Capítulo 159Clare Vallence Itália | 17 de JunhoA noite estava estranhamente calma. Eu estava terminando de me arrumar, ajustando o vestido na frente do espelho e pensando no jantar que Mia havia sugerido. Ela sempre tinha ótimas ideias e, honestamente, depois de toda a confusão dos últimos dias, eu estava ansiosa para uma noite descontraída. Algo normal. Tranquilo.Mas, de repente, tudo mudou.A porta do quarto se abriu com tanta força que quase caiu das dobradiças, batendo na parede com um estrondo. Dei um salto de susto, me virando depressa para ver Marcelus entrando no quarto como uma tempestade, com uma expressão que eu não conseguia entender de imediato. Ele estava diferente, tenso, os olhos arregalados de um jeito que me fez sentir um arrepio instantâneo. Não era o Marcelus que eu conhecia.— Marcelus? — Minha voz saiu hesitante, ainda sem entender o que estava acontecendo. — O que aconteceu? Você está—— Não temos tempo. — Ele me interrompeu, a voz dura, quase desesperada. E
Capítulo 160Clare VallenceItália | 17 de JunhoEu estava sentada no banco do carro, ainda tentando entender tudo o que tinha acabado de acontecer. Meu corpo estava imóvel, o choque me deixando paralisada. Marcelus dirigia como se o próprio diabo estivesse nos perseguindo, as mãos firmes no volante, o maxilar travado, e o olhar fixo na estrada. Cada batida do meu coração era acompanhada pela dúvida: Isso realmente está acontecendo?A noite que começou tranquila, com planos para jantar com Mia, agora estava virada de cabeça para baixo. Mia estava morta. Assassinada. Aquelas palavras ainda não faziam sentido para mim, e quanto mais eu tentava processar, mais irreal tudo parecia.Marcelus não parava de acelerar, a tensão no ar era sufocante. Eu sabia que ele estava tentando me proteger, mas também sabia que ele estava lidando com o medo de uma maneira que não fazia sentido para mim. Isso tudo era um exagero, não era? Fugir assim? Deixar tudo para trás tão rápido?Eu precisava falar com
Capítulo 161Clare VallenceItália | 17 de JunhoEu queria que ele parasse. O helicóptero zumbia tão alto que parecia que minhas ideias se embaralhavam a cada batida das hélices, mas, mesmo sem aquele ruído, a confusão em mim seria a mesma. Eu queria que ele parasse de agir como se tudo estivesse sob controle, mas o rosto de Marcelus era uma parede intransponível, aquela expressão fechada de quem tinha um único objetivo e não estava disposto a ceder.— Marcelus, você precisa me ouvir! — Eu tentei gritar por cima do barulho, sentindo meu corpo ser pressionado contra o assento. Ele não desviou o olhar da frente, concentrado como um soldado em batalha, ignorando qualquer interferência externa, inclusive eu.— Não vamos discutir isso agora, Clare! — Ele disse, a voz dele saindo mais alta que o normal, tentando competir com o som ensurdecedor ao nosso redor.Senti uma onda de frustração misturada com medo. Ele simplesmente não ia parar, não ia me escutar. Por que ele sempre agia como se so
Capítulo 162Clare VallenceInglaterra | 16 de JunhoEu estava sentada na sala de estar dos Beaufort, encarando o chão, tentando manter o foco em algo que não fosse a confusão gigante que tinha se tornado minha vida. O ambiente ao redor era chique, impecável, mas a sofisticação da casa só fazia tudo parecer mais irreal. Ao meu lado, Ágape e Nathaniel estavam sentados em silêncio, me observando com uma mistura de preocupação e hesitação. Eu sabia que eles queriam me ajudar, mas o peso do que estava acontecendo era grande demais até para eles.Ágape estendeu a mão e tocou meu ombro, um gesto de conforto, mas eu me afastei, me levantando do sofá em um movimento brusco. Não queria aquele tipo de consolo. Eu queria respostas. E o silêncio de Marcelus, que estava em pé à frente de nós, com os braços cruzados e a testa franzida, me deixava ainda mais furiosa.— Clare, eu sei que você está brava, mas... — começou Ágape, a voz calma, tentando me acalmar.— Brava? — Eu soltei uma risada amarga,
Capítulo 162Clare VallenceInglaterra | 16 de JunhoEu estava sentada na sala de estar dos Beaufort, encarando o chão, tentando manter o foco em algo que não fosse a confusão gigante que tinha se tornado minha vida. O ambiente ao redor era chique, impecável, mas a sofisticação da casa só fazia tudo parecer mais irreal. Ao meu lado, Ágape e Nathaniel estavam sentados em silêncio, me observando com uma mistura de preocupação e hesitação. Eu sabia que eles queriam me ajudar, mas o peso do que estava acontecendo era grande demais até para eles.Ágape estendeu a mão e tocou meu ombro, um gesto de conforto, mas eu me afastei, me levantando do sofá em um movimento brusco. Não queria aquele tipo de consolo. Eu queria respostas. E o silêncio de Marcelus, que estava em pé à frente de nós, com os braços cruzados e a testa franzida, me deixava ainda mais furiosa.— Clare, eu sei que você está brava, mas... — começou Ágape, a voz calma, tentando me acalmar.— Brava? — Eu soltei uma risada amarga,
Capítulo 164Clare VallenceInglaterra | 16 de JunhoEu não queria olhar para Marcelus. Só de pensar nele, o sangue esquentava nas veias, a raiva pulsando.O problema era o silêncio dele, as decisões mal explicadas, a maneira como ele simplesmente deixou Vincenzo sozinho depois de Mia ter sido morta. Como ele podia me afastar e deixar o irmão na Itália, com todo o caos ao redor, sem nem me dar uma justificativa decente? Eu precisava entender.— Clare, escuta... — ele começou, mas eu levantei a mão, já cansada de ouvir desculpas.— Eu não quero ouvir agora, Marcelus. — Minha voz saiu fria, dura, enquanto eu caminhava até a janela, tentando manter o foco em qualquer coisa que não fosse ele. — Você me trouxe para cá sem explicar porra nenhuma. Deixou seu irmão lá, sozinho. Como você acha que eu me sinto? Eu não sou uma idiota.Eu não olhei para trás, mas sentia os olhos dele cravados nas minhas costas. A tensão entre nós encheu o quarto de um jeito quase sufocante. O som dos passos dele
Capítulo 164Clare VallenceInglaterra | 16 de JunhoEu não queria olhar para Marcelus. Só de pensar nele, o sangue esquentava nas veias, a raiva pulsando.O problema era o silêncio dele, as decisões mal explicadas, a maneira como ele simplesmente deixou Vincenzo sozinho depois de Mia ter sido morta. Como ele podia me afastar e deixar o irmão na Itália, com todo o caos ao redor, sem nem me dar uma justificativa decente? Eu precisava entender.— Clare, escuta... — ele começou, mas eu levantei a mão, já cansada de ouvir desculpas.— Eu não quero ouvir agora, Marcelus. — Minha voz saiu fria, dura, enquanto eu caminhava até a janela, tentando manter o foco em qualquer coisa que não fosse ele. — Você me trouxe para cá sem explicar porra nenhuma. Deixou seu irmão lá, sozinho. Como você acha que eu me sinto? Eu não sou uma idiota.Eu não olhei para trás, mas sentia os olhos dele cravados nas minhas costas. A tensão entre nós encheu o quarto de um jeito quase sufocante. O som dos passos dele
Capítulo 166Marcelus MoreauInglaterra | 17 de JunhoEu mal conseguia segurar o celular. Minhas mãos tremiam, o suor escorria pela minha testa, e minha mente estava a mil.Eu não sabia mais o que fazer.Clare claramente ainda estava um pouco brava comigo, e com razão. Eu a estava mantendo presa aqui em Londres, longe do caos que estava acontecendo na Itália, mas meu coração estava em pedaços só de pensar no que poderia acontecer se eu cedesse. Não era só sobre proteção, era muito mais do que isso. Eu tinha que garantir que ela estivesse viva, longe da loucura dos Lombardia e dos Marini.— Pai... — Eu mal conseguia completar a frase, quando finalmente ouvi a voz grave de Mario do outro lado da linha.— Marcelus? — Ele parecia cansado, mais do que o normal. — O que está acontecendo, filho? Clare está bem?Eu olhei para Clare, que estava de costas para mim, encarando a janela. Ela não queria falar comigo, e talvez fosse melhor assim, porque eu mesmo não sabia o que dizer.— Sim, ela est