Capítulo 150Marcelus Moreau Marini Itália | 8 de JunhoEu mal tinha me acomodado depois da apresentação de Clare, quando senti o olhar do meu pai. Ele estava de pé, do outro lado da sala, conversando com alguns parentes distantes, mas seu olhar era firme, focado em mim. Sabia o que viria a seguir. Não importava o quanto a noite fosse sobre Clare ou a nossa apresentação, Mario Marini sempre tinha uma pauta diferente para discutir. E eu já estava acostumado com isso.Com um leve aceno de cabeça, ele me chamou para um canto mais isolado, longe dos olhares curiosos e da conversa fiada que dominava a sala. Suspirei, ajeitando o paletó enquanto me aproximava. Esse tipo de conversa nunca era leve com meu pai.— Então, — comecei, antes mesmo que ele pudesse dizer algo. — O que é agora? Vincenzo já está resolvendo alguma outra crise que você não me contou?Mario me deu aquele sorriso calculado, um sorriso que significava que ele já sabia algo que eu não sabia. Clássico. Ele fez um gesto casu
Capítulo 151Clare Vallence Itália | 8 de JunhoMarcelus voltou para perto de mim depois de sua conversa com Mario, e, mesmo sem falar nada de imediato, eu senti que algo estava diferente. Havia uma leveza em seus olhos, um brilho que não estava ali antes. Eu sorri de leve, curiosa para saber o que tinha acontecido naquela conversa. Mas ele não me deu tempo para perguntar.— Clare, vem comigo. — Ele disse, estendendo a mão para mim.Peguei sua mão sem hesitar, embora estivesse intrigada. Ele parecia mais sério do que o normal, o que me fez questionar o que estava acontecendo. Marcelus me conduziu até o centro da sala, onde todas aquelas pessoas — os Marini, seus amigos, seus associados — ainda estavam reunidas. Aquele monte de gente me deixou tensa por um segundo. Eu já tinha sobrevivido à apresentação, e só queria que aquilo acabasse logo. Mas, ao mesmo tempo, algo na expressão de Marcelus me dizia que havia mais por vir.De repente, ele se virou para mim, ainda segurando minha mão.
Capítulo 152Clare VallenceItália | 08 de JunhoEu ainda estava flutuando. Depois daquele jantar, onde tudo parecia se encaixar perfeitamente, o noivado veio como a cereja no topo de um bolo que eu nem sabia que estava sendo preparado.Mas acima de tudo… as coisas ainda pareciam muito… surreais.Estávamos indo de volta para o nosso quarto, Marcelus me olhava de um jeito que fazia meu corpo inteiro formigar. Sabia exatamente o que aquilo significava. Era como se tivéssemos uma conversa silenciosa durante o jantar todo. Cada sorriso, cada toque sutil, cada troca de olhares... tudo construía o que viria depois.Assim que entramos no quarto, ele fechou a porta com um empurrão firme. Eu me virei para encará-lo, e o que vi nos olhos dele era desejo puro, quase uma fome que me fazia perder o controle antes mesmo de ele me tocar.— Ansiosa, Clare? — ele perguntou, com aquele tom provocador e malicioso de sempre. Marcelus gostava de me testar, mas dessa vez eu não ia dar o gosto de prolongar
Capítulo 153Clare VallenceItália | 09 de JunhoEu acordei com a luz suave do sol entrando pelas frestas das cortinas. O quarto ainda estava quente, o ar pesado com o cheiro de sexo da noite passada.Meus músculos estavam doloridos, mas de um jeito bom, aquele tipo de dor que faz você lembrar exatamente de cada movimento, de cada estocada, de cada gemido. Olhei para o lado e vi Marcelus ainda dormindo. O corpo dele, coberto de tatuagens, estava meio descoberto, e eu podia ver o peito subindo e descendo lentamente com a respiração.Parecia até inocente daquele jeito, mas eu sabia melhor.Meu corpo inteiro formigava ao lembrar do que rolou horas atrás. Meu corpo ainda estava pulsando, como se não tivesse tido o suficiente. A noite foi intensa, brutalmente deliciosa. Mas agora, olhando pra ele ali, parecia que algo dentro de mim estava pedindo mais. Não sei se era o anel no meu dedo, um lembrete de que ele era meu, ou se era simplesmente o jeito que o corpo dele me fazia perder o contro
Capítulo 154Vincenzo Marini Itália | 9 de JunhoEu me sentei na poltrona da sala, esticando as pernas enquanto Mia me entregava uma xícara de café. A manhã estava calma, quase tranquila demais para o tanto de confusão que cercava a nossa família ultimamente. Marcelus, o grande gênio emocional, finalmente tinha percebido o que qualquer um com olhos já sabia há tempos. Eu não pude deixar de rir sozinho, balançando a cabeça, lembrando de como ele foi lento em perceber o que sentia por Clare.— Ele sempre foi meio tapado pra essas coisas, né? — Mia comentou, se ajeitando no sofá ao meu lado, com um sorriso nos lábios.— Mais do que tapado, Mia. — Respondi, rindo de novo. — Marcelus nunca soube lidar com sentimentos. Isso pra ele é como tentar desarmar uma bomba sem manual de instruções.Ela soltou uma gargalhada alta, se acomodando no sofá e puxando as pernas para cima.— E o melhor de tudo é que eles sempre foram tão óbvios. Toda vez que estavam no mesmo cômodo, era impossível não nota
Capítulo 155Clare Vallence Itália | 9 de JunhoEu mal podia acreditar que minha manhã havia começado com Mia e Vincenzo rindo descaradamente de mim e Marcelus. Quando finalmente conseguimos nos livrar das piadas e provocações sobre nossa "noite barulhenta", eu estava vermelha até a raiz do cabelo. Eles são impossíveis. Marcelus lidou bem, como sempre, mas eu? Estava pronta para desaparecer no chão.Assim que as coisas se acalmaram e o café da manhã acabou, Mia veio com uma ideia que, no início, me pegou de surpresa.— Clare, vamos fazer uma coisa divertida hoje. — Ela disse, me puxando para o lado antes mesmo de eu ter tempo de processar o que acabara de acontecer na sala. — Eu quero te levar a um lugar que conheço. É perfeito para o que você precisa.— Lugar perfeito? — Perguntei, ainda um pouco perdida. — Do que você tá falando?Mia sorriu, aquele sorriso cheio de segundas intenções que eu estava começando a entender melhor a cada dia. Ela era uma força da natureza, sempre com um
Capítulo 156Clare Vallence Itália | 17 de JunhoAquela semana tinha passado rápido demais. Desde o dia na estilista, eu e Mia estávamos praticamente inseparáveis. Ela era daquele tipo de pessoa que, uma vez que decide se aproximar de você, faz isso com tanta naturalidade que quando você percebe, já estão dividindo segredos e rindo de qualquer coisa. Eu estava começando a me sentir mais à vontade com ela, como se, de algum jeito, ela fosse minha irmã mais velha.Ainda assim, depois de experimentar o primeiro vestido, uma coisa ficou clara: eu precisava de Ágape ali comigo. Não tinha como tomar uma decisão tão importante sem a minha melhor amiga por perto, e eu sabia que, quando contasse sobre o noivado, ela ia surtar de felicidade. E, claro, não estava errada.Assim que saí da loja com Mia, não perdi tempo e liguei para Ágape. A ligação não demorou muito para se transformar em uma mistura de gritos de animação e um monte de perguntas.— COMO ASSIM VOCÊ TÁ NOIVA, MULHER?! — A voz dela
Capítulo 157Vincenzo Marini Itália | 17 de JunhoO sol brilhava, e o clima estava tão leve que mal parecia que eu tinha uma reunião importante mais tarde. Mia e eu almoçávamos juntos em um restaurante tranquilo, longe dos olhares curiosos que sempre acompanhavam alguém com o sobrenome Marini. Eu sabia que aquele momento era uma calmaria temporária, mas cada segundo ao lado dela fazia com que tudo parecesse mais simples, mais fácil.— Você acha que eles vão cooperar? — Mia perguntou, mexendo distraída em seu prato de salada.Ela sabia do encontro importante que eu teria com um grupo do sul da Itália, representantes de famílias que controlavam boa parte das importações naquela região. A verdade era que, nas últimas semanas, os problemas com as importações da nossa família estavam se acumulando. A família rival, os Lombardia, vinha fazendo de tudo para atrapalhar nossos negócios, e, sem o apoio do sul, a situação só ia piorar.Eu respirei fundo, ponderando a resposta.— Eles vão cooper