Capítulo 152Clare VallenceItália | 08 de JunhoEu ainda estava flutuando. Depois daquele jantar, onde tudo parecia se encaixar perfeitamente, o noivado veio como a cereja no topo de um bolo que eu nem sabia que estava sendo preparado.Mas acima de tudo… as coisas ainda pareciam muito… surreais.Estávamos indo de volta para o nosso quarto, Marcelus me olhava de um jeito que fazia meu corpo inteiro formigar. Sabia exatamente o que aquilo significava. Era como se tivéssemos uma conversa silenciosa durante o jantar todo. Cada sorriso, cada toque sutil, cada troca de olhares... tudo construía o que viria depois.Assim que entramos no quarto, ele fechou a porta com um empurrão firme. Eu me virei para encará-lo, e o que vi nos olhos dele era desejo puro, quase uma fome que me fazia perder o controle antes mesmo de ele me tocar.— Ansiosa, Clare? — ele perguntou, com aquele tom provocador e malicioso de sempre. Marcelus gostava de me testar, mas dessa vez eu não ia dar o gosto de prolongar
Capítulo 153Clare VallenceItália | 09 de JunhoEu acordei com a luz suave do sol entrando pelas frestas das cortinas. O quarto ainda estava quente, o ar pesado com o cheiro de sexo da noite passada.Meus músculos estavam doloridos, mas de um jeito bom, aquele tipo de dor que faz você lembrar exatamente de cada movimento, de cada estocada, de cada gemido. Olhei para o lado e vi Marcelus ainda dormindo. O corpo dele, coberto de tatuagens, estava meio descoberto, e eu podia ver o peito subindo e descendo lentamente com a respiração.Parecia até inocente daquele jeito, mas eu sabia melhor.Meu corpo inteiro formigava ao lembrar do que rolou horas atrás. Meu corpo ainda estava pulsando, como se não tivesse tido o suficiente. A noite foi intensa, brutalmente deliciosa. Mas agora, olhando pra ele ali, parecia que algo dentro de mim estava pedindo mais. Não sei se era o anel no meu dedo, um lembrete de que ele era meu, ou se era simplesmente o jeito que o corpo dele me fazia perder o contro
Capítulo 154Vincenzo Marini Itália | 9 de JunhoEu me sentei na poltrona da sala, esticando as pernas enquanto Mia me entregava uma xícara de café. A manhã estava calma, quase tranquila demais para o tanto de confusão que cercava a nossa família ultimamente. Marcelus, o grande gênio emocional, finalmente tinha percebido o que qualquer um com olhos já sabia há tempos. Eu não pude deixar de rir sozinho, balançando a cabeça, lembrando de como ele foi lento em perceber o que sentia por Clare.— Ele sempre foi meio tapado pra essas coisas, né? — Mia comentou, se ajeitando no sofá ao meu lado, com um sorriso nos lábios.— Mais do que tapado, Mia. — Respondi, rindo de novo. — Marcelus nunca soube lidar com sentimentos. Isso pra ele é como tentar desarmar uma bomba sem manual de instruções.Ela soltou uma gargalhada alta, se acomodando no sofá e puxando as pernas para cima.— E o melhor de tudo é que eles sempre foram tão óbvios. Toda vez que estavam no mesmo cômodo, era impossível não nota
Capítulo 155Clare Vallence Itália | 9 de JunhoEu mal podia acreditar que minha manhã havia começado com Mia e Vincenzo rindo descaradamente de mim e Marcelus. Quando finalmente conseguimos nos livrar das piadas e provocações sobre nossa "noite barulhenta", eu estava vermelha até a raiz do cabelo. Eles são impossíveis. Marcelus lidou bem, como sempre, mas eu? Estava pronta para desaparecer no chão.Assim que as coisas se acalmaram e o café da manhã acabou, Mia veio com uma ideia que, no início, me pegou de surpresa.— Clare, vamos fazer uma coisa divertida hoje. — Ela disse, me puxando para o lado antes mesmo de eu ter tempo de processar o que acabara de acontecer na sala. — Eu quero te levar a um lugar que conheço. É perfeito para o que você precisa.— Lugar perfeito? — Perguntei, ainda um pouco perdida. — Do que você tá falando?Mia sorriu, aquele sorriso cheio de segundas intenções que eu estava começando a entender melhor a cada dia. Ela era uma força da natureza, sempre com um
PrólogoClare Vallence04 de Maio | França— Estou interrompendo algo, querida? — Foi a primeira coisa que eu escutei, quando eu senti uma mão pousar sobre o meu ombro, — quem é o seu amigo, não vai me apresentar?Marcelus. Marcelus Moreau Marini, tinha me achado mais uma vez, e puta que me pariu… como eu queria correr dali agora, e me enfiar no primeiro avião que eu conseguisse. Não importava se seria para um país de primeiro, segundo ou terceiro mundo, não… eu só queria achar qualquer lugar que fosse, que ele não suspeitaria, que ele não fosse conseguir achar o meu rastro, nem se ele quisesse muito. Mas… aparentemente — para a minha infelicidade — isso não parecia ser algo possível. — Clare, quem é ele? — Flyn obviamente não evitou de perguntar, com uma expressão de clara confusão. — Ele não é ninguém importante, querido. — Eu soltei, junto de um breve sorriso no rosto, — agora vamos, ou você quer parar o que estávamos fazendo, por conta dele? — Parar o que estavam fazendo? Or
Capítulo 1Clare VallenceFrança | 02 de MaioMinha vida finalmente estava do jeito que eu queria, porque depois dos últimos três anos, desde que deixei Londres… essa tinha sido a primeira vez que eu tinha conseguido ter o mínimo de paz na minha vida — afinal, Marcelus… ainda não tinha me achado na França (até porque, ele nunca esperaria que eu estivesse no seu país de origem, esperaria?).Eu poderia finalmente descansar, sem a constante apreensão de que aquele desgraçadö apareceria na minha frente a qualquer momento. Meus dias eram previsíveis, e a rotina médica preenchia meu tempo e minha mente por completo. Estava tudo ótimo. Estava tudo perfeito. Ou pelo menos, era o que eu queria acreditar, mas… eu não conseguia tirar o rosto de Marcelus da minha cabeça! Ele ainda habitava meus pensamentos, especialmente durante a noite. Naquela manhã inclusive? Acordei irritada depois de um sonho erótico que eu tive com aquele moreno filho da putä! E isso me deixava profundamente frustrada,
Capítulo 2Clare Vallence02 de Maio | FrançaAssim que eu cheguei em casa, a minha cabeça já começou a montar mil e um cenários com Flyn, ao ponto de eu começar a sorrir que nem uma idiotä, enquanto me deitava no meu sofá — como se fosse a porcariä de uma adolescênte idiotä. Porque no fim, Flyn era literalmente a definição de Príncipe encantado, ou seja… ele era perfeito pra mim, certo? Era o que eu sempre sonhei desde que eu era uma garotinha que usava maria chiquinhas. Eu sempre sonhei com um loiro alto de olhos claros, com um sorriso brilhante que poderia me cegar, e ele? Era exatamente isso, como se fosse o universo de alguma forma, tentando me compensar por todo o estresse que Marcelus Moreau… tinha causado na minha cabeça — que honestamente, não andava muito boa.“Isso, eu vou sair com ele quando ele me chamar, e nós dois vamos construir uma bela vida juntos, com bebês loiros, e nada parecidos com aquele traste do Marcelus!” Eu comecei a pensar, o que sinceramente? Até que es
Capítulo 3Clare Vallence02 de Maio | França Eu não fui mais até a cafeteria depois daquilo, e o pouco tempo que eu tinha de ter qualquer pausa sequer, eu me enfiava no refeitório do hospital, — afinal, eu já tinha me decidido, eu não faria aquilo com o Flyn, porque… ele não parecia merecer. Então, eu fiquei me colocando em um trabalho atrás do outro de novo, que eu nem precisava me enfiar, e céus… eu ocupei a minha cabeça até poder dizer chega. — Clare, você tem certeza de que está bem? — Sophie acabou me perguntando em dado momento, — você não acha que está puxando o seu limite demais? Sorri. — Não, eu estou bem… até porque, eu mal ando conseguindo dormir direito mesmo. — Vocẽ sabe que vão te mandar pra casa, não é? — Sophie insistiu naquilo, — mesmo que não esteja conseguindo dormir, vocẽ não precisa disso. Suspirei, porque no fim… eu estava sendo uma idiotä, e eu sabia disso. “Bom… a essa hora, ele já deve ter ido embora…” eu pensei comigo mesma, e quando eu me leva