Quando acordei no meu quarto, as memórias da noite anterior começaram a pipocar na minha mente imediatamente, fazendo meus olhos marejarem.
Eu não sabia o que era mais difícil de lidar. As mentiras de Muriel ou a declaração de Sam? Parecia que eu estava dentro de um furacão, rodando sem rumo e sem ter onde me segurar.
Peguei meu celular, mas não havia absolutamente nada nele. O que eu esperava? Um contato de Muriel, algo que pudesse explicar tudo? Ou Sam? Não importava, porque não havia nada de nenhum dos dois. Ou eu deveria dizer três?
Tentei buscar na minha mente
Em um instante os dois viraram um bolo de corpos no chão e eu gritei. Sam parecia estar em vantagem e, embora Muriel merecesse cada soco, eu não queria que nada da minha casa fosse destruído. - Parem! – gritei, sem saber como pará-los – Parem! Agora! Sam o largou primeiro, com uma expressão selvagem no rosto e sangue escorrendo do canto da boca. Eu nunca tinha visto meu melhor amigo desse jeito... - Sarah... – Muriel se levantou do chão com a camiseta rasgada – Por favor, me lig
Na segunda feira eu parecia incapaz de me manter focada no trabalho. Tinha cometido tantos erros que Luana tinha chamado minha atenção duas vezes, a segunda já com a paciência no fim. Para ajudar, o celular não parava de vibrar no meu bolso, me fazendo ficar cada vez mais agoniada. Era Muriel, eu tinha certeza, mesmo que depois da terceira vez eu tivesse parado de olhar. Eram cerca de três horas da tarde quando escutei uma comoção na loja. Preocupada que fosse alguma briga com clientes, andei rapidamente até a frente. Fiquei completamente surpresa com que vi. Muriel e Marcos discu
Não saí do quarto até a quarta feira. Estava completamente deprimida, sem vontade de falar com ninguém, e tinha desligado o celular para que parasse de vibrar com as ligações de Muriel. - Sarah? – minha mãe bateu na porta suavemente, depois a abriu. O quarto estava completamente escuro, todas as luzes apagadas e as janelas com as cortinas fechadas. Eu só queria me amontoar embaixo das cobertas. - Oi, mãe. – revirei na cama, para poder olhá-la. - Sei que est
Encarei o teto do meu quarto enquanto sentia a respiração de Sam no meu pescoço ir normalizando aos poucos. Eu percebia o suor se acumulando entre nossas peles e a sua mão apertando suavemente minha cintura, e não queria me mover para não acabar com a magia da situação. Poucos minutos depois Sam tirou a mão de mim para apoiar na escrivaninha e separou nossos corpos suavemente. Sua expressão era de plenitude, mas ainda havia algo que demonstrava que ele quase não acreditava que havia mesmo acontecido. Nós nos encaramos e finalmente a realidade da situação caiu sobre mim. Aquele era meu melhor amigo, uma das pessoas mais importantes de toda minha v
A chuva começou meia hora depois que Sam foi embora, e eu apenas me sentei na cama, com as costas apoiadas contra os travesseiros, e fiquei ouvindo seu som. As memórias do que havíamos feito pipocaram na minha mente o tempo todo. Sua pele, seu cheiro, nós dois juntos em sincronia. Sua boca brincando com a minha tão perfeitamente que nem parecia que era a primeira vez que tinha acontecido. E meu corpo reagia a cada pensamento, me pedindo mais. Mais de Sam. O que era aquilo? Por que eu estava me sentindo assim, agora? Por que eu o tinha desejado tanto? Por que eu o queria naquele momento mais do que qualque
Quando acordei, minha cabeça balançava de um lado para o outro contra o banco traseiro de um carro. Estava mole, sonolenta, e não fazia ideia de como tinha ido parar ali dentro. - Ah, você acordou. – a voz parecia vir de muito longe. Pisquei meus olhos algumas vezes para conseguir focar, aos poucos, nos olhos do retrovisor. - Muriel? – me remexi, desconfortável. - Não, querida. – ele rebateu.&nb
Sam Passei as pernas pela janela de Sarah e comecei a andar sem olhar para trás. Como é que ela podia estar lá, falando com aquele imbecil, depois do que tinha acontecido entre nós dois? Nossa, eu estava completamente sem palavras. Tinha ido até sua casa na esperança de reatar nossa amizade, para que voltasse a ser como sempre tinha sido. Se eu não podia ter Sarah como realmente queria, eu só esperava não a perder totalmente também. Mas ela tinha me beijado. A iniciativa tinha vindo dela, completamente dela. 
- Vamos tornar as coisas mais fáceis, Sarah. – Marcos falou, me puxando outra vez para perto. - Nunca. – retruquei sentindo um dos meus olhos inchando. Eu lutei. Nossa, como eu lutei. Eu chutei e mexi os braços o quanto consegui mesmo estando amarrada, e o acertei algumas vezes. E suportei quando ele revidou, sem chorar, apenas movida pela necessidade de me proteger. Também gritei muito, mesmo que ninguém pudesse me ouvir. Um grito que vinha das profundidades da minha alma, que me fazia encontrar forças quando eu já estava ficando exausta.&nbs