Cap. 81: Um assedio e um pulso quebrado.— Os papéis, senhor... — Aurora comprimiu os lábios, sentindo um nervosismo que caía sobre seus ombros como o peso de uma tonelada.No entanto, em vez de simplesmente pegar os documentos, ele segurou sua mão por um instante, como se estivesse tentando prolongar o contato. Aurora se encolheu e, instintivamente, afastou a mão, desconfortável.— Desculpe, eu... não foi minha intenção... — ele tentou se justificar, mas o desconforto já estava estampado no rosto de Aurora.— Obrigada.— Eu estive pensando, Aurora... Você tem trabalhado bem desde que chegou e sabe lidar com documentos. O que acha de ser minha assistente? Você pode ganhar alguns extras também, não se interessa? — ele sugeriu, sentado de forma relaxada na cadeira. Mas ela mantinha o olhar longe dele, sentindo repulsa.— Não, senhor. — Ela manteve a cabeça baixa.— Não? Você acha que vai conseguir crescer rapidamente apenas se esforçando e fazendo mais do que o seu trabalho? Além disso,
Cap. 82: Não consigo me defender.— Antes de qualquer acusação, é melhor tratarmos desse assunto de forma mais adequada. — O diretor da equipe sugeriu.Então, seguiram todos para dentro do elevador e, em seguida, foram para a sala do diretor, onde ele se sentou em sua cadeira, demonstrando impaciência.— A senhorita tem algo a dizer em sua defesa? — Ele perguntou, esperando uma explicação.Aurora permaneceu em silêncio por um instante. Por mais que quisesse gritar a verdade, sabia como isso terminaria. Suspirando, apenas confirmou:— Eu o machuquei.Um silêncio mortal pairou na sala enquanto o líder da equipe suspirava triunfante, sentindo-se cheio de razão.— Você não tem um motivo? Por que me machucou?— Existe algum motivo para quebrar o braço de alguém em mil pedaços? Hoje eu tenho que voltar ao hospital e me preparar para uma cirurgia por causa dessa mal arrumada.Alice tentou intervir, mas Aurora deu um pequeno aceno para que ela não se preocupasse. Sabia que aquilo seria pior s
Capítulo 83 Andrews intervém por Aurora.Assim que Andrews chegou à empresa, seguiu direto para o andar superior, onde a confusão estava acontecendo. Encontrou Alice na recepção, visivelmente nervosa. Ela correu até ele, segurando seu braço antes que avançasse mais.— Você não pode acreditar neles! — disse, ofegante. — A Aurora foi assediada, mas… ela não consegue falar sobre isso. Desde aquela época em que sofreu tantas injustiças, ela trava… simplesmente não consegue se defender, entra em transe. Você precisa ajudar ela, por favor... — balbuciou, apertando o braço de Andrews com força e desespero.Os olhos de Andrews se estreitaram.— Então estão tentando virar isso contra ela. — resmungou, cerrando os punhos.— Sim! — Alice afirmou com veemência. — Por favor, não acredite naqueles homens antes de investigar direito.Andrews não respondeu. Apenas caminhou com passos firmes até a sala onde Aurora estava sendo confrontada.Dentro da sala de reunião, encontrou-a sentada, com a cabeça b
84: Um homem que protege sua mulher.— Quando você for processar a Aurora… porque você vai fazer isso, afinal, o que ela fez foi muito errado. — Andrews inclinou ligeiramente a cabeça, como se ponderasse suas próximas palavras. O homem arregalou os olhos, acreditando, ingenuamente, que Andrews o estava apoiando. — Já que ela deveria ter te matado.— A-acredite, eu posso esquecer tudo isso! Podemos resolver de outra forma, eu...Antes que pudesse concluir a frase, Andrews murmurou, gelado:— Acrescente isso ao seu processo.Sem qualquer aviso, o primeiro soco acertou em cheio o rosto do homem.O impacto o lançou contra a parede. Antes que pudesse reagir, outro golpe brutal atingiu seu estômago, tirando-lhe o ar. Vieram outros, em sequência. Andrews parecia ter perdido o controle. O líder da equipe logo estava caído, praticamente inconsciente, enquanto Andrews continuava, implacável.Rodrigo e Donovan avançaram para contê-lo.— Andrews, já chega! — Rodrigo agarrou seu braço.Mas ele não
85 gratidão misturado com frustração.Por um instante, ela permaneceu imóvel. Mas então, de repente, ele sentiu o corpo dela estremecer. Os soluços vieram em ondas, rasgando o silêncio da sala. Aurora agora chorava copiosamente, agarrando-se à camisa dele como se fosse sua única âncora.Andrews manteve o abraço firme, deslizando a mão pelas costas dela em um gesto reconfortante.— Está tudo bem… Você pode acordar, Aurora. Eu estou aqui.Ele continuou repetindo essas palavras, deixando que ela chorasse tudo o que precisava, sentindo o aperto de suas mãos afundando no tecido de sua roupa.Assim que Alice entrou na sala, encontrou Andrews ainda segurando Aurora nos braços. Ele não disse nada, apenas ergueu o olhar para a amiga da esposa e, com um gesto sutil, pediu que se aproximasse.Alice hesitou por um instante, mas logo caminhou até eles. Com cuidado, Andrews soltou Aurora, entregando-a para a amiga, que a abraçou imediatamente. Aurora ainda tremia, mas agora tinha Alice ali para amp
. 86: Ele Nunca Me Daria FloresAurora entrou determinada na sala onde Andrews estava o pegando de surpresa, ela parecia bem agora, Ele a encarou com um olhar indecifrável, e ela não hesitou antes de perguntar.— Foi você que arrumou essa vaga para mim, não foi?Andrews arqueou uma sobrancelha e cruzou os braços, encostando-se na mesa com uma expressão de tédio enquanto ela encarava toda aquela bagunça em seguida desviando o olhar.— Eu? — Ele soltou uma risada curta e debochada. — Por que eu faria isso?Aurora manteve seu olhar fixo nele.— Porque essa empresa é sua.Ele inclinou ligeiramente a cabeça, avaliando-a.— Não há uma empresa nesta cidade em que eu não tenha algum envolvimento, Aurora. Esta cidade praticamente me pertence. Não tem como fugir de mim.Ela suspirou e deu de ombros, como se aceitasse um fardo inevitável, Andrews notou a forma como ela abaixava a cabeça, os ombros caídos, e aquilo o incomodou mais do que deveria.— Se quer sair, deveria repensar. — Ele continuo
Cap. 87: Indo cuidar de Andrews.Aurora assentiu, cruzando os braços ao seguir Rodrigo até um canto mais reservado.— Se for mais alguma brincadeira sua, Rodrigo, eu não estou com paciência.Ele suspirou, passando a mão pelos cabelos.— Não é brincadeira. Quero me desculpar... Exagerei com aqueles presentes e com tudo mais. Achei que poderia resolver as coisas do meu jeito, mas acabei piorando tudo. — Ele hesitou antes de continuar. — Mas não é só isso que eu quero falar com você.Aurora franziu o cenho.— Então o que é?— As coisas na mansão estão péssimas. Andrews teve outra overdose. Eu não sei por que ele anda tomando doses exageradas, e ainda por cima é teimoso o suficiente para ignorar as recomendações dos médicos, mesmo sabendo das consequências do que está fazendo. Ele pode até... morrer, e dessa vez eu não estou brincando.O coração de Aurora parou por um segundo.— O quê? — A voz dela saiu mais alta do que esperava.— Ele foi para o hospital, mas saiu antes mesmo de receber
Cap. 88: Aurora é sincera com Andrews.Aurora piscou, surpresa. O olhar dela se prendeu ao dele, confuso, tentando entender o que havia mudado. Por um segundo, nenhuma palavra foi dita. Era como se o tempo tivesse parado ali, entre os dois, no meio da escadaria silenciosa.— Tudo bem, então — ela murmurou, quebrando o silêncio. — Não vou insistir. Afinal, foi mais de um milhão, e eu nem mesmo já cheguei perto de ver ao menos metade disso tudo na minha conta. — Ela sorriu, desconcertada. — Pelo menos agora... você está se tornando um homem mais justo.Andrews soltou seu braço devagar, mas ainda a observava com intensidade. Aurora então seguiu seu caminho sem dizer mais nada, os passos lentos, pensativos.Foi nesse momento que Rodrigo subiu a escada ao encontro de Andrews, que estava no topo, e parou de frente com o amigo. Seus olhos estavam cansados, mas havia algo determinado neles.— Agora estou jogando limpo — disse Rodrigo, sem rodeios. — Eu só trouxe ela de volta pra mansão... ond