85 gratidão misturado com frustração.Por um instante, ela permaneceu imóvel. Mas então, de repente, ele sentiu o corpo dela estremecer. Os soluços vieram em ondas, rasgando o silêncio da sala. Aurora agora chorava copiosamente, agarrando-se à camisa dele como se fosse sua única âncora.Andrews manteve o abraço firme, deslizando a mão pelas costas dela em um gesto reconfortante.— Está tudo bem… Você pode acordar, Aurora. Eu estou aqui.Ele continuou repetindo essas palavras, deixando que ela chorasse tudo o que precisava, sentindo o aperto de suas mãos afundando no tecido de sua roupa.Assim que Alice entrou na sala, encontrou Andrews ainda segurando Aurora nos braços. Ele não disse nada, apenas ergueu o olhar para a amiga da esposa e, com um gesto sutil, pediu que se aproximasse.Alice hesitou por um instante, mas logo caminhou até eles. Com cuidado, Andrews soltou Aurora, entregando-a para a amiga, que a abraçou imediatamente. Aurora ainda tremia, mas agora tinha Alice ali para amp
. 86: Ele Nunca Me Daria FloresAurora entrou determinada na sala onde Andrews estava o pegando de surpresa, ela parecia bem agora, Ele a encarou com um olhar indecifrável, e ela não hesitou antes de perguntar.— Foi você que arrumou essa vaga para mim, não foi?Andrews arqueou uma sobrancelha e cruzou os braços, encostando-se na mesa com uma expressão de tédio enquanto ela encarava toda aquela bagunça em seguida desviando o olhar.— Eu? — Ele soltou uma risada curta e debochada. — Por que eu faria isso?Aurora manteve seu olhar fixo nele.— Porque essa empresa é sua.Ele inclinou ligeiramente a cabeça, avaliando-a.— Não há uma empresa nesta cidade em que eu não tenha algum envolvimento, Aurora. Esta cidade praticamente me pertence. Não tem como fugir de mim.Ela suspirou e deu de ombros, como se aceitasse um fardo inevitável, Andrews notou a forma como ela abaixava a cabeça, os ombros caídos, e aquilo o incomodou mais do que deveria.— Se quer sair, deveria repensar. — Ele continuo
Cap. 87: Indo cuidar de Andrews.Aurora assentiu, cruzando os braços ao seguir Rodrigo até um canto mais reservado.— Se for mais alguma brincadeira sua, Rodrigo, eu não estou com paciência.Ele suspirou, passando a mão pelos cabelos.— Não é brincadeira. Quero me desculpar... Exagerei com aqueles presentes e com tudo mais. Achei que poderia resolver as coisas do meu jeito, mas acabei piorando tudo. — Ele hesitou antes de continuar. — Mas não é só isso que eu quero falar com você.Aurora franziu o cenho.— Então o que é?— As coisas na mansão estão péssimas. Andrews teve outra overdose. Eu não sei por que ele anda tomando doses exageradas, e ainda por cima é teimoso o suficiente para ignorar as recomendações dos médicos, mesmo sabendo das consequências do que está fazendo. Ele pode até... morrer, e dessa vez eu não estou brincando.O coração de Aurora parou por um segundo.— O quê? — A voz dela saiu mais alta do que esperava.— Ele foi para o hospital, mas saiu antes mesmo de receber
Cap. 88: Aurora é sincera com Andrews.Aurora piscou, surpresa. O olhar dela se prendeu ao dele, confuso, tentando entender o que havia mudado. Por um segundo, nenhuma palavra foi dita. Era como se o tempo tivesse parado ali, entre os dois, no meio da escadaria silenciosa.— Tudo bem, então — ela murmurou, quebrando o silêncio. — Não vou insistir. Afinal, foi mais de um milhão, e eu nem mesmo já cheguei perto de ver ao menos metade disso tudo na minha conta. — Ela sorriu, desconcertada. — Pelo menos agora... você está se tornando um homem mais justo.Andrews soltou seu braço devagar, mas ainda a observava com intensidade. Aurora então seguiu seu caminho sem dizer mais nada, os passos lentos, pensativos.Foi nesse momento que Rodrigo subiu a escada ao encontro de Andrews, que estava no topo, e parou de frente com o amigo. Seus olhos estavam cansados, mas havia algo determinado neles.— Agora estou jogando limpo — disse Rodrigo, sem rodeios. — Eu só trouxe ela de volta pra mansão... ond
Cap. 89: O sonâmbulo agora fala?Aurora blonson.Andrews me encarou, sem reação, depois daquele meu pedido, mas eu estava realmente desesperada mesmo que tenha pedido de forma tao casual.— Por que? — ele perguntou com aquela calma que só ele sabia manter, o rosto impassível, porque era sempre tao difícil de o ler.Respirei fundo, tentando manter minha voz firme, mesmo com o coração apertado.— Porque você está se destruindo... e eu tô vendo tudo isso de perto. Esses remédios... eles causam delírios, Andrews.Ele soltou uma risada seca, quase amarga.— Isso aqui não é destruição. É sobrevivência.— Não. Isso é negação.O silêncio entre nós pareceu durar uma eternidade.— Você não precisa fazer isso — insisti. — Eu sei que você odeia parecer fraco. Mas se continuar assim... vai acabar se perdendo de vez.Ele me olhou nos olhos. Por um instante, juro que vi algo nele ceder. Mas então, desviou o olhar. Como se tivesse se lembrado de que não podia, não devia.— Eu não quero que você sinta
Cap. 90 Borboletas na barriga.Dia seguinte. Como esperado… ele não se lembrava.Saí do quarto já arrumada e o encontrei próximo à escada. Ele estava como de costume — perfeitamente alinhado. Seu perfume se espalhava pelo corredor com um frescor limpo e sofisticado. Os fios de cabelo estavam penteados para trás, e ele parecia mais descansado. Havia algo sereno em sua postura.Me aproximei com cautela enquanto ele ajeitava distraidamente a abotoadura do blazer, que lhe encaixava como uma luva. Na verdade, suas roupas sempre pareciam ter sido feitas sob medida, realçando ainda mais sua presença impecável.Nem percebi o quanto estava distraída, olhando demais, até que ele arqueou uma sobrancelha e me encarou.— Algo errado? — ele perguntou, com o olhar fixo em mim.— Com certeza… — murmurei involuntariamente e, logo depois, sorri sem graça quando percebi sua expressão confusa. — Está tudo bem. Bom dia, senhor Andrews. — respondi, abaixando a cabeça com certa vergonha.— Ok… bom dia. — Su
Cap. 91 Cruzando uma linha com Andrews.Andrews... minha mente gritou pensando o pior, corri segurando o seu braço, não que aquilo fosse o salvar se ele desequilibrasse, mas queria que ele recuasse, seu olhar estava vazio, a expressão completamente perdida.— Andrews...? — chamei num sussurro, a voz trêmula.Ele não respondeu. Apenas começou a descer os degraus com uma lentidão que me gelou por dentro. Era como se estivesse sendo puxado por algo que eu não conseguia ver. Algo que não estava ali.Meu coração começou a bater rápido demais. O medo se misturava ao instinto. Ele podia cair. Podia se machucar, enquanto seguia, eu travei o observando, não tinha nem como eu conseguir salvar ele se ele desequilibrasse.— Não... não agora — murmurei, descendo correndo para alcançar o último degrau antes dele. — Andrews, por favor, você tem que voltar pro quarto...Tentei segurá-lo pelo braço com o máximo de delicadeza, como se ele fosse vidro prestes a se estilhaçar. Mas ele me ignorou. Me atra
Cap. 92: desconfiado.— Andrews...? — murmurei, com a voz falha. — Você... está acordado?Mas ele não respondeu. Seus olhos estavam abertos, sim, porém enevoados, distantes. O sonambulismo ainda o mantinha preso em seu próprio mundo, como se flutuasse entre a realidade e os sonhos.Suspirei, dividida entre a preocupação e aquele novo turbilhão que crescia dentro de mim, quente, intenso, incontrolável.Foi então que senti sua mão se mover. Lentamente, os dedos deslizaram até o centro das minhas costas, como se procurassem abrigo em mim. O toque era suave, mas firme o suficiente para arrancar de mim um suspiro involuntário. Fechei os olhos, sentindo o peso do seu corpo sob o meu, o calor que ele irradiava... e o quanto o meu corpo parecia implorar para permanecer ali.Deixei os dedos passearem por seus ombros, sentindo a firmeza dos músculos sob o tecido da camisa. Um por um, desfiz os botões com reverência, como se revelasse um segredo sagrado que só eu poderia conhecer. Sua pele era q