DILEMA

**Ryan**

O quarto parece um refúgio antigo congelado no tempo. Apesar dos anos, tudo está exatamente como deixei: as paredes ainda exibem as pinturas que fiz à mão, os pôsteres das bandas que nem ouço mais pendem como fantasmas do passado, e a cama, um mar de lençóis amassados, me recebe com uma nostalgia sufocante. Uma brisa suave entra pela janela entreaberta, trazendo o cheiro distante da festa lá fora, um eco de risadas e música que parece zombar de mim. O que estou fazendo aqui? Por que voltei a esse lugar que tanto me lembra uma vida que achei ter deixado para trás?

Cristhian foi embora, e eu fiquei preso neste canto, cercado por memórias que reverberam como uma melodia desgastada. Meus passos são leves enquanto ando pelo quarto, tocando cada superfície, cada objeto. Há algo inquietante nessa intemporalidade. Este espaço permaneceu intacto enquanto eu mudei, cresci. A vida nas ruas me ensinou muito, mas ainda assim sinto que algo me prende aqui.

Me aproximo da velha escrivaninha
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