TAYLOR
Algumas semanas se passaram, e eu estava mantendo em segredo o fato de ter reatado meu noivado. Mas a hora havia chegado, era preciso levar Kimberly para conversar com minha mãe, e assim o fiz após sair mais cedo da empresa, passando no apartamento de Kimberly para buscá-la. Cheguei de surpresa no início da tarde, deixando minha mãe assustada com a presença de minha noiva, me ignorando.
— Kimberly, o que faz aqui? — perguntou, serena ao me ver de mãos dadas no sofá com a mãe de meu filho.
— Mãe, eu vim comunicar que nos reatamos o noivado.
— Sério? — questionou, espantada.
Era para me estapear de raiva... Mas, não! Eu estava imóvel, tentando assimilar o que Taylor havia me contado, um nó se formava na minha garganta ao me recordar de Michael, ou Brandon, seja lá qual era seu nome verdadeiro. Eu o odiava tanto... Em momento algum ele deu explicações a Taylor e simplesmente fez com que ele acreditasse que realmente nós tínhamos um caso…Coisa absurda, não! Eu não ia aceitar que ele entrasse na minha vida novamente, colocando meu casamento em risco. Ele estava enganando Clara, eu tinha 99,9% de certeza. É claro que estava fazendo isso para se aproximar de mim, estava mais do que na cara. Era quase impossível acreditar que aquele velho estúpido estava ressurgindo das cinzas, mas estava!— Ai, que ódio! Clara nos recebeu contente, com abraços calorosos, Taylor até chegou a comentar que a alegria estava um tanto exagerada, mas Ana fingiu não ouvir, e eu não comentei nada, para não parecer invejosa, apenas a parabenizei.— Oh, querida, toda a felicidade do mundo é sua… — disse em tom suave, embora tenha parecido uma ironia. Mas, como dizem por aí… Sou responsável pelo que eu falo, não pelo que os outros entendem…Analisei todos os cantos da casa — que, por sinal, tinha uma ótima decoração — pois estava à procura do cretino manipulador. Porém ele não havia chegado. Ficamos à espera do astro da noite... Pensar assim me causava risos internos, mas tinha de me segurar.<Capítulo quinze:
TAYLORCinco anos depois...— Vem com o papai, minha garotinha...— Não. — Ela fez um biquinho e correu para os braços da mãe.— Ai, meu Deus, como ela é dengosa! — Kimberly sorriu, envolvendo a pequena Amberly em um abraço.Amberly era a nossa garotinha, escolhi o nome parecido com as letras finais da mãe porque Kimberly era a minha paixão, e eu faria de tudo por ela. Ela havia me dado o melhor presente, uma filha, que todos os dias fazia de mim um homem melhor. KIMBERLY— Vamos lá, apenas sorria, querida, é o seu momento, aproveite! — Ana sorriu graciosamente, demonstrando pela primeira vez um resquício de sentimento.Uma lágrima solitária rolou pela sua face, o que me surpreendeu, pois nunca demonstrava suas fraquezas. Ela então se aproximou, me abraçando, e disse próximo ao meu ouvido:— É a sua chance de ser feliz, agarre-a com tudo!Assim que Ana saiu do quarto para ir buscar meu véu,Capítulo dezessete: ( Último Capítulo)
Eu estava com 24 anos e no auge da minha carreira de modelo, envolvida pelo homem dos meus sonhos, Taylor Whites. Acreditava não necessitar de mais, pois me sentia feliz. Porém não era tão inocente no que dizia respeito aos meus desejos e, como resultado, do outro lado da mesa, me vi sendo testada pelo destino.Ele… Brandon Mitchel era um fascinador munido de seus olhos azuis, voz grossa e estilo, o que se tornou minha condenação. Mas mal eu sabia que o que estava por vir era muito pior.Tudo poderia vir por água abaixo, se eu não tomasse uma decisão.
Eram nove horas da manhã quando tive pausa no trabalho e me direcionei à cafeteria mais próxima da agência, pois estava de estômago vazio. Pisei firme na calçada de concreto e observei a placa onde estava escrito Cafeteria Chayli, logo acima da porta.Naquela manhã, eu usava um scarpin vermelho e um vestido da mesma cor até o joelho. Havia um decote de tela transparente entre os seios, e o modelo era tão justo, que as curvas delicadas do meu corpo estavam expostas a cada passo que eu dava até o balcão, atraindo alguns olhares de homens. Ajeitei a bolsa vermelha de lado e fiz gentilmente meu pedido à garçonete, que anotava tudo em um pequeno bloco de papel no balcão.Procurei calmamente um lugar para sentar e apreciar o delicioso cappuccino, mas estava tão chei
TAYLOR— Bom dia, amor…Ela se sentou na cama no momento em que eu entrei com uma bandeja de café da manhã, feita por mim, com leite, café, torradas, geleia, suco e tudo o que tínhamos direito. Era um dia especial. Não que eu não tivesse caprichado em outros dias anteriores, mas aquele precisava ser perfeito. Minhas mãos estavam trêmulas, e uma gota de suor caía da testa.— Eu tenho uma surpresa para você. — Coloquei a bandeja na cama, evitando deixar que caísse, e lhe dei um beijo rápido nos lábios.Abri a gaveta ao lado da cama e logo tirei, de maneira cautelosa, para que ela não percebesse, a pequena caixinha preta de veludo.
KIMBERLYAgência FashionableSaí da casa de Taylor e fui direto para a agência, que não era muito longe dali. Cheguei, infelizmente, mais uma vez atrasada.Espero não ser despedida, repeti incontáveis vezes mentalmente enquanto caminhava, passando rapidamente pela recepção.Entrei a passos lentos no corredor, atenta a todos que estavam ali, e mesmo um tanto aflita de levar uma bronca pelo atraso, não demonstrei receio ou fraqueza. Uma das funcionárias não tentava sequer disfarçar o olhar torto, assim