Cap. 77: Uma nova forma de viver.Andrews abriu os olhos de relance, e o sol já iluminava seu quarto. Ele piscou algumas vezes, confuso. Afinal... ele tinha conseguido dormir até a manhã?Levantou-se de vez, olhando ao redor, mas Aurora não estava mais ali. Saiu às pressas e encontrou Jacy a alguns metros, trazendo uma bandeja.— Onde ela está? Isso é para ela?— É o seu café da manhã, senhor Andrews. Aurora saiu antes do sol nascer.— Por quê? — Ele perguntou, desanimado.Jacy sorriu, percebendo algo em sua expressão.— Não sei. Ela saiu quase como se estivesse fugindo e disse que não voltaria mais à mansão.Andrews franziu a testa.— Você sabe por que Helena estava aqui?— Sinto muito, senhor Andrews, não consegui impedir seu amigo Rodrigo... Mas hoje mesmo, Helena já está sendo deportada. Tanto ela quanto o pai dela já não fazem mais parte de nada neste país.— Ótimo.— Rodrigo aprontou algo? — Jacy perguntou, engolindo em seco.Andrews se virou para ela, as mãos nos bolsos da calç
Cap. 78: Mais uma parte de você.Donovan, ao seu lado, sorriu de canto, cruzando os braços.— Pois é. Talvez você tenha subestimado sua esposa. Ela pode quebrar suas pernas, senhor Andrews. — brincou.Andrews manteve os olhos fixos em Aurora, sentindo algo diferente crescer dentro dele. Fascínio. Interesse. E, talvez, uma pontada de frustração por perceber que, mais uma vez, ela era muito mais do que ele pensava.Ele continuou observando à distância enquanto o evento chegava ao fim e Aurora caminhava pelo campus ao lado de Alice. Seu rosto permanecia impassível, mas sua mente trabalhava rápido, absorvendo cada detalhe.— O que pretende fazer, senhor Andrews? Quer ir lá agora? As pessoas estão começando a te reconhecer. Devia ter vindo mais casual. — Donovan quebrou o silêncio.— Vamos ficar mais um pouco. — disse, sem tirar os olhos de Aurora. — Quero ver qual é a rotina dela, o que faz aqui, o que estuda.Donovan ergueu uma sobrancelha, mas acenou com a cabeça, escondendo um sorriso
Cap. 79: Confronto no EstacionamentoAurora sentiu um nó no estômago, uma sensação de desconforto tão forte que quase não conseguia olhar para ele. Era difícil encará-lo após perceber que ele se lembrava de tudo.— Você vai me ignorar? — ele perguntou com a voz calma.Ela tentou encará-lo e dizer algo, mas não conseguia. Seu olhar se desviava para o chão, para as paredes, para qualquer coisa, menos para os olhos de Andrews.— Não quero falar disso... — Aurora gaguejou, sua voz vacilando, insegura.Andrews observou a reação dela com atenção, seu olhar endurecendo um pouco. Ele sabia o que acontecera entre eles, sabia que o beijo fora real, mas a recusa de Aurora em falar sobre isso o deixava ainda mais determinado a entender o que realmente estava acontecendo.— Isso aconteceu. Eu sei que aconteceu. — Havia uma leve frustração em sua voz. — Por que você está ignorando isso?Aurora tentou se afastar, como se estivesse buscando alguma fuga, mas ele a impediu.— Não é importante. — respon
Cap. 80 Na empresa de Andrews.No dia seguinte, Aurora e Alice se preparavam para a entrevista. Enquanto Alice mantinha um sorriso confiante, Aurora lutava para disfarçar o nervosismo.A sensação piorou ainda mais quando chegou em frente à imensa empresa. O prédio, com mais de cem andares, parecia um monstro gigante diante de Aurora.— Como uma empresa desse tamanho nos contratou? — ela perguntou, engolindo em seco.— Não sei, demos sorte. Isso não é bom? — perguntou Alice, tentando disfarçar seu próprio nervosismo.Ao passarem pela recepção, seguiram até o andar indicado, chegando à sala de espera, onde a tensão no ar era evidente.— Vai ficar tudo bem. Só precisamos passar despercebidas. É uma empresa grande, seremos apenas formigas aqui. — Alice tentou tranquilizá-la, mas mantinha os olhos nervosos fixos na tela do celular.Ainda assim, Aurora não conseguia se livrar da sensação de que algo estava fora do lugar.Enquanto isso, Rodrigo lia a mensagem de Alice com preocupação. Ele pr
Cap. 81: Um assedio e um pulso quebrado.— Os papéis, senhor... — Aurora comprimiu os lábios, sentindo um nervosismo que caía sobre seus ombros como o peso de uma tonelada.No entanto, em vez de simplesmente pegar os documentos, ele segurou sua mão por um instante, como se estivesse tentando prolongar o contato. Aurora se encolheu e, instintivamente, afastou a mão, desconfortável.— Desculpe, eu... não foi minha intenção... — ele tentou se justificar, mas o desconforto já estava estampado no rosto de Aurora.— Obrigada.— Eu estive pensando, Aurora... Você tem trabalhado bem desde que chegou e sabe lidar com documentos. O que acha de ser minha assistente? Você pode ganhar alguns extras também, não se interessa? — ele sugeriu, sentado de forma relaxada na cadeira. Mas ela mantinha o olhar longe dele, sentindo repulsa.— Não, senhor. — Ela manteve a cabeça baixa.— Não? Você acha que vai conseguir crescer rapidamente apenas se esforçando e fazendo mais do que o seu trabalho? Além disso,
Cap. 82: Não consigo me defender.— Antes de qualquer acusação, é melhor tratarmos desse assunto de forma mais adequada. — O diretor da equipe sugeriu.Então, seguiram todos para dentro do elevador e, em seguida, foram para a sala do diretor, onde ele se sentou em sua cadeira, demonstrando impaciência.— A senhorita tem algo a dizer em sua defesa? — Ele perguntou, esperando uma explicação.Aurora permaneceu em silêncio por um instante. Por mais que quisesse gritar a verdade, sabia como isso terminaria. Suspirando, apenas confirmou:— Eu o machuquei.Um silêncio mortal pairou na sala enquanto o líder da equipe suspirava triunfante, sentindo-se cheio de razão.— Você não tem um motivo? Por que me machucou?— Existe algum motivo para quebrar o braço de alguém em mil pedaços? Hoje eu tenho que voltar ao hospital e me preparar para uma cirurgia por causa dessa mal arrumada.Alice tentou intervir, mas Aurora deu um pequeno aceno para que ela não se preocupasse. Sabia que aquilo seria pior s
Capítulo 83 Andrews intervém por Aurora.Assim que Andrews chegou à empresa, seguiu direto para o andar superior, onde a confusão estava acontecendo. Encontrou Alice na recepção, visivelmente nervosa. Ela correu até ele, segurando seu braço antes que avançasse mais.— Você não pode acreditar neles! — disse, ofegante. — A Aurora foi assediada, mas… ela não consegue falar sobre isso. Desde aquela época em que sofreu tantas injustiças, ela trava… simplesmente não consegue se defender, entra em transe. Você precisa ajudar ela, por favor... — balbuciou, apertando o braço de Andrews com força e desespero.Os olhos de Andrews se estreitaram.— Então estão tentando virar isso contra ela. — resmungou, cerrando os punhos.— Sim! — Alice afirmou com veemência. — Por favor, não acredite naqueles homens antes de investigar direito.Andrews não respondeu. Apenas caminhou com passos firmes até a sala onde Aurora estava sendo confrontada.Dentro da sala de reunião, encontrou-a sentada, com a cabeça b
84: Um homem que protege sua mulher.— Quando você for processar a Aurora… porque você vai fazer isso, afinal, o que ela fez foi muito errado. — Andrews inclinou ligeiramente a cabeça, como se ponderasse suas próximas palavras. O homem arregalou os olhos, acreditando, ingenuamente, que Andrews o estava apoiando. — Já que ela deveria ter te matado.— A-acredite, eu posso esquecer tudo isso! Podemos resolver de outra forma, eu...Antes que pudesse concluir a frase, Andrews murmurou, gelado:— Acrescente isso ao seu processo.Sem qualquer aviso, o primeiro soco acertou em cheio o rosto do homem.O impacto o lançou contra a parede. Antes que pudesse reagir, outro golpe brutal atingiu seu estômago, tirando-lhe o ar. Vieram outros, em sequência. Andrews parecia ter perdido o controle. O líder da equipe logo estava caído, praticamente inconsciente, enquanto Andrews continuava, implacável.Rodrigo e Donovan avançaram para contê-lo.— Andrews, já chega! — Rodrigo agarrou seu braço.Mas ele não