Capítulo 148Clare Vallence Itália | 8 de JunhoEu me sentia um pouco fora de mim desde que chegamos à Itália. Não era só o calor, a paisagem deslumbrante ou o fato de estar envolvida em um noivado que começou como uma farsa e agora era real. Era a atmosfera. Havia algo no ar, algo que eu não conseguia identificar direito, mas que me deixava inquieta com tudo isso, quem sabe o fato do meu noivo ser filho de um mafioso italiano e eu estar encarando a realidade bem agora? É, talvez…Porra, isso não era um livro, era a vida real! Era a minha vida!O jatinho particular havia aterrissado suavemente, e tudo parecia estar sob controle, como Marcelus sempre prometia. Mas, aos poucos, algumas coisas começaram a ficar muito claras para mim. Eu sabia, é claro, que a família de Marcelus estava envolvida em algo grande. Eu não era ingênua. Vincenzo e Mario não eram apenas empresários ricos; eles tinham um tipo de poder que ia além de negócios legítimos. Mas saber e realmente ver são coisas difere
Capítulo 149Clare Vallence Itália | 8 de JunhoEu estava olhando meu reflexo no espelho, ajustando o vestido pela décima vez. Minhas mãos estavam frias, e eu sentia o leve tremor de ansiedade nos dedos. A verdade é que, desde o momento que aterrissamos na Itália, meu coração não parou de bater em um ritmo acelerado. Agora, estávamos nos preparando para algo muito maior do que apenas um jantar: a apresentação oficial."Apresentação oficial"... O conceito parecia surreal, quase como se eu estivesse sendo exposta, avaliada, e julgada de longe. Claro, Marcelus tentava me acalmar, dizendo que seria apenas mais uma reunião de família, algo casual, mas eu sabia que não era só isso. Não com os Marini.— Você está linda, — disse Marcelus ao sair do banheiro, terminando de ajustar o terno. Ele parecia relaxado, como sempre, o que me irritava um pouco, para ser honesta.— Só estou nervosa, — admiti, encarando-o pelo espelho. — Isso é importante. Quero dizer, ser apresentada para sua família de
Capítulo 150Marcelus Moreau Marini Itália | 8 de JunhoEu mal tinha me acomodado depois da apresentação de Clare, quando senti o olhar do meu pai. Ele estava de pé, do outro lado da sala, conversando com alguns parentes distantes, mas seu olhar era firme, focado em mim. Sabia o que viria a seguir. Não importava o quanto a noite fosse sobre Clare ou a nossa apresentação, Mario Marini sempre tinha uma pauta diferente para discutir. E eu já estava acostumado com isso.Com um leve aceno de cabeça, ele me chamou para um canto mais isolado, longe dos olhares curiosos e da conversa fiada que dominava a sala. Suspirei, ajeitando o paletó enquanto me aproximava. Esse tipo de conversa nunca era leve com meu pai.— Então, — comecei, antes mesmo que ele pudesse dizer algo. — O que é agora? Vincenzo já está resolvendo alguma outra crise que você não me contou?Mario me deu aquele sorriso calculado, um sorriso que significava que ele já sabia algo que eu não sabia. Clássico. Ele fez um gesto casu
Capítulo 151Clare Vallence Itália | 8 de JunhoMarcelus voltou para perto de mim depois de sua conversa com Mario, e, mesmo sem falar nada de imediato, eu senti que algo estava diferente. Havia uma leveza em seus olhos, um brilho que não estava ali antes. Eu sorri de leve, curiosa para saber o que tinha acontecido naquela conversa. Mas ele não me deu tempo para perguntar.— Clare, vem comigo. — Ele disse, estendendo a mão para mim.Peguei sua mão sem hesitar, embora estivesse intrigada. Ele parecia mais sério do que o normal, o que me fez questionar o que estava acontecendo. Marcelus me conduziu até o centro da sala, onde todas aquelas pessoas — os Marini, seus amigos, seus associados — ainda estavam reunidas. Aquele monte de gente me deixou tensa por um segundo. Eu já tinha sobrevivido à apresentação, e só queria que aquilo acabasse logo. Mas, ao mesmo tempo, algo na expressão de Marcelus me dizia que havia mais por vir.De repente, ele se virou para mim, ainda segurando minha mão.
Capítulo 152Clare VallenceItália | 08 de JunhoEu ainda estava flutuando. Depois daquele jantar, onde tudo parecia se encaixar perfeitamente, o noivado veio como a cereja no topo de um bolo que eu nem sabia que estava sendo preparado.Mas acima de tudo… as coisas ainda pareciam muito… surreais.Estávamos indo de volta para o nosso quarto, Marcelus me olhava de um jeito que fazia meu corpo inteiro formigar. Sabia exatamente o que aquilo significava. Era como se tivéssemos uma conversa silenciosa durante o jantar todo. Cada sorriso, cada toque sutil, cada troca de olhares... tudo construía o que viria depois.Assim que entramos no quarto, ele fechou a porta com um empurrão firme. Eu me virei para encará-lo, e o que vi nos olhos dele era desejo puro, quase uma fome que me fazia perder o controle antes mesmo de ele me tocar.— Ansiosa, Clare? — ele perguntou, com aquele tom provocador e malicioso de sempre. Marcelus gostava de me testar, mas dessa vez eu não ia dar o gosto de prolongar
Capítulo 153Clare VallenceItália | 09 de JunhoEu acordei com a luz suave do sol entrando pelas frestas das cortinas. O quarto ainda estava quente, o ar pesado com o cheiro de sexo da noite passada.Meus músculos estavam doloridos, mas de um jeito bom, aquele tipo de dor que faz você lembrar exatamente de cada movimento, de cada estocada, de cada gemido. Olhei para o lado e vi Marcelus ainda dormindo. O corpo dele, coberto de tatuagens, estava meio descoberto, e eu podia ver o peito subindo e descendo lentamente com a respiração.Parecia até inocente daquele jeito, mas eu sabia melhor.Meu corpo inteiro formigava ao lembrar do que rolou horas atrás. Meu corpo ainda estava pulsando, como se não tivesse tido o suficiente. A noite foi intensa, brutalmente deliciosa. Mas agora, olhando pra ele ali, parecia que algo dentro de mim estava pedindo mais. Não sei se era o anel no meu dedo, um lembrete de que ele era meu, ou se era simplesmente o jeito que o corpo dele me fazia perder o contro
Capítulo 154Vincenzo Marini Itália | 9 de JunhoEu me sentei na poltrona da sala, esticando as pernas enquanto Mia me entregava uma xícara de café. A manhã estava calma, quase tranquila demais para o tanto de confusão que cercava a nossa família ultimamente. Marcelus, o grande gênio emocional, finalmente tinha percebido o que qualquer um com olhos já sabia há tempos. Eu não pude deixar de rir sozinho, balançando a cabeça, lembrando de como ele foi lento em perceber o que sentia por Clare.— Ele sempre foi meio tapado pra essas coisas, né? — Mia comentou, se ajeitando no sofá ao meu lado, com um sorriso nos lábios.— Mais do que tapado, Mia. — Respondi, rindo de novo. — Marcelus nunca soube lidar com sentimentos. Isso pra ele é como tentar desarmar uma bomba sem manual de instruções.Ela soltou uma gargalhada alta, se acomodando no sofá e puxando as pernas para cima.— E o melhor de tudo é que eles sempre foram tão óbvios. Toda vez que estavam no mesmo cômodo, era impossível não nota
Capítulo 155Clare Vallence Itália | 9 de JunhoEu mal podia acreditar que minha manhã havia começado com Mia e Vincenzo rindo descaradamente de mim e Marcelus. Quando finalmente conseguimos nos livrar das piadas e provocações sobre nossa "noite barulhenta", eu estava vermelha até a raiz do cabelo. Eles são impossíveis. Marcelus lidou bem, como sempre, mas eu? Estava pronta para desaparecer no chão.Assim que as coisas se acalmaram e o café da manhã acabou, Mia veio com uma ideia que, no início, me pegou de surpresa.— Clare, vamos fazer uma coisa divertida hoje. — Ela disse, me puxando para o lado antes mesmo de eu ter tempo de processar o que acabara de acontecer na sala. — Eu quero te levar a um lugar que conheço. É perfeito para o que você precisa.— Lugar perfeito? — Perguntei, ainda um pouco perdida. — Do que você tá falando?Mia sorriu, aquele sorriso cheio de segundas intenções que eu estava começando a entender melhor a cada dia. Ela era uma força da natureza, sempre com um