga, leva ela pra comprar um chip Magrin.

Ela me dá um beijo e segue pra casa.

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