13: cuidados casuais apenas.Aurora arregalou os olhos ao ver Andrews diante dela, segurando sua mão com firmeza, seu olhar fixo no corte profundo e avermelhado que se espalhava pela palma dela, Por um instante, o silêncio pesou no ambiente.— O que é isso? — a voz dele soou baixa, mas carregada de algo desconhecido.Ela tentou puxar a mão, mas ele segurou com mais força.— Como você se machucou assim? — A voz dele estava diferente agora, menos afiada, mas ainda exigente. — Está tentando perder a mão? Como conseguiu uma ferida tão profunda? — ele suspirou pesadamente segurando a mão dela com cuidado.Aurora respirou fundo e ergueu o rosto para encará-lo, um sorriso amargo brincando em seus lábios pálidos.— Por que será? Não é? — Sua voz carregava ironia, um tom de provocação que o desafiava a pensar.Os olhos de Andrews se estreitaram, Ele não gostava de jogos e ela sabia, mas naquele momento, era tudo que ela tinha para se defender.Andrews soltou sua mão bruscamente e se virou, sac
14: Noite de VigíliaAurora ficou surpresa quando viu que não era o doutor, mas antes que pudesse pular da cama, Andrews fez sinal para que ela continuasse ali, caminhou silenciosamente até a cômoda colocando a receita e os remédios.— Decidi te entregar seu telefone, espero que tome cuidado com suas ações a partir de agora, e não pense que por causa de um machucado eu amoleci, nada mudou, mas se você tiver só uma mão eu não vou poder te punir. — ele avisou em seguida se retirando.— Encapetado e mesquinho! — ela asseverou sem que ele ouvisse.A reação deles sempre parecia tão estranha e distante não importa o que acontecesse.Após esse episódio ela passou o dia inteiro trancada em seu quarto, evitando qualquer contato, sua mão latejava de dor, mas a ferida não era nada comparada à confusão e ao medo que sentia.Ela não viu Andrews desde então, ele permaneceu no escritório o dia todo, sem sair para almoçar ou dar ordens.No entanto, dentro do escritório, Andrews estava inquieto, ele e
15 – A Cozinha em Caos.Andrews estava dormindo quando um barulho estrondeante o fez acordar em um solavanco, O amanhecer trouxe consigo um barulho ensurdecedor: panelas caindo, talheres se chocando e portas de armários batendo.Jacy, a governanta, franziu o cenho ao ouvir a confusão na cozinha, assim como Andrews, que também saiu correndo, descendo a escadaria até chegar ao local.— Mas o que diabos está acontecendo lá? — ela murmurou, saindo às pressas do corredor.Donovan, que já estava tomando seu café da manhã, ergueu as sobrancelhas e largou a xícara, Ele estava tranquilo em meio àquela bagunça, já sabendo por que ela estava fazendo todo aquele alvoroço, mesmo com a mão enfaixada, que mal conseguia mover.— Isso parece um furacão...Encontraram Aurora em meio a um verdadeiro campo de batalha.Panelas jogadas no chão, gavetas abertas, utensílios espalhados por toda parte, Aurora parecia um redemoinho, movendo-se rapidamente, pegando facas, tesouras e qualquer objeto cortante ou p
16: Fama que ele te deu.Aurora ficou ali, imóvel, sentindo o peso daquela nova missão, Ela sentia que aquilo poderia ser mais do que ela estava pensando.Ela olhou para a sacola de facas em suas mãos e, por um breve segundo, pensou que talvez fosse o momento de começar a devolver tudo ao seu dono.Mas não daquele jeito, Não ainda, até pensar no que fazer com Andrews.Após esconder tudo debaixo da cama, a governanta trouxe para ela uma farda, um vestido preto de volume, com uma tiara de babado e um avental branco, Ela olhou incrédula para aquilo, mas já tinha concordado.Após receber a roupa, ela desceu para a cozinha, Não tinha ideia do que fazer, então pesquisou receitas de alguns petiscos para fazer e se virou com o que tinha na cozinha, sem se importar muito com detalhes.— Ele não quer que eu cozinhe? Deveria confiar em alguém que te odeia, para cozinhar para você? Eu deveria era envenenar tudo! — ela berrou enquanto misturava os ingredientes.Ela não saiu da cozinha até o final
17: Reagindo ao menos uma vez.O silêncio era quase ensurdecedor ali, ela não tinha escolha a não ser o seguir até que ele parou próximo a mesa, Andrews soltou ela com um gesto brusco e cruzou os braços, os olhos sombrios fixos nela.— Você tem ideia do vexame que causou?Aurora massageou o pulso, a dor na mão ferida, voltando a incomodá-la.— Eu avisei que isso era um erro, Mas você me obriga a trabalhar como se eu fosse uma qualquer. — ela asseverou o encarando com dureza, tentando disfarçar sua verdadeira reação.Ele riu, mas sem humor.— Uma qualquer? Não, Aurora, Eu apenas espero que você conheça seus próprios limites, Se não consegue segurar uma bandeja, deveria ter dito, afinal você acordou bem disposta, não é? Fez toda a bagunça que quis sem minha permissão e ainda causou uma bagunça lá dentro.Ela levantou a voz, cheia de fúria.— E você teria me ouvido? Como quando me obriga a lavar roupas mesmo sabendo que estou machucada? Ou cozinhar para depois jogar minha comida fora?An
18 - O Preço da obediência.A reunião já havia terminado, O silêncio dominava o grande salão, exceto pelo leve estalar da lareira ainda acesa, Aurora esperou até que todos tivessem saído antes de finalmente entrar para limpar os vestígios do jantar luxuoso.O cheiro forte do vinho derramado e os estilhaços da garrafa quebrada ainda marcavam o tapete caríssimo no centro do salão, Sem olhar para os lados, ela pegou um pano e começou a esfregar o chão de forma ansiosa sem se importar nem com os cacos.Andrews ainda estava lá, Sentado no sofá, com as pernas cruzadas e um copo de uísque na mão, observava cada movimento dela com um olhar indecifrável, como se fosse a cena já esperava quando se tratava de aurora.— Sabe quanto custou esse tapete que você manchou? — Sua voz soou calma, porém intimadora que fez o estomago de Aurora se contrair.Mas não respondeu, Apenas continuou esfregando os dedos, apertando o pano como se sua vida dependesse disso.— Talvez eu desconte do seu salário, Mas,
19 - O Peso do OrgulhoAurora terminou de limpar tudo com grande dificuldade, Cada músculo de seu corpo estava tenso, a dor latejante na mão enfaixada tornava cada movimento mais difícil, Mas ela ignorou tudo, Apenas termine, Vá para o quarto e acabe com isso. Ela repetia isso em sua mente enquanto limpava suportando a dor.Seguiu em direção à escada, ela estava tão dispersa que nem percebeu que Andrews ainda estava ali sentado no sofá quando atravessou a sala, ela apenas continuou até a escada, sentindo o alívio crescer dentro de si, Finalmente poderia descansar, ele observava enquanto ela subia lentamente cada degrau, como se suas pernas estivesse com algum peso.Mas seu corpo não suportou mais.Na metade do caminho, suas pernas fraquejaram, A visão escureceu, Sentiu o mundo girar antes de tudo simplesmente desaparecer, o desespero lhe tomou quando tentou se equilibrar segurando no degrau, mas não conseguiu perdendo a consciência, ela podia sentir que estava caindo e esperava a dor
: 20: Te vendo com outros olhos.Ele se manteve no corredor, olhou o relógio, já eram 22 hm, mas, ao invés de ir direto para seu próprio espaço, seus passos o guiaram de volta ao salão, ele queria um momento para se recompor, para organizar seus pensamentos confusos.A bandeja de petiscos intocados ainda estava sobre a mesa, então se lembrou das diversas vezes que o estômago dela roncou, Ele olhou para aquilo por um momento, depois suspirou, organizando os pequenos quitutes em fileiras ordenadas antes de pegar a bandeja e subir as escadas retornando pelo corredor,Quando entrou no quarto de Aurora, o que viu o fez parar por um instante, seu coração palpitou no peito, um misto de surpresa e... desejo? Ele não queria admitir, mas a visão de Aurora daquela forma o afetou de uma maneira que ele não esperava, porque ela estava o afetando tanto naquele momento, ele apertou os olhos e tentou acordar de algo que sua mente acusava ser algum pesadelo.— Não posso estar sentindo pensa dessa cois