Às oito da noite, vestidas a rigor, Diana levou Rita para o local do jantar, onde a fragrância de perfumes e a elegância se misturavam.

Fora do local, uma linha de carros de luxo de edições limitadas estava estacionada. As pessoas que se moviam pelo salão de jantar eram de alta posição, ricas e nobres. Eram presidentes de empresas e ricos de segunda geração. Claro, havia exceções, como Rita, a conhecida filha pobre de Cidade S.

Mesmo que as circunstâncias mudassem, não significava que certos eventos seriam facilmente apagados das mentes das pessoas.

Diana apontou para uma figura imponente não muito longe e sussurrou para Rita Costa:

- Aquele é Lucas Souza. Você vai falar com ele agora? Mas Rita, eu te aconselho a pensar bem.

O homem estava envolto em brilho e glamour, cercado por mulheres deslumbrantes, elegantes e poderosas.

Rita respirou fundo, curvou os cantos dos lábios suavemente e pegou uma taça de champanhe. Ela estava prestes a caminhar em seus saltos altos em direção a aquele homem, mas foi puxada por Diana:

- Você vai ir até lá assim? Menina, você sabe que vai se tornar um alvo fácil? Olhe para aquelas 'mulheres vulgares' ao redor dele, cada uma delas é... ops! - Diana Barbosa fez um gesto de incentivo para ela. - Acredite em mim, vai pegar fogo.Ela reuniu coragem, puxou os longos cabelos com os dedos e caminhou graciosamente.

Quando Rita se aproximou de Lucas, atraiu muitos olhares. Alguns desconfiados, outros ciumentos, e até mesmo surpresos.

- Essa garota parece familiar.

- Eu já a vi antes... Lembrei, ela parece ser a filha do Grupo Costa que faliu há três anos!

- Ah...? A situação dos Costa foi terrível naquela época, o pai dela se suicidou pulando do prédio, dizem que havia sangue e cérebro por toda parte!

- Ouvi dizer que ela foi expulsa pela madrasta e pela meia-irmã, ela não tinha nada!

- Ela desapareceu por tanto tempo, e ainda se atreve a aparecer neste círculo social, ela não entende que uma fênix sem penas é pior que uma galinha?

Os comentários zombeteiros ao redor fizeram Rita endireitar ainda mais as costas.

Sim, ela era Rita Costa, ela era pobre, mas isso não vai impedi-la de conquistar Lucas Souza esta noite!

Sob as deslumbrantes luzes coloridas, quando o homem virou-se com sua taça de champanhe, seu olhar frio repentinamente caiu no rosto da mulher que se aproximava.

- Olá, Presidente Souza. Eu sou Rita Costa.

Rita estendeu a mão educadamente para cumprimentá-lo, mas ele, sob o olhar de curiosos, olhou indiferente para a palma da mão branca dela e, após um gole de champanhe, não mostrou intenção de retribuir o cumprimento.

Ela não se enfureceu nem se sentiu embaraçada, continuou a falar de maneira suave:

- Presidente Souza, ouvi dizer que você quer comprar o terreno da Rua da Alfândega. A mansão do meu pai está nessa rua. Você poderia ser generoso...

Antes que ela pudesse terminar, Lucas já tinha se virado para sair com a mão no bolso.

Rita ficou um pouco ansiosa:

- Presidente Souza, sei que você está ocupado, pode me dar cinco minutos?

A luz do lustre iluminava o seu rosto frio e imponente. O homem olhou de relance e perguntou:

- Por que eu deveria te dar cinco minutos?

Todos os olhares estavam nela, esperando para ver a sua humilhação.

Rita estava nervosa por dentro, mas parecia extremamente calma por fora. Seus lábios, pintados com um batom brilhante, se aproximaram de Lucas e sussurraram em seu ouvido em um tom sedutor:

- Se o Presidente Souza quiser, podemos ter a noite toda juntos.

Rita normalmente desprezava tais táticas femininas, mas esta noite ela não tinha escolha. Ao mesmo tempo que se desprezava, ela se arriscava, jogando a sua última carta.

Lucas virou a cabeça e olhou para ela com suas pupilas escuros e brilhantes. Ele encarou seu rosto pequeno e bonito, que estava levemente corado, e disse:

- Srta. Rita, parece que não é a primeira vez que nos encontramos.

Considerando a situação atual, será que três anos atrás, essa garota realmente bateu seu carro intencionalmente?

Rita estava confusa, e suas sobrancelhas franziram levemente. A mão pequena que estava em volta do pescoço de Lucas foi afastada por ele.

Ela não desistiu e apressou-se para alcançá-lo. O homem parou de repente, e ela bateu nas costas largas dele.

Com sapatos de salto alto, ela quase se desequilibrou.

- Presidente Souza, aquela mansão é muito importante para mim, por favor...

Lucas se virou e viu os olhos vermelhos e desamparados da garota. Parando na frente dela com seus sapatos de couro artesanais brilhantes, ele levantou sua mão esbelta e bela e ajeitou o vestido dela, que estava intencionalmente puxado para baixo. Ele falou de maneira indiferente:

- Menina, se você não pode ir até o fim, deve aprender a se valorizar.

Seu tom não mostrava nem alegria nem raiva, muito menos piedade. Apenas um frio que penetrava até os ossos.

Ela ficou parada sob as luzes, olhando para a silhueta do homem que se afastava, sendo motivo de risos e apontamentos.

- Eu sabia! Como o Presidente Souza poderia se interessar por ela!

- É verdade, no mês passado o Presidente Souza recusou uma famosa atriz, por que ele se importaria com uma herdeira falida?

Diana, que estava pegando algo para comer do lado, viu que as coisas estavam ficando feias e correu para ajudar. Ela abraçou Rita e saiu apressadamente do salão.

No lado de fora, Diana bateu no peito e afirmou:

- Não ligue para essas pessoas. Você se aproximou de Lucas para fazer com que ele deixasse de demolir a mansão da família Costa, não é? Não se preocupe, eu cuidarei disso!

Rita puxou um sorriso forçado ao dizer:

- Dianinha, estou bem. Não é que Lucas me humilhou, estou apenas preocupada que não conseguirei impedir o plano de demolição do Grupo Souza em uma semana.

Diana deu um pequeno empurrão nela com o ombro:

- Mesmo coisas que parecem certas neste mundo podem ter exceções. E se Lucas decidir não demolir sua mansão?

- Não vamos mais falar sobre isso. Você mencionou durante o dia que tinha um emprego lucrativo para me apresentar, qual é a empresa?

Diana piscou para ela de forma travessa e disse:

- É o Departamento de Design do Grupo Souza.