Roberto franziu a testa, um lampejo de raiva brilhava em seus olhos.Jaqueline olhava fixamente para a pulseira no chão, como se vislumbrasse seu relacionamento com Roberto, agora irremediavelmente desfeito.Silenciosamente, se abaixou, recolheu a pulseira e a lançou em uma lixeira próxima antes de se virar para partir.Roberto, impulsionado por uma raiva inexplicável, avançou rapidamente e segurou o pulso de Jaqueline.— O que você quer dizer com isso?Para Roberto, parecia que Jaqueline tinha intencionalmente quebrado a pulseira ao meio. Sentindo a dor da forte pressão em seu pulso, Jaqueline franziu a testa e se esforçou para se libertar.— Não entendo o que você está insinuando.Ela compreendia que ele questionava sobre a pulseira, mas por que ele se irritaria tanto? Afinal, a pulseira era apenas um presente casual, comprado por sugestão de Ângela.Roberto estava prestes a dizer algo com o rosto fechado, mas Fábio interveio: — Quer fazer com que todos zombem de nós? Preciso cham
Jaqueline não tinha compromissos particulares naquele dia, então decidiu ir cedo à Mansão dos Santana para fazer companhia à sua avó e conversar com ela.Chegando bastante cedo, encontrou a casa ainda vazia..No saguão, ela conversava e ria com a avó, embora por dentro se sentisse angustiada, conseguia manter um sorriso constante no rosto da avó.— Você sempre tenta me animar, sabe realmente como agradar as pessoas. Está se tornando cada vez mais astuta. — Comentou Catarina, acariciando a mão de Jaqueline com indulgência.De modo brincalhão, Jaqueline respondeu:— Imagina, vovó, como pode dizer que sou astuta? Vou ficar chateada com você.— Mas você é astuta, haha. — Riu Catarina, que subitamente se recordou de algo. — Aliás, você já se formou, não é? Vou arranjar um emprego para você na empresa. Me diga, o que gostaria de fazer?— Não precisa se preocupar, vovó. Prefiro buscar por mim mesma. Não quero depender da família, mas sim dos meus próprios esforços.— Jaque, admiro sua indepen
Demorou quase trinta segundos para a ligação ser atendida. Do outro lado do telefone:— Alô. Como a avó estava por perto, Jaqueline não podia falar de maneira fria com Roberto, então usou um tom caloroso:— Amor, sou eu.Ouvindo o tom de voz no telefone, Roberto franziu a testa, confuso:— O que foi?— Quando você vem visitar a avó?Roberto olhou para o relógio e respondeu:— Mais tarde eu passo aí.— Você não pode vir mais cedo?— Por que a pressa? Ainda é cedo.— Vem mais cedo, assim você faz companhia para a avó.— Isso foi ideia da avó?Jaqueline respondeu com um som.— Então diga a ela que eu vou passar mais tarde.— Mas...— Mas o quê? Você esqueceu o que disse antes? Você me aguenta há muito tempo, eu indo mais tarde vai te deixar mais confortável, assim você pode comer sem se incomodar.Roberto então desligou o telefone abruptamente, parecendo estar agindo por birra, jogando na cara dela as palavras que ela disse antes. As palavras que Jaqueline disse foram em um momento de d
Este homem, ela precisa desviar ainda mais a atenção dele.Roberto arrancou algo das mãos dela e jogou para o lado.— Não fale com ironia.— Estou apenas dizendo a verdade. Mas falando nisso, você também não se livrou? Secretamente enviou Ângela para o exterior, após uma viagem de negócios de dois meses, que na verdade foi passada com ela. Você também está farto deste casamento, não está? Foi submetido a isso tudo no último ano.Ao pensar nisso, Jaqueline sentia calafrios, mesmo sabendo que, antes do casamento, este homem já amava Ângela. O tratamento que ela recebeu dele durante o ano foi por responsabilidade.No entanto, ela sempre acreditou que, pelo menos durante esse ano de casamento, ele tinha sido fiel, mas nunca imaginou que ele faria tal coisa.Roberto franziu a testa e perguntou, com a expressão sombria:— Quem te disse isso?— Quem me disse? — Jaqueline se virou, com uma expressão inocente. — Certamente não foi a Ângela que me disse. Ela é tão pura, gentil e frágil, como pod
Roberto sentiu uma dor aguda no braço, mas não demonstrou e agiu como se nada tivesse acontecido:— Mãe, pai, vocês chegaram.Fábio ajustou a gravata no pescoço e tossiu, constrangido:— Se têm algo a fazer, vão para o quarto e fechem a porta. Fazer isso na sala de estar, sem medo de serem motivo de piada... É tão urgente assim?Catarina, apoiada em sua bengala, se aproximou com um sorriso e disse:— Acho que vocês não estão com tanta pressa assim, já que a barriga da Jaque ainda não mostra sinais. Roberto, parece que você precisa se apressar um pouco mais.Roberto franziu a testa, um vislumbre de constrangimento passou por seus olhos.— Vovó, não é o que vocês estão pensando.— Você pressionando sua esposa no sofá e a beijando loucamente, o que mais deveríamos pensar? — Catarina não se acanhou, afinal, essas coisas são experiências da vida que todos passam, não há motivo para fingir inocência.Roberto ficou sem palavras, se não fosse pela chegada deles, ele realmente não poderia garan
— Mãe, esta é a minha expressão normal, sou assim com todos. — Ele tentava explicar, de certa forma, que não estava intencionalmente focado em Nádia.De fato, ele estava bastante feliz por ver sua esposa, porém não era bom em expressar isso, e Nádia, por sua vez, também não se importava.— Ela é sua esposa, como pode tratá-la como os demais? — Catarina o repreendeu, erguendo o dedo. — Você...— Está bem, mãe. — Nádia interveio, segurando o braço dela. — Vamos jantar, é raro estarmos todos juntos, deixemos as tristezas de lado.As palavras de Nádia carregavam um significado subentendido.Fábio também percebeu algo, franzindo a testa, mas optou por não comentar.Foi então que Roberto interveio:— Sim, todos nós estamos finalmente reunidos, vamos aproveitar para ter uma boa refeição.Fábio lançou a ele um olhar gélido e disse:— Falou bonito.Seu olhar era cortante como uma lâmina, parecendo insinuar algo.Catarina franziu a testa e perguntou:— Fábio, o que houve? O Roberto fez algo cont
De qualquer forma, os assuntos entre o casal Santana eram bem conhecidos pela família. Por isso, não havia preocupação em chocar alguém, ela não desejava se complicar. Fábio forçou um sorriso constrangido e permaneceu em silêncio, sem mostrar descontentamento, como se já estivesse acostumado.O sorriso de Catarina endureceu em seu rosto, por fim, ela apenas suspirou, não disse mais nada e se virou para o mordomo, dizendo: — Sirva os pratos.O mordomo acenou com a cabeça e, em seguida, os criados começaram a trazer os pratos para a mesa. A atmosfera na mesa era peculiar, não apenas entre Roberto e Jaqueline. Entre Fábio e Nádia também havia uma tensão estranha, conhecida por todos, exceto por Jaqueline, que estava completamente alheia e só podia ser envolvida por essa atmosfera bizarra. O ambiente estava muito quieto, não parecia uma família animada, como se todos tivessem suas próprias preocupações.Catarina se virou para olhar sua amada neta, Jaqueline, a única pessoa normal na f
Roberto sorriu gentilmente e não se irritou:— Entendi, vovó, farei isso.Ele tomou a iniciativa de segurar a mão de Jaqueline. Ao ver o homem segurando sua mão, Jaqueline sentiu um aperto no coração, ele atuava tão bem, mas seu coração pensava em outra mulher. Todo o jantar foi uma farsa, uma vez que voltassem, eles retornariam ao estado de relação rompida, o que era triste só de pensar.Mesmo com o coração doendo, Jaqueline manteve um sorriso no rosto, colaborando com Roberto e olhando para ele com olhos cheios de amor. Roberto virou a cabeça e encontrou o olhar de Jaqueline, ficando momentaneamente distraído, como se os olhos dela estivessem cheios de amor por ele.Ela atuava tão bem que alguém desavisado poderia realmente pensar que ela o amava, mas na verdade ela só o via como um irmão. Não, talvez nem como um irmão, ela já estava farta dele, isso veio da própria boca dela, não podia ser mentira! Ao se lembrar das palavras dela, o coração dele se apertou levemente, sentindo u