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Capítulo 2 Dez milhões engolidos
- Rita?! Como você está aqui?

De repente, a voz fria de uma mulher de meia idade ressoou. Ela virou a cabeça e viu sua madrasta, Beatriz Silva, entrando pela porta.

O casal desprezível lá em cima ouviu o barulho e também olhou para baixo.

Uma faísca de pânico brilhou nos olhos de Jean:

- Rita, como... Como você voltou?

Rita curvou os lábios, olhando friamente para Jean ao dizer:

- Esta é a minha casa, por que não poderia voltar?

Encostada no peito de Jean, os lábios vermelhos de Ana se curvaram com sarcasmo:

- Sua casa? Esta mansão, agora não é mais chamada Costa.

Rita franziu as sobrancelhas, perguntando:

- O que você quer dizer?

Vestindo uma mini saia e saltos altos, Ana desceu lentamente as escadas enquanto dizia:

- Dez meses atrás, seu pai se jogou do prédio, deixando um monte de dívidas. Se não fosse por minha mãe, esta mansão teria sido hipotecada! Então, esta casa agora não tem o sobrenome Costa, mas Silva!

Suicídio... Pulando do prédio? Isso é impossível!

Rita agarrou a gola da Ana, seu rosto ficando pálido e incrédulo enquanto questionava:

- O que você está falando?! Como meu pai poderia se jogar de um prédio?! Explica isso direito!

- Por que está me tocando! Rita, me solta!

Rita foi empurrada violentamente para o chão por Jean!

Uma dor esmagadora percorreu seu corpo!

Ela olhou furiosa para Jean e Ana, gritando:

- Devolvam meu pai! Foram vocês dois que se uniram para matar meu pai, não foi?!

- Já chega! Você ainda tem a cara de pau de perguntar sobre seu pai? Onde você estava quando algo aconteceu com ele?! Você desapareceu sem uma palavra por dez meses e só agora lembrou do seu pai? Ah, me poupe! Seu pai desafortunado foi tão pressionado pelos credores que chegou a ponto de se jogar do prédio!

- Isso é impossível! Eu depositei dez milhões em sua conta! Ele não poderia ter se desesperado a ponto de se suicidar!

- Dez milhões? Ora essa, pare de sonhar acordada! De onde você tiraria dez milhões?

A cabeça de Rita zumbia. Ela olhou para Beatriz Silva com olhos malévolos e uma suspeita horrível passou por sua mente:

“Beatriz Silva, a segunda esposa de meu pai, minha madrasta, engoliu os dez milhões que troquei com minha dignidade e inocência.”

E esses dez milhões eram o dinheiro que poderia ter salvo a vida de seu pai!

Rita tremia de raiva, até sua voz tremia quando se engasgou e disse:

- Foram vocês que engoliram os dez milhões? Foram vocês que mataram meu pai, certo?! Devolvam meu pai! Devolvam meu pai...!

Ela se levantou, pegou rapidamente a faca de frutas na mesa e avançou contra Beatriz e Ana!

- Ela está louca! Jean Santos! Detenha essa louca!

Jean agarrou seu pulso e a faca de frutas roçou seu braço, caindo no chão e sendo chutada para longe por ele.

Beatriz a olhava cautelosamente, repreendendo com raiva:

- Ana! Vá pegar a urna funerária do pai dela para devolver a ela!

Os lábios de Rita estremeceram, ela olhou fixamente para a urna funerária...

“A urna funerária do meu pai... O que está lá dentro... É realmente meu pai?”

Beatriz arrancou a urna das mãos de Ana e a jogou no colo de Rita Costa, dizendo com cara de nojo:

- Os cemitérios são caros demais hoje em dia. Manter isso em casa traz má sorte! Aqui está! Se nos encontrar novamente, não nos reconheça!

Rita abraçou firmemente a urna, lágrimas caíam incessantemente:

- Pai... Por que você se jogou... Rita ainda não teve a chance de te ver pela última vez... Como você pôde partir... Você disse que iria esperar por Rita para voltar... Você prometeu...

- Vá embora com a urna do seu pai, agora! Jean, expulse-a!

Jean puxou bruscamente o braço ferido dela, empurrando-a violentamente para fora da porta, e até “generosamente” jogou uma nota de cem reais para ela, dizendo:

- Rita, está chovendo forte lá fora, pegue um táxi e vá embora! Não apareça mais por aqui!

Ela segurou a nota de cem reais e perguntou:

- Você está tratando como uma mendiga? - a nota de cem reais, em suas mãos finas, foi rasgada em pedaços em um instante, jogada no rosto dele. - Jean! Tudo que você e Beatriz fizeram comigo, eu vou devolver a vocês cem, mil vezes no futuro!

Jean franziu as sobrancelhas com impaciência e bateu a porta com força!

O vento da porta atingiu seu rosto pálido, era frio até os ossos.

Abraçando a urna, Rita arrastou seu corpo cansado pela chuva forte. Sob a noite escura, sua figura parecia longa e solitária...

- Pai, Rita te trouxe de volta para casa.

Depois de caminhar na chuva por um tempo desconhecido, ela caiu de joelhos na água fria e gelada, completamente esgotada. Ela segurou a urna com cuidado no peito, seu braço fino bloqueando a chuva. Seu rosto pálido e sem sangue pendia, sem forças. Seus lábios se curvaram levemente ao dizer:

- Pai, Rita não consegue mais andar, não temos mais uma casa... Mas um dia, Rita vai te levar para casa de verdade!

Na noite chuvosa, um brilho ofuscante passou.

Um Maybach de edição limitada, discreto e luxuoso, parou de repente após uma freada brusca.

No carro, o motorista olhou nervosamente para a figura frágil desmaiada na frente do carro e disse ansiosamente:

- Presidente Souza, temos um problema, atropelamos uma mulher.

O rosto severo do homem estava escondido nas sombras parcialmente iluminadas, suas emoções indecifráveis. Ele falou friamente:

- Pegue-a, vamos levá-la ao hospital.
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