— Por que estou à beira da morte! — Exclamou Ângela, com os olhos vermelhos. — Sofri de uma doença gravíssima e precisei de um transplante duplo de pulmão. Roberto finalmente encontrou um doador, mas você sabe o que a Catarina fez?— O que ela fez? — Perguntou Jaqueline.— Ela usou seu poder para impedir que o doador chegasse ao hospital. Minha cirurgia teve de ser interrompida enquanto eu estava deitada na mesa de operação, esperando pelos pulmões, eu morreria!— Isso é impossível! Minha avó nunca faria isso, eu não acredito! — Jaqueline retrucou, com os olhos muito vermelhos, balançando a cabeça em desespero.— Você tem que acreditar! Se não, pergunte ao Roberto ou vá diretamente perguntar à sua avó se ela fez isso!— Então, continue inventando! — Disse Jaqueline, incapaz de acreditar que a avó que a criou e cuidou dela faria tal coisa, só com base no que Ângela dizia.Ângela soltou um riso frio e continuou:— Quando minha vida estava em perigo, Roberto foi confrontar sua avó. Catari
Jaqueline permanecia em silêncio. Ela sentia o coração partido, como se sua cabeça estivesse prestes a explodir. Ângela sabia de tudo, parecia que o ano que ela passou casado com Roberto havia sido inteiramente compartilhado com Ângela, eles mantiveram contato o tempo todo.— Lembra quando Roberto teve que viajar a trabalho por dois meses? Ele estava comigo. — Revelou Ângela abertamente. — Ele ficou me acompanhando, viajando comigo, e estava mais feliz ao meu lado.Jaqueline ficou sem palavras. Cada revelação era um golpe pesado que atingia seu cérebro, deixando ela quase em um estado de torpor, desejando que tudo não passasse de um pesadelo para acordar rapidamente.Ela se lembrou da noite em que Roberto voltou apressado, querendo fazer amor com ela. Eles estavam há dois meses sem se ver, e ela ainda estava apaixonada por esse homem, então não o rejeitou.Todo o processo foi tranquilo, ele foi muito gentil e cuidou de seus sentimentos, mas, no dia seguinte, logo pela manhã, ele pedi
A voz de Ângela era incrivelmente suave, mas cada frase parecia carregar uma lâmina, atacando diretamente o coração. Ela se posicionava como uma vitoriosa, mantendo Jaqueline presa sob seu pé, sem qualquer espaço para escapar. Sim, Jaqueline quase havia esquecido, embora o passado de Ângela não se comparasse ao da família Santana, ela ainda era uma dama da nobreza.Jaqueline lutava para manter o controle, mordendo os dentes enquanto falava: — Srta. Ângela, acho que você está pensando demais. Conheço Roberto há dez anos, como não saberia que tipo de homem ele é? Além disso, antes de nos casarmos, ele já havia deixado claro para mim que era um casamento por conveniência. Você não sabe o que ele me vai me dar depois que nos divorciamos? Não estou tão infeliz quanto você imagina.O rosto preocupado de Ângela, ao ouvir as palavras de Jaqueline, deu lugar a um leve sorriso.— É mesmo? Você não se sente infeliz com Roberto?— Você mesma disse, ele é um homem excepcional. Este ano de casame
Jaqueline riu amargamente e disse:— O que fiz pelas costas? Machuquei sua Ângela? Você conhece todo o processo? Você só ouve o que eu digo, mas não o que ela diz!— Chega! — Roberto a interrompeu. — Eu sei o que ela disse e posso mostrar pra você todas as informações médicas de Ângela. Se você soubesse pelo que ela passou, deveria se envergonhar em questioná-la aqui!Jaqueline ficou sem palavras. Ela realmente questionou Ângela, porque a viu no restaurante parecendo muito saudável. Mas Roberto acreditava piamente na versão de Ângela. No entanto, quando Ângela ia ao hospital, Roberto estava sempre com ela. Seria difícil para Ângela fingir, mas talvez não totalmente impossível, até mesmo ela poderia enganar Roberto, sem que ele soubesse que ela estava grávida.Deixando de lado os problemas de saúde de Ângela, em outros aspectos, ela claramente estava atuando, especialmente escolhendo momentos em que Roberto estava presente para dizer certas coisas, provocando Jaqueline a responder, fa
— Roberto, isso é claramente um duplo padrão! Você mesmo afirmou que, enquanto não nos divorciarmos, ainda somos um casal, mas você constantemente me acusa de maneira estranha, fica irritado porque eu desejo o divórcio, sempre parece que sou eu quem está te traindo, como se eu quisesse o divórcio, quando na verdade foi você quem o propôs. E logo após pedir o divórcio, você já estava ansioso para ficar com Ângela. Que direito você tem de me acusar?Ela continuou:— Ontem, você me pediu para voltar, mas você mesmo não estava lá. Hoje ao meio-dia, você me fez vir de tão longe, e só quando cheguei, descobri que era para eu esclarecer tudo para Ângela. Isso é ridículo! Uma coisa que poderia ser resolvida por telefone, você me fez vir aqui pessoalmente, apenas para trazer almoço para vocês dois. Roberto, sabe por que coloquei pimenta na marmita? Porque eu pensei que iríamos almoçar juntos!Ela falava incessantemente:— Eu aprecio comida picante, mas como você não gosta, eu também parei de co
Fábio virou a cabeça e indagou:— O que aconteceu? Protegendo uma mulher com o corpo e ainda segurando outra pela mão, você realmente consegue, hein?Roberto ficou sem palavras.Por um instante, Roberto não sabia o que responder, mas também não desejava soltar a mão.Ângela mordeu o lábio, uma relutância passou pelo fundo de seus olhos, e ela adotou uma expressão que pedia compaixão:— Tio, foi tudo culpa minha, tudo. Me desculpe, eu...— Se você sabe que a culpa é toda sua, então morra. — Fábio a interrompeu, implacável.Jaqueline, ao lado, ficou chocada.Na verdade, ela raramente via seu sogro, até tinha medo dele. Ele não era dado a brincadeiras, e a avó também não falava muito sobre ele.Ela apenas sabia que o relacionamento do sogro com a esposa não era bom, viviam separados, quase em estado de divórcio, e ela não sabia mais do que isso. Também não perguntara mais, pensava que seu sogro era uma pessoa que desvalorizava o casamento.Ângela parecia ter sido atingida por um raio, seu
Roberto deu leves tapinhas nas costas frágeis de Ângela:— Não se preocupe, eu cuidarei de tudo.— Será que nós dois nunca poderemos ficar juntos de verdade? É verdade o que seu pai disse, que eu nunca entrarei na Mansão dos Santana?Ao pensar nas palavras de Fábio, Ângela se irritou muito. "O que Jaqueline tem de tão especial? Uma pessoa tão comum e sem vantagens, por que a família Santana a protege tanto?"Roberto franziu a testa e disse, com uma expressão grave:— Não pense nessas coisas agora, cuide da sua saúde.— Estou com medo de não conseguir me recuperar. — Ângela enxugou uma lágrima. — Roberto, eu nem sei quanto tempo ainda tenho de vida, mas poder estar com você, mesmo que por um curto período, já me faz muito feliz, independentemente do status.— Está bem, não chore mais. — Roberto interrompeu, sem mais palavras, apenas se agachou para arrumar a mesa, cobrindo especialmente um pote com pimenta com muito cuidado.— Roberto, você não vai almoçar? — Perguntou Ângela.— Vamos s
Roberto franziu a testa, um lampejo de raiva brilhava em seus olhos.Jaqueline olhava fixamente para a pulseira no chão, como se vislumbrasse seu relacionamento com Roberto, agora irremediavelmente desfeito.Silenciosamente, se abaixou, recolheu a pulseira e a lançou em uma lixeira próxima antes de se virar para partir.Roberto, impulsionado por uma raiva inexplicável, avançou rapidamente e segurou o pulso de Jaqueline.— O que você quer dizer com isso?Para Roberto, parecia que Jaqueline tinha intencionalmente quebrado a pulseira ao meio. Sentindo a dor da forte pressão em seu pulso, Jaqueline franziu a testa e se esforçou para se libertar.— Não entendo o que você está insinuando.Ela compreendia que ele questionava sobre a pulseira, mas por que ele se irritaria tanto? Afinal, a pulseira era apenas um presente casual, comprado por sugestão de Ângela.Roberto estava prestes a dizer algo com o rosto fechado, mas Fábio interveio: — Quer fazer com que todos zombem de nós? Preciso cham