Evangeline olhava para a entrada do parque, quando Samuel passou por ali. Ela o amaldiçoou baixinho, por realmente ter ido e por ter chegado tão rápido. No fundo, Evie queria um motivo para o odiar. Assim que ele se aproximou do lugar onde Evangeline estava sentada, ela não se levantou para recepcioná-lo. Evie ficou olhando para o fundo do copo recém vazio e sugando nada no canudo. Samuel se sentou diante dela e suspirou de forma aliviada. Depois de tê-la encurralado na noite passada, ele imaginou que a última coisa que Evangeline gostaria, seria de vê-lo novamente. — Fiquei surpreso com a sua ligação. — ele diz, tirando o paletó e deixando-o sobre o colo. — Achei que você voltaria para casa e não nos falaríamos mais. — Era o que eu queria fazer. — Ainda bem que não o fez. — Você realmente acha que eu era abusada? — Oi? — Você entendeu a pergunta. — Evangeline abandona o copo vazio e o olha. — Acha que Leah deixava aqueles homens estranhos mexerem comigo? — Não, não acho. Le
Alec chegou alguns minutos depois que Evangeline e já a encontrou deitada embaixo de cobertas pesadas. Ele se aproxima e se senta próximo a ela. Evie estava com a pequena foto de Juliane em suas mãos e imaginava como teria sido sua vida ao lado dela. — Você é a cara dela. — Alec comenta. Era impossível deixar aquilo passar. — Você acha que eu teria tido uma vida diferente? — Evangeline o olha e ao perceber a expressão confusa de Alec, ela se senta e reformula sua frase. — Acha que se eu tivesse sido criada por ela, eu seria diferente do que sou hoje? — Não. Você foi criada por um desastre de pessoa e é uma mulher incrível. Evangeline torna a olhar a foto e entrar em um mundo apenas dela. Ao vê-la se entristecer mais uma vez, Alec decide que não vai deixar aquilo acontecer. — Eu trouxe isso para você. — ele diz, puxando uma sacola de papel que estava próximo ao seu pé. — Quando você disse que estava com um pouco de dor, eu pensei que seria bom mimá-la. Alec virou a saco
Após pousarem em NY, Alec deixa Evangeline no hotel e vai para sua casa, contar as boas novas a Blake. Ele mal passou pela porta e já sentiu que seria um dia de merda. — Filho! — Ah, não. — Alec resmunga e larga a mala ao lado da porta. — O que faz aqui, Dominique? Você não tinha ido embora? — Claro que não, meu querido. — a estonteante e exagerada mulher, se aproxima e abraça Alec, fazendo-o revirar os olhos. — Fui ajudar meu marido em uma questão pessoal, mas já estou de volta para vocês. — Que pena. Onde meu pai está? — Não vai nem perguntar se eu estou bem? Alec revira os olhos mais uma vez e decide procurar seu pai por conta própria. O escritório estava intacto, sem nenhuma presença do velho Blake. Alec sabia que seu pai não tinha estado ali nas ultimas vinte e quatro horas, pois não tinha nenhum aroma de bebida ou charuto no ar. Ao subir, ele escuta música alta vir do quarto de Audrey e sorri de leve, lembrando de como é bom a presença da sua irmã mais velha em sua vida.
— Amiga! — Felippa atacou Evangeline em um abraço, assim que a ruiva abriu a porta de seu quarto no hotel. — Achei que você iria me abandonar e morar com a rainha. — Eu jamais abandonaria você, Felps. Vem. Tenho muito para te contar. Evangeline não poupou nenhum detalhe sobre sua viagem até Londres. Felippa ficou extremamente irritada com a história sobre Samuel; ficou empolgada com o conhecimento de Mason, mas sua alegria maior, foi quando soube que Evie e Alec tinham feito sexo. — FINALMENTE! — gritou, fazendo Evangeline tampar os ouvidos e se proteger do pulo que Felippa deu sobre ela. — MEU DEUS! EU ESTOU TÃO FELIZ! — Meu Deus, Felippa. Não é para tanto. — Ah, para! Vocês transaram a noite TODA e não foi grande coisa? Evie lambe os lábios de forma travessa e recorda os momentos sexuais ao lado de Alec; embaixo de Alec; por cima de Alec... — Você está pensando nisso agora mesmo, não está? — Felippa questiona, encarando o semblante da sua melhor amiga. Ela pega uma almofada
Algumas semanas se passaram, desde que Evangeline confrontou o pai de sua melhor amiga. Logo após o almoço com Felippa, Evie entrou em contato com Alec e o deixou a par de toda a conversa que havia tido com Willian. Ele desligou o telefone e em menos de dez minutos apareceu no hotel, querendo tirar satisfações com o homem. Willian só não foi morto pela ameaça feita a Evangeline, pois ela foi capaz de segurar a fúria do seu amado e assim, dar mais uma chance ao pai de Felippa. Ela não vira mais Willian. Questionou uma ou duas vezes a sua amiga, onde o seu pai estaria, e a garota mencionou por alto que ele teria arrumado um trabalho em um bar. Aquilo deixou Evangeline ligeiramente tranquila, já que Adriane havia devolvido o dinheiro do empréstimo e toda a história de sequestro, tinha se esvaído. Sentada entre seus colegas de aula, Evangeline tocava seu violino com a excelência que apenas ela poderia exercer. Enquanto os outros olhavam as partituras, para não errar nenhuma nota, Evie
Todas as casas eram exatamente iguais e ficavam no mesmo lugar que os trailers. Uma cerca branca, sala, cozinha, sala de jantar e banheiro no andar de baixo; dois quartos e um banheiro no andar de cima. Todas tinham o tom bege e o telhado acinzentado. — Sua casa é de frente para a minha! — Felippa comemora, abraçando Evangeline. — Está tudo tão lindo. Eu nem consigo acreditar que finalmente temos uma casa de verdade. Evie se vira para encarar a casa e enquanto Felippa tagarela, sua mente vaga. Ela não consegue deixar de pensar em Leah. Apesar de ela nunca ter sido uma boa mãe, Evangeline era o exemplo de filha perfeita. Além de se tornar uma musicista de sucesso, ela também tinha o sonho de morar em uma casa e ter Leah ao seu lado. E mesmo naquele momento, sabendo toda a verdade a cerca de sua vida, ela ainda desejava que sua mãe estivesse bem. Notando que Evangeline estava em qualquer lugar, menos ali e que estava falando sozinha para o vento, Felippa deu um peteleco na orelha de
A blusa de grife conhecida e a mini saia da loja mais cara da cidade, estavam sujas e rasgadas. O cabelo negro amarrado em um rabo de cavalo alto, parecia ter sido cortado por uma faca de tão torto que estava. Mas diante de tudo aquilo, o que mais chocou Evangeline, era o rosto de Leah. Ele estava repleto de hematomas mal curados. — Eu sempre soube que você era melhor do que eu. — Leah diz, encarando o vestido que Evangeline usava. — O que quer aqui, Leah? — Evie questiona, tentando não se abalar com a feição emotiva que ela carregava e fechando a porta. — Achei que nunca mais fosse ver você. — Bem... eu... eu voltei. Voltei para casa. — Casa? — a garota solta uma risada sarcástica e guarda a chave na bolsa. Cada movimento, era observado por Leah. — Aí Leah... você é uma figura. — Não entendi a ironia, Evangeline. — Não se faça de idiota, Leah. Você é uma puta drogada, mas não é burra. — Olha como fala comigo. Eu sou sua... — Você não é nada minha. — Evie cospe, sentindo seus
Ao abrir a porta, Evangeline ficou realmente surpresa. Toda a escuridão deixou de existir e a imagem de diversas pessoas desconhecidas, se fez presente para ela. Felippa e Audrey estava à frente de todos eles, cada uma segurando um balão com o número dois, indicando a nova idade de Evie. — SURPRESA! — Felippa grita, indo até sua melhor amiga e a abraçando. — Achou realmente que esse ano você não teria uma surpresa de aniversário? — Sua maluca! Então toda aquela briga mais cedo... — Era só para você não notar a meu sumiço. — Você é impossível! — Evie bate em sua amiga e a abraça de novo. — Mas... quem é toda essa gente? — Parece que mesmo morando anos fora da cidade, Audrey ainda tem muitos amigos. A loira grávida solta o balão que estava em suas mãos e se aproxima com os braços abertos, pronta para envolver Evangeline em um abraço repleto de carinho. — Você não tem tantos amigos. — Adurey diz beijando as duas bochechas da ruiva. — Tive que dar um jeitinho para essa festa não f