Procuro não focar em detalhes como esses, logo que entro surpreendo-me com a beleza do hall de entrada, não lembrava ser tão deslumbrante.
Lembro que no passado essa casa era mais sombria e rústica, na verdade, um lugar mais antigo, hoje o toque de modernidade misturado a antiguidade deixa o local mais charmoso e luxuoso. Acredito que jamais vou deixar de me surpreender com essa família, tanto em sua audácia quanto em suas traições.
Fiquei encantada com a reforma nas escadas laterais que levam ao segundo andar, a substituição do piso de madeira pelo granito ficou impecável, como tudo ali presente. O local tem tons de bege e marrom escuro, o corrimão preto das escadas quebra o tom de seriedade dando um charme inusitado, o grande lustre do hall de entrada fica logo acima da mesa redonda entre as duas escadas, as poltronas de couro preto encostadas nas paredes dão um ar de mistérios e seriedade, tudo naquele espaço é surpreendente.
— Qual o seu nome senhorita? — Um senhor vestido com smoking me observa desconfiado fazendo com que eu saia do meu transe momentâneo.
— Dana Trion. — O encaro de cabeça erguida e ele procura meu nome na extensa lista que estava em suas mãos.
— No final do corredor Srta. Trion. — Se curva indicando o local com mão.
— Obrigada — digo gentilmente.
Faço o que me é pedido e vou diretamente para o jardim dos fundos. Assim que passo pelas portas a música eletrônica invade meus ouvidos em cheio. Muitas pessoas já se encontravam presentes, cada um em sua roda de amigos rindo e conversando enquanto bebem seus champanhes e coquetéis.
Analiso todo o local à procura de quem me interessa, mas não o encontro em lugar algum. Aproveito o momento de sossego para bebericar uma deliciosa taça de vinho tinto suave que se embala em minha língua com delicadeza e doçura.
Percebo os olhares desconfiados dos seguranças, sei que necessito socializar com as pessoas aqui presentes, querendo ou não sou carne nova na toca do dragão. O único problema é não saber quais são os mafiosos que estão aqui para marcar presença e quais são os empresários a fim de fechar negócios com o dono do porto da Itália.
Sem me dar conta um senhor de meia idade se aproxima sorridente. Estava mais entretida procurando minha caça do que no senhor que se aproximava.
— Olá senhorita, sou Donzel Golodiev, nova por aqui? Nunca a vi numa festa como esta antes. — Dono de um sotaque forte sorri abertamente segurando minha mão com delicadeza depositando um beijo nela.
Educadamente sorrio para ele, mas me sinto incomodada com a sua presença marcante. Ele não parece ser um simples convidado e isso está me cheirando a problemas.
— Prazer em conhecê-lo, represento as empresas Trion. Como irmã mais nova de Robert, vim em seu lugar, já que lhe surgiu alguns imprevistos — respondo enquanto dou o meu melhor sorriso vendo a cara de surpresa do homem.
— É uma novidade saber que um Trion tem envolvimento com um Voyaller. Como este mundo é pequeno não. — Ele parece satisfeito em saber que Robert tem envolvimento com Dante.
Sinto que Robert vai me matar quando souber disso, já estou prevendo minha morte de várias maneiras possíveis.
— Às vezes precisamos expandir nossos horizontes. — Ergo a taça em um brinde tomando um grande gole de vinho.
— Tem razão. — Um sorriso sóbrio se estende por seus lábios e percebo que socializar com aquele homem não é a minha melhor opção, então procuro me afastar e somente agora percebo seu olhar lascivo sobre meu corpo, o que me deixa desconfortável.
Caminho por entre os convidados procurando tomar distância do homem que conheci a poucos segundos e inconscientemente minha mente voa para o passado mais uma vez.
No inventário meu pai parecia prever os acontecimentos, pois deixou claro que se acontecesse algo com os Becker, tudo seria passado para Robert Trion, que assumiria seu lugar de CEO, mas manteria uma boa qualidade de vida para sua família e cuidaria de suas filhas como se fossem dele.
Dito e feito. Robert parece uma sombra, ele quer saber de todos os meus passos e de tudo que faço.
Procuro andar ao redor da festa para me lembrar perfeitamente de todos os detalhes desta casa e vejo um grupo de mulheres conversando animadamente e acredito que elas mal sabem o que seus maridos fazem, mas não se importam em viver de aparências e engano apenas para subir na mídia.
A imagem e o dinheiro sempre têm mais valor que os verdadeiros princípios concluo esse pensamento com um sorriso sarcástico no rosto.
Dante comanda toda Itália, podemos dizer que ele está no topo da máfia, mas pouquíssimas pessoas sabem disso. Para todos, ele é um querido e bondoso empresário que ajuda muitas associações carentes, mas ele tem muita sujeira escondida por baixo dos panos.
Lentamente me aproximo das mulheres e sou muito bem recebida, jogo conversa fora enquanto espero o meu alvo aparecer. Tive que treinar muito para não cair em seus encantos e sinceramente ainda não sei se este treino surtiu efeitos.
Dante é lindo, isso eu não posso negar, na verdade, ele sempre foi lindo. Seus olhos azuis te consomem e te faz delirar de tal maneira que você se perde na profundeza daquele olhar. Ele é intenso, sério e prepotente, sabe o poder que tem e exerce com maestria sob as pessoas a sua autoridade.
Finjo prestar a atenção na conversa das mulheres enquanto observo todos os seguranças da festa que não são poucos.
O alvoroço de risadas desvia minha atenção para o local cheio de mulheres aglomeradas e agitadas. Viro-me lentamente para encarar meu inimigo e nossos olhos se encontram.
Dante fixa seus intensos olhos nos meus como garras que te prendem sem que você consiga se libertar. O encaro estática por incontáveis segundos e só desviamos nossos olhares, pois uma jovem se agarra ao seu braço. Neste momento sinto o peso e desespero de não ter ouvido os conselhos do meu tio que sempre abominou vinganças e me aconselhou a não me envolver com Dante, afinal os níveis de experiência de um mafioso elevam-se aos treinos que tive no Japão, que apesar de intensos não se compara ao homem a minha frente que nasceu exatamente para isso.
Neste momento vejo o quão pesado foram suas palavras e como elas eram sinceras, pois encarar de frente o assassino da sua família e não demonstrar sentimentos é mais difícil do que imaginei.
Viro a taça de vinho de uma única vez na tentativa de acalmar os meus batimentos cardíacos, mas essa bebida suave nem mesmo surte efeito no meu organismo acelerado.
Desgraçado, como ele consegue ser tão incrível dentro de um terno como aquele? Sempre com uma pose de poder e autoridade. Todos caem aos seus pés como cachorros bem treinados.
Observo as árvores ao redor do local decidindo me afastar do aglomerado de pessoas que se reúnem em volta do Dragão. Não quero proximidade com Dante, quero apenas analisá-lo de longe e estudar toda a mudança que onze anos lhe causaram.
Por mais que sua atenção esteja voltada para o grupo que se reuni em sua volta, seus olhos estão atentos a cada movimento do meu corpo e cada tentativa de aproximação mudo meu caminho me mantendo afastada.
A realidade é que ele sabe que não faço parte desse mundo e seus olhos não negam a curiosidade e a vontade de me atacar. Ele me quer fora das suas terras.
A festa segue normalmente, minha vontade é pedir um belíssimo whiskey e virar uma generosa dose de uma única vez, mas contenho minhas vontades já que não posso ficar bêbada em um momento como esses.
Por mais que procuro mudanças em tudo que vejo a minha volta, percebo que não há, nem mesmo no homem a minha frente. Ele apenas cresceu e se tornou um verdadeiro homem que deixaria qualquer mulher caída aos seus pés. Com seus cabelos negros penteados de uma maneira selvagem, seu rosto triangular e olhos azuis marcantes. Ele é lindo, eu nunca neguei isso, mas a frieza que aquele coração reserva o torna horrível.
Ainda assim, seus costumes do passado permanecem os mesmos, pois ainda me lembro da maneira que ele enruga a testa e junta as sobrancelhas em uma expressão de nervosismo ou indecisão como faz neste exato momento observando meus olhos.
Sua postura é rígida e as mãos dentro do bolso da calça me diz que ele está entediado e não gosta desta festa. Tudo continua o mesmo, a única coisa que mudou foi a intensidade do seu olhar que no passado se banhavam em esperança e, hoje só vejo escuridão.
Tudo isso me machuca, me magoa, eu amei esse homem até o último momento, até uma das balas de sua arma atingir meu peito em cheio. Desconfortável com o tudo o que passei e a dor que isso me causa opto por ir embora, pois minha cota de espionagem já havia passado dos limites.
Ao voltar a analisar as redondezas da festa vejo que seus seguranças se posicionam em lugares estratégicos para me observar.
Ele é esperto, perspicaz e inteligente, sorrio ao ver que já havia comunicado os seus homens sobre a minha presença.
Desvio minha atenção de Dante por um momento para contar os seguranças a minha volta que giram em torno de dez a quinze homens. Quando ouso voltar minha atenção para Dante sinto um forte impacto em todo o meu corpo ao observar as duas pistolas voltada em minha direção.
Aquele olhar, aquelas armas, a sensação de incapacidade e dor, o desespero, o medo e a frieza daquele olhar. Me sinto acuada, me sinto novamente no passado e não consigo negar o desespero estampado em meu semblante, observar aquelas armas faz com que eu reviva aquela fatídica noite novamente.
Três tiros seguidos faz o impacto do som refletir por meu corpo me deixando estática. Eu não esperava encarar aquelas armas tão cedo, não esperava vê-las tão perto novamente.
Minha respiração irregular entrega o meu desespero, seus olhos não desgrudam dos meus movimentos e eu sei que ele está jogando comigo, pois o sorriso vitorioso em seu rosto o entrega.
Uma salva de palmas e muitos assovios o saúda gloriosamente, a agitação daquele lugar me traz de volta a realidade e antes que as coisas piorem caminho apressadamente para a saída enviando uma mensagem para Tarciso, pois não poderia perder tempo. Contudo, os seus homens seguem meus passos me encurralando em direção a mansão.
Pelo que vejo não sairei sem uma boa luta.
Ao passar pelas portas procuro fechar a passagem para que os homens não me alcancem. E o senhor que me atendeu educadamente me espera segurando uma faca. Respiro profundamente atenta a cada um de seus movimentos desviando do seu ataque repentino e brusco. Seguro seu braço o virando para trás imobilizando os seus movimentos, forço seu punho fazendo com que ele solte a faca gemendo de dor.
Vários homens entraram pelo hall e vejo que não posso perder tempo, bato a cabeça do homem na parede fazendo-o cair desmaiado. Seguro a faca que ele estava carregando e a lanço em um dos homens que vem em minha direção acertando sua perna.
Vendo que não seguirei adiante sem lutar, pego meu punhal e jogo minha bolsa em um canto qualquer do hall de entrada, junto com ela, deixo os meus sapatos. Percebo que todos têm armas, mas nenhum ousa atirar em minha direção, como o senhor Dragão é generoso, sorrio irônica.
Ataco os homens que vem em minha direção chutando o primeiro no estômago e com um efeito dominó ele acaba caindo sobre outros dois que vinham logo atrás.
Por estar cercada acabo levando um belo soco na costela que me deixa atordoada e renderá um belo roxo amanhã, além de vários chutes nas pernas que não me derrubam por defendê-los da maneira que posso. Vendo que não tenho chances de lutar sem machucá-los começo os contra-ataques levando a maioria deles ao chão com as mãos limpas.
Dois deles me atacam em dupla e eu desvio do seu ataque, fecho minhas mãos em punhos e acerto o nariz de um enquanto chuto a costela do outro. Distribuo uma sequência de socos no homem mais próximo e deixo a maioria deles impossibilitados.
Aproveito esse momento para correr em direção a saída, mas antes de alcançar meu objetivo um batalhão de homens me cercam e acabo correndo para as escadas que é o único lugar livre da casa.
Dois homens correm atrás de mim enquanto subo as escadas, desvio de um deles que perde o equilíbrio rolando escada abaixo levando com ele o outro que subia.
Quando vou virar à direita vejo mais homens correndo em minha direção, solto um suspiro sem entender o que está acontecendo. Eles parecem brotar do chão, isso só pode ser uma grande brincadeira de mal gosto. Desta maneira irei lutar a noite inteira.
Acabo por optar pela segunda opção que é correr para esquerda em busca de uma saída.
Passo por vários quartos enquanto tento abrir as portas que estão trancadas e cada erro os homens se aproximam cada vez mais. Corro para uma das últimas portas do corredor, pois já estou me vendo sem saída e encurralada.
Por sorte ela está aberta e sem pensar duas vezes entro trancando a porta atrás de mim. Suspiro aliviada tentado focar minha visão no quarto escuro, pequenos fachos de luz entram pelas cortinas, mas não consigo enxergar praticamente nada a minha frente com essa escuridão, preciso chegar o mais rápido possível até a janela, pois meu objetivo aqui já está concluído e por fim, cheguei à conclusão de que as coisas não seriam tão simples quanto eu esperava.
Começo a caminhar na escuridão com certo cuidado, dou alguns passos em direção a janela na esperança de correr dali o mais rápido possível — já que estou encurralada nesse quarto — e acabo trombando com algo duro batendo meu nariz com tudo.
— Ai! — balbucio irritada esfregando a mão no nariz.
Apoio uma mão no objeto a minha frente e sinto um tecido grosso passar pelos meus dedos, um forte cheiro de perfume invade meus sentidos. Não é um perfume qualquer, muito pelo contrário, é o perfume de Dante, o mesmo perfume de onze anos atrás, o mesmo cheiro amadeirado e forte, envolvente e único. O cheiro que sempre dominou meus sentidos o cheiro que ficou gravado em minha pele nas nossas noites mais quentes.
Meu coração dispara em meu peito e sinto um calafrio percorrer minha coluna, um bip chama minha atenção e quando penso em me afastar as luzes se acendem fazendo minha visão embaçar. Fortes mãos agarram meus pulsos me mantendo imóvel. Minhas vistas voltam devagar e quando foco meus olhos no que está a minha frente vejo intensos e faiscantes olhos azuis me encarando com raiva.
— O que quer na minha casa? — Ele pergunta me deixando paralisada por tê-lo tão próximo.
Meu coração se acelera e minhas pernas ficam bambas, essa aproximação repentina faz meus sentidos rodarem e um torpor estranho invadir minha mente. — Dan. — Acabo chamando-o pelo apelido que costumava chamá-lo e ele franze a testa em surpresa. Meu coração descompassado não colabora com minha respiração desregular e por mais que tente me acalmar, vê-lo tão próximo me assusta coloca em prova todos os meus sentidos, porém foi um erro chamá-lo daquela maneira. — Oras se não é Dante Voyaller o Dragão de Veneza. — Sorrio irônica puxando meus pulsos, mas ele mantém seu aperto olhando dentro dos meus olhos. Sustento seu olhar encarando-o por incontáveis minutos, ele me observa intrigado com suas sobrancelhas franzidas enquanto seu perfume invade cada vez mais meus sentidos tirando minha concentração. Seu olhar se mantém firme nos meus mais demonstra um misto de dúvida e incerteza. Perdido em seus pensamentos seu semblante de irritação muda para
Dante VoyallerObservo as pessoas que passeiam no jardim da minha casa enquanto saboreio o gosto amargo do whisky que desliza pela minha boca. Adoro o gosto forte e amadeirado que queima minha garganta.Entre um gole e outro observo a variedade de pessoas falsas que existe no mundo, ou melhor dizendo, no meu jardim. Vários empresários, vereadores e mafiosos conversando entre si.Suspiro semicerrando os olhos e imagino como seria prazeroso acertar a cabeça de cada um com minhas Taurus gêmeas. Passo a mão pelas minhas armas que estão presas em minha cintura.Odeio cada pessoa presente nesta festa, mas negócios são negócios, amizade a parte. Se eles querem fazer parte do meu jogo então deixem que dancem nas minhas mãos.Balanço levemente o copo de whisky vendo o líquido âmbar girar.Aprendi da pior maneira que nada mudaria o
Dante VoyallerIvi é a minha perdição, minha destruição, jamais vou esquecer aqueles cabelos cor de fogo correndo pelo jardim enquanto me desafiava. O que me motivava a continuar vivendo dia após dia era protegê-la e mantê-la em meus braços.Sinto um tremor percorrer meu corpo ao lembrar dos seus olhos castanhos esverdeados cheios de amor e ternura. Um vazio cresce dentro do meu peito e se instala em meu coração quando lembro a decepção que aqueles olhos me encaravam no dia da sua morte. Jamais me esquecerei da dor de vê-la gritando meu nome ao me ver puxando o gatilho.Eu tentei salvá-la, juro que tentei, mas tudo o que fiz não foi o suficiente.Fecho os punhos ao ver a porta do quarto se abrir e rapidamente fechar. Ela tranca a porta suspirando aliviada, está tudo escuro, mas posso ouvir sua respiraç&
Estou a três dias trancada em um maldito quarto, dias estes sem poder fazer nada. O pior de tudo não é ficar sem comer, isso eu consigo tirar de letra. O que me irrita é não ter o que fazer, sem um livro, uma revista, meu celular, meu dia se resume em ficar deitada nesta cama dura e fria.Não me arrependo de ter acertado um belíssimo tapa em Dante, mas ele não avisou que seria obrigada a ficar em um quarto deplorável, sem janelas, sem banheiro e sem uma porcaria de um relógio para saber quanto tempo ainda me resta aqui.Perdi as contas de quantos carneirinhos saltitantes já contei para passar meu precioso tempo de vida desperdiçado neste quarto imundo e sujo. Ele poderia ter tido o mínimo de consideração e me colocar em um quarto digno. Sou obrigada a fazer minhas necessidades em um balde que fica ao lado da cama. Isso realmente é um tremendo exagero.D
Deveria ter me comportado no porão, mas parando para pensar aqui pelo menos tenho um banheiro onde finalmente posso tomar banho. Olho em volta e tudo está perfeitamente arrumado no seu devido lugar. Observo o céu escuro pela janela do quarto indicando que é noite. O relógio sobre a escrivaninha marca onze horas, e provavelmente faz dois dias que estou trancada aqui. Robert a essa altura deve estar extremamente preocupado sem notícias minhas. Suspiro andando até a primeira porta que vejo, abro e encontro o seu closet, ao adentrar o cômodo as luzes se acendem revelando suas roupas organizadas, ele é tão disciplinado em sua vida pessoal como chefe da máfia. Eu poderia picotar todos esses ternos com uma tesoura, seria algo extremamente infantil e imensamente prazeroso, mas dispenso essas ideias, pois reconheço os meus limites. Fecho a porta a minha frente e caminho até a próxima onde há um lindo banheiro e isso é tudo o que eu preciso no momento. Se
Dante VoyallerDeixo Dana trancada no quarto para evitar possível fuga, além de tudo deixei alguns homens apostos do lado de fora.Ela não costuma se comporta adequadamente, gosta de me desafiar. Não que eu me importe com o que meus irmãos pensam, mas não posso dar regalias a uma mulher que acabou de chegar, e por mais que eu queira deixá-la andar livremente pela casa, tenho que impor limites e mostrar quem realmente manda.Robert Trion está na minha cola, não quero envolvimento com ele e para evitar maiores conflitos como o possível sumiço de Dana Trion, fiz questão de comunicá-lo explicando que sua irmã passaria alguns meses em minha casa a fim de melhorar suas habilidades em artes marciais. Ele não se mostrou satisfeito, mas aceitou a decisão da irmã como se soubesse de algo que não deveria e isso me int
EvaPermaneço deitada rolando de um lado para o outro sem saber o que fazer. Pensando no que aconteceu mais cedo, sinto-me completamente frustrada por saber que Dante ainda consegue mexer com os meus sentimentos de uma forma que não me agrada.Ao ouvir um barulho do lado de fora, me sento e fico em estado de alerta segurando o relógio que está ao meu lado. Estou criando uma grande empatia por esse objeto, quando a porta se abre, me preparo para lançá-lo em Dante e colocá-lo para fora do quarto a força, mas sou surpreendida por Jack.— Ow, calma. — Ele ergue as mãos cheias de sacolas e eu seguro o relógio antes de jogá-lo.— Achei que fosse seu irmão — comento colocando o relógio sobre a cama suspirando mais uma vez.— Vou lembrá-lo de tirar todos os objetos perigosos do quarto antes que fique com olho roxo
Eva O caminho até a festa é feito em um silêncio constrangedor, Dante me observa com o canto dos olhos, procuro desviar minha atenção para a janela observando as paisagens que passa. Voltei a poucos dias e não consegui viver um grama de minha liberdade, a saudade de andar livre pelas ruas me consome roubando todos os meus pensamentos. Foco meus olhos na cidade e lembranças do passado me invade, momentos em que saia para me divertir. Parando para pensar, na maioria das vezes estava rodeada amigos e Dante sempre esteve presente, ele quase nunca me deixava só. Aos quatorze anos estávamos envolvidos e muito apaixonados, então sair com ele era agradável e satisfatório. As coisas mudaram tanto entre o passado e o presente que hoje a minha única vontade é ver Dante morto. — Você está linda. — Sua voz rouca me traz de volta a realidade. Observo Dante e ele fixa seus olhos nos meus, impaciente tamborila os longos dedos sobre o vo