Era tarde da noite. Na Mansão dos Cardoso, as luzes ainda estavam acesas.Amanda, vestida com elegância, se encontrava sentada diante de sua penteadeira, bocejando enquanto uma empregada arrumava seu cabelo:— A essa hora, ainda nessa agitação? — Reclamou Amanda, com um tom de desaprovação evidente.A empregada, uma senhora que parecia ter mais de quarenta anos e que acompanhava Amanda há muito tempo, se inclinou levemente e sussurrou em seu ouvido:— Sra. Amanda, o Sr. George trouxe uma namorada para casa pela primeira vez. Ele deve estar ansioso para que vocês se conheçam.— Ele decidiu exatamente agora, quando está tentando um casamento de conveniência, trazer uma namorada? — Indagou Amanda, pegando um grampo de cabelo de diamante da penteadeira e experimentando em seu cabelo. — Vou usar este.Acompanhada pela empregada, Amanda desceu as escadas. Todos na sala de estar estavam sentados de forma ordenada.Reginaldo olhou para sua esposa e falou de maneira indiferente:— Venha aqui p
Amanda lançou um olhar sobre Jaqueline, seus olhos pareciam sorrir, deixando Jaqueline um pouco desconfortável. Mas Jaqueline ainda ofereceu um sorriso cortês, pois era a primeira vez que encontrava a mãe de George. Ela parecia muito bem cuidada, além de bonita e de ter uma grande presença. "A aparência excepcional de George, certamente foi herdada dos seus pais." — Por mim, está bom. — Disse Amanda casualmente. — Quando vocês dois vão se casar?Ao mencionar o casamento, Jaqueline ficou imediatamente nervosa, riu e disse: — George e eu ainda estamos discutindo sobre o casamento, nós... — O que mais há para discutir? — Interrompeu Reginaldo. Jaqueline hesitou e então sorriu: — Casar é uma grande decisão, claro que temos que discutir bem isso e então...— Vocês não se amam de verdade? — Reginaldo a interrompeu novamente. — Se vocês já estão juntos e até vieram correndo à noite para explicar a situação, não é para se casarem o mais rápido possível? — Pai. — Falou George, p
Chegando ao banheiro, Jaqueline começou a vomitar. George esperava ansiosamente do lado de fora da porta. Após algum tempo, ela saiu, pálida. — Jaqueline, a culpa é minha. Se você realmente não quer se casar, tudo bem. Eu vou falar a verdade para o meu pai, não tem problema. Você não precisa fazer isso por mim... — Eu estou bem. — Jaqueline consolou. — É apenas a reação normal do enjoo, não é nada sério, não tem a ver com você.Para que ele não se preocupasse, Jaqueline lhe lançou um sorriso gentil:— Está tudo bem, vamos sair, não vamos deixar eles esperando.Eles percorreram alguns corredores antes de voltar à sala de estar. Jaqueline fez questão de levar George para um banheiro mais afastado, preocupada que seu vômito de gravidez pudesse ser ouvido.Ela pensava que se a família Cardoso descobrisse que ela estava grávida do ex-marido e se casando com George, seria difícil explicar. Embora ela e George não estivessem realmente se casando, precisavam fazer parecer real.De volta
No dia seguinte, Jaqueline estava pronta e colocou seu documento de identidade na bolsa. Ela recebeu uma ligação de George, que disse que iria chegar em três minutos. Jaqueline, com a bolsa nas costas, desceu as escadas para esperá-lo, mas, assim que chegou lá embaixo, uma figura alta e atraente correu em sua direção:— Irmã, bom dia.Ao ver a pessoa à sua frente, Jaqueline se surpreendeu um pouco:— Heitor, que coincidência.Heitor, com uma mochila nas costas, possuía um físico esguio, mas não frágil, e seu sorriso era radiante.— Irmã, você está tão bonita hoje, tem um encontro?Naquele dia, Jaqueline usava um vestido azul claro, com mangas de renda e um pequeno decote em V, e um colar elegante no pescoço, o que a fazia parecer muito bonita.— Tenho alguns assuntos para resolver.Ela se arrumou um pouco, pois acreditava que, como estavam atuando, deveriam fazer tudo a rigor, especialmente porque Reginaldo tinha dito que enviaria um assistente para monitorar se eles realmente se cas
Jaqueline Valente estava encolhida na cama, acariciando levemente sua barriga. Ela suspirou de alívio, feliz por saber que o bebê estava bem. Na noite anterior, Roberto Santana havia retornado e queria ter um momento de intimidade com ela. Eles não se viam há dois meses e ela não teve coragem de recusar ele.Roberto já tinha terminado de se arrumar. Vestido com um terno cinza feito sob medida, ele exibia uma figura alta e esbelta, elegante e atraente. Sentado em uma cadeira, ele trabalhava em seu tablet, deslizando os dedos na tela de forma lenta e preguiçosa, exalando uma aura de sensualidade.Ele notou a mulher na cama, enrolada no cobertor, com apenas a cabeça de fora. Seus olhos negros e brilhantes o observavam atentamente. Com um tom indiferente, ele disse: — Acordou? Levanta e vem tomar café da manhã.— Está bem. — Respondeu Jaqueline, corando enquanto se levantava da cama e vestia seu pijama.Na sala de jantar, Jaqueline continuava a cutucar os ovos no prato com seu garfo, enq
Ela abaixou a cabeça e deu um sorriso amargo.O que mais ela poderia desejar? Poder se casar com ele já havia esgotado toda a sorte que ela teria na próxima vida.Seus pais eram funcionários comuns do grupo SK. Em um incêndio, ficaram presos na sala de controle, mas antes de morrer conseguiram desligar um sistema importante, evitando a liberação de substâncias tóxicas e prevenindo mais mortes.Na época, a mídia noticiou o ocorrido por muitos dias e a última conversa dos seus pais com o mundo exterior ficou registrada.Com apenas 10 anos, ela teve que ir morar com sua tia.No entanto, a tia era fumante, alcoólatra e viciada em jogos de azar. Um ano depois, perdeu todo o dinheiro da indenização do grupo SK em apostas.Quando ela tinha 11 anos, sua tia a abandonou diretamente na porta da sede do grupo SK.Jaqueline ficou esperando na porta da empresa por dois dias, abraçada a sua mochila. Estava faminta e exausta, até que o presidente do grupo SK passou por ali e a levou para casa.Desde
— Eu não quis dizer isso. — Jaqueline estava um pouco irritada.Se ela tivesse essa intenção, como poderia ter deixado ele se aproximar na noite passada, estando grávida?Roberto não disse mais nada, carregou ela de volta para o quarto e a colocou na cama, cada movimento era suave e atencioso.Jaqueline quase levou toda a sua força para conter as lágrimas.Ele arrumou as roupas dela e sua mão grande acidentalmente tocou sua barriga.O coração de Jaqueline deu um salto e ela rapidamente empurrou a mão dele.Mesmo com sua barriga ainda plana, ela se sentia instintivamente culpada, preocupada que ele descobrisse algo.Roberto fez uma pausa.— O que houve?Estava para se divorciar, então agora não o deixava tocar ela?— Nada, apenas não dormi bem, minha cabeça está um pouco confusa. — Ela inventou uma desculpa.— Vou chamar um médico para vir aqui, você não está com uma boa aparência. — Ele disse e colocou a mão na testa dela, a temperatura estava normal, mas ele sentia que algo estava err
— Eu ainda te vejo como um primo, assim como você me vê como uma prima.A garganta de Jaqueline estava ficando cada vez mais dolorida, a ponto de quase não conseguir emitir mais um som, caso contrário, ela se revelaria, levantaria o cobertor e correria para os braços dele, chorando e dizendo “Eu nunca te vi como um primo, te amo!”.Ela se conteve para não fazer algo tão humilhante, já que ele tinha outra mulher em seu coração, por que ela deveria se rebaixar para manter ele?— Assim está bom. — Roberto esboçou um leve sorriso. — Você pode encontrar um homem que você realmente ame.O coração dolorido de Jaqueline foi cortado mais uma vez.Ela sorriu e disse:— Sim, está bom.Então ele poderia ficar com seu amor livremente.— Jaque. — Ele a chamou de repente.— Sim? — Ela respondeu com dificuldade.— Eu... — Ele de repente parou.Ela ficou em silêncio e esperou.— Eu vou embora agora, descanse bem.Roberto se virou e saiu.Jaqueline se encolheu debaixo do cobertor e começou a chorar.Ela