TAYLOR
Cinco anos depois...
— Vem com o papai, minha garotinha...
— Não. — Ela fez um biquinho e correu para os braços da mãe.
— Ai, meu Deus, como ela é dengosa! — Kimberly sorriu, envolvendo a pequena Amberly em um abraço.
Amberly era a nossa garotinha, escolhi o nome parecido com as letras finais da mãe porque Kimberly era a minha paixão, e eu faria de tudo por ela. Ela havia me dado o melhor presente, uma filha, que todos os dias fazia de mim um homem melhor.
KIMBERLY— Vamos lá, apenas sorria, querida, é o seu momento, aproveite! — Ana sorriu graciosamente, demonstrando pela primeira vez um resquício de sentimento.Uma lágrima solitária rolou pela sua face, o que me surpreendeu, pois nunca demonstrava suas fraquezas. Ela então se aproximou, me abraçando, e disse próximo ao meu ouvido:— É a sua chance de ser feliz, agarre-a com tudo!Assim que Ana saiu do quarto para ir buscar meu véu,
Eu estava com 24 anos e no auge da minha carreira de modelo, envolvida pelo homem dos meus sonhos, Taylor Whites. Acreditava não necessitar de mais, pois me sentia feliz. Porém não era tão inocente no que dizia respeito aos meus desejos e, como resultado, do outro lado da mesa, me vi sendo testada pelo destino.Ele… Brandon Mitchel era um fascinador munido de seus olhos azuis, voz grossa e estilo, o que se tornou minha condenação. Mas mal eu sabia que o que estava por vir era muito pior.Tudo poderia vir por água abaixo, se eu não tomasse uma decisão.
Eram nove horas da manhã quando tive pausa no trabalho e me direcionei à cafeteria mais próxima da agência, pois estava de estômago vazio. Pisei firme na calçada de concreto e observei a placa onde estava escrito Cafeteria Chayli, logo acima da porta.Naquela manhã, eu usava um scarpin vermelho e um vestido da mesma cor até o joelho. Havia um decote de tela transparente entre os seios, e o modelo era tão justo, que as curvas delicadas do meu corpo estavam expostas a cada passo que eu dava até o balcão, atraindo alguns olhares de homens. Ajeitei a bolsa vermelha de lado e fiz gentilmente meu pedido à garçonete, que anotava tudo em um pequeno bloco de papel no balcão.Procurei calmamente um lugar para sentar e apreciar o delicioso cappuccino, mas estava tão chei
TAYLOR— Bom dia, amor…Ela se sentou na cama no momento em que eu entrei com uma bandeja de café da manhã, feita por mim, com leite, café, torradas, geleia, suco e tudo o que tínhamos direito. Era um dia especial. Não que eu não tivesse caprichado em outros dias anteriores, mas aquele precisava ser perfeito. Minhas mãos estavam trêmulas, e uma gota de suor caía da testa.— Eu tenho uma surpresa para você. — Coloquei a bandeja na cama, evitando deixar que caísse, e lhe dei um beijo rápido nos lábios.Abri a gaveta ao lado da cama e logo tirei, de maneira cautelosa, para que ela não percebesse, a pequena caixinha preta de veludo.
KIMBERLYAgência FashionableSaí da casa de Taylor e fui direto para a agência, que não era muito longe dali. Cheguei, infelizmente, mais uma vez atrasada.Espero não ser despedida, repeti incontáveis vezes mentalmente enquanto caminhava, passando rapidamente pela recepção.Entrei a passos lentos no corredor, atenta a todos que estavam ali, e mesmo um tanto aflita de levar uma bronca pelo atraso, não demonstrei receio ou fraqueza. Uma das funcionárias não tentava sequer disfarçar o olhar torto, assim
KIMBERLYNa Mansão Whites…A noite já havia trazido consigo algumas nuvens tapando as estrelas, mas em compensação, permeava um clima tranquilo e harmônico na mansão Whites.Ana e eu estávamos deslumbradas, todos sorriam, com suas impecáveis taças de cristal em mãos. Não havia nada melhor do que uma pequena social entre amigos, queridos e as futuras integrantes da família Whites. Estava perfeito — ao menos era o que a maioria dos presentes enfatizou no decorrer dos brindes, pois faltava, para Dhavid, o irmão mais velho de Taylor, o principal: o pai, que não chegava.De
TAYLORFaltava menos de um minuto para a reunião quando entrei na sala, e ao abrir a porta, recebi uma imagem de Kimberly em meu celular. Animado e à espera de um pedido de desculpas por ela ter desligado abruptamente, me deixando falando sozinho, abri a foto, e não consegui disfarçar o sorriso malicioso que surgiu em meus lábios. Sequer lembrei que a sala de reuniões estava cheia. Caminhei, ajeitando o terno, até a mesa, me sentindo levemente excitado, observando os empresários que permaneciam em silêncio e os cumprimentando, desconcertado. Mas era como se eu não estivesse ali, pois meus pensamentos estavam concentrados na foto.Um pouco desconfortável, ajeitei meu corpo na cadeira e, com um lenço, sequei uma gota de suor que brotou em minha
TAYLORAlguns meses haviam se passado. Eu e minha futura mulher estávamos cada vez mais próximos — não que antes não estivéssemos, só que nas semanas que se seguiram, ficamos mais tempo juntos.Ainda não havíamos planejado a data do casamento, mas de minha parte tinha muita pressa. Não via a hora de tê-la todos os dias perto de mim. Mas ela precisava terminar alguns assuntos pendentes na agência, para não deixar ninguém na mão, já que pretendia sair após nos casarmos.A movimentada avenida Rio Branco passava pela pequena janela do meu veículo. Parei calmamente em frente a um dos mais enormes e belos edifícios da cidade. Desci deixando o carro com o manobrista, e so