TALIBÃPassei um rádio para os meus crias dizendo que queria todos na endola e fui andando até a minha moto.Tirei o descanso da mesma, montei, liguei e acelerei subindo o morro a milhão. Eu ainda tava tentando digerir aquilo tudo que ela me disse, mas tava difícil. E eu nem falo de esconder a minha filha, pô. Essa parte aí eu até entendi e pá. Do jeito que eu era emocionado na época e vivia como o meu pai queria, a tendência ia ser negar a menina mesmo.Mas porra, como ela não pensou nas consequências quando decidiu seguir justamente essa profissão? Egoísmo demais, cara. E agora que o bagulho tá de verdade ela vem se arrepender, aí é foda.Nem tô com raiva dela não. Não tem como, pra ela eu rendo fácil. Mas esse bagulho aí me chateou pra caralho.Parei em frente a endola e estacionei a moto perto do meio fio, colocando o descanso na mesma.Alguns dos vapores entravam e saiam repondo as mercadorias. Eu cumprimentei todos e logo entrei indo em direção a minha sala.- Caralho, tu conhe
TALIBÃEla me beijava com urgência e passeava as mãos pela minha barriga, descendo até os botões da minha bermuda.Toquei um seio dela com uma mão e agarrei fortemente a sua cintura com a outra.Ela desabotoou a minha bermuda e cessou o beijo erguendo a barra de sua blusa, tirando a mesma. Desabotoei seu shorts e o puxei para baixo, tirando o mesmo.A beijei novamente e passeei minhas mãos por suas costas, tentando me livrar de seu sutiã.- Tira isso - Susurrei entre o beijo, já sem paciência e ela riu levando suas mãos até o fecho do sutiã.Quando falei que o tempo não tinha passado para ela, eu não estava mentindo. Mesmo depois da nossa filha, ela ainda estava com tudo em cima.Beijei o seu pescoço e fui deixando uma trilha de beijos até chegar em seus seios. Tomei um mamilo em minha boca e apertei o outro com a mão, enquanto ela passava as mãos em meus cabelos dando longos suspiros.- Kerlisson - Sussurrou em meio a um suspiro - É melhor irmos para o quarto - Disse e logo em segui
LIS- Vocês são uns incompetentes! - Gritei ao telefone.- Abaixa tua bola, Lis! Não é porque tu ta dando pro chefe, que eu vou tolerar esculacho teu não. Se liga, caralho - O LL falou do outro lado da linha, entre um gemido e outro de dor do tiro que levou.- Abaixo porra nenhuma! O Gledson deixou isso na minha responsabilidade e você fodeu com tudo, seu idiota! - Desliguei o celular sem esperar ele responder e o joguei sobre o sofá.Comecei a chorar de raiva e a medida que as minhas lágrimas iam rolando pelas minhas bochechas, lembranças de como eu me meti em tudo isso me vieram a mente.A Clara tinha acabado de se mudar para o bairro e eu sabia, por meio das fofoqueiras de plantão que a mãe dela era policial, mas não estava exercendo a profissão.Até aí tudo bem, eu não tinha nenhum interesse e até virei amiga da Clara. Viviamos grudadas, e ela vivia mais na minha casa do quê na dela. E sempre que conseguíamos, a gente dava um perdido na dona Clarissa e íamos a praia.Mas, chegou u
CLARAMesmo em meio a todo esse furacão de acontecimentos, eu estava transbordando de felicidade.Depois de tanto esperar eu finalmente conheci o meu pai, e ele é o principal motivo da minha felicidade. E ainda saber que eu tinha uma irmã, nossa, era o meu sonho. Isso me deixou muito mais feliz.O meu único medo é que a Martinha mude comigo depois que souber a verdade. - Ainda sou virgem, amor - A Martinha começou a cantar e aumentou o volume do som, me tirando dos meus pensamentos e eu dei risada da voz de taquara dela.- O the voice taí, meu amor! - A Ana debochou vindo da cozinha e sentou ao meu lado.Ela estava pesada demais, os pés inchados e tudo mais. Mas mesmo assim estava linda, e a barriga dela então. Tô boba.- Vem moleque! É assim ô - Tirou o Rian do carrinho, colocou ele no chão e começou a ensinar o menino dançar funk.- Meu Deus, Marta! Não ensina isso pro garoto, sua perdida - A Aninha gargalhou quando o Rian colocou as mãos no joelho e começou a se mexer.- Bota, tir
RAELFalar pra vocês, eu nunca que iria sonhar que a Clara era filha do Talibã. Eu fiquei com receio quando soube? Fiquei, mas fui lá mandei o papo pra ele na maior pureza. E graças ao cara lá de cima, eu só recebi uma ameaça.Terminei tudo lá na endola e saí trancando a porta da salinha. Joguei as chaves no pescoço, peguei o meu fuzil e meti o pé lá pro lado de fora.Expliquei tudo para os vapores sobre a organização das drogas e desci o morro, cumprimentando alguns moradores que falavam comigo conforme eu ia descendo.Enrolei a esquina da rua 7 e fui descendo a ladeira até chegar no escadão, onde o Rico e o Neguinho estavam.- Bagulho desse tá estranho demais, pô - Ouvi o Neguinho falar assim que cheguei perto deles.- Fala aí, tu não conheceu nenhum dos caras? - O Rico perguntou pra mim assim que eu sentei na mureta do escadão.Neguei.- Tenho nem idéia de quem seja, pô. Única coisa que eu vi foi só ódio na hora, tá maluco - Falei negando, ao lembrar do fdp puxando a Clara pelos c
CLARA- Vai, entra logo - A Martinha me empurrou farmácia à dentro e eu quase tomei um tombo.Virei a encarando com uma cara feia e só aí eu entendi a pressa. O Neguinho tava passando com os meninos na rua, e o Sorriso apontava pra cá igual um maluco.Eu soube do rolo deles desde a festa da Ritinha, quando peguei os dois agarrados no corredor que dava pro banheiro. Depois a Ana me contou todo o resto, junto da própria Martinha.- Vai ficar sem falar com ele até quando? - Perguntei olhando pra ela e dela para a rua. Ela deu de ombros.- Quando ele parar de ser medroso e falar com o meu paizinho, eu paro de negar voz - Ela disse rindo sem humor. Fiquei triste por ela, né. Ninguém merece um homem sem atitude, sem uma postura. E além do mais, o que poderia acontecer de ruim se ele fosse falar com o meu pai?- Ele vai superar, o Talibã não é nenhum monstro - A puxei pela mão e ela riu, indo até o balcão comigo.A farmacêutica nos olhou e eu fiquei calada, fazendo a Martinha revirar os olh
RAELAssim que vi a Clara subir as escadas, a minha vontade era de largar o que eu tava fazendo e ir falar com ela. Abraçar. Beijar. Mas se eu fizesse isso a Aninha iria me tacar o chinelo sem pena, então achei melhor ficar quieto na minha.Quando e eu e os crias terminamos, fomos pro quintal tirar um lazer antes de voltar pro plantão e o Rico aproveitou pra brincar com o moleque dele, e os outros disseram até que iam ensinar o Rian a jogar bola.- Tudo maluco, o moleque nem anda direito pô - Falei e ri me sentando no batente da porta.- Se vocês derrubarem meu filho, vão tomar um soco no meio da fuça! Amasso sem pena - O Rico falou enquanto colocava o Rian no chão e sentava na grama, na parte que já tinha uma sombra.- Se cair, do chão não passa - O Neguinho falou e pegou na mão do moleque, levando ele até a bola que tava nos pés do Sorriso.O Neguinho soltou a mão do moleque e o Sorriso chutou a bola, enquanto o Rian apenas ficou olhando a bola ir até o lado das flores.- Vai buscar
NEGUINHOTava só olhando a Martinha de canto de olho. Ela tava toda emburada, nem olhar pra mim ela olhava pô.Fiquei logo bolado, mas o pior é que eu não tinha nem razão pra ficar. A culpa era minha mesmo.Eu era um frouxo quando o assunto era ir falar com o Talibã sobre o nosso namoro.- Cadê teu rádio em, porra? - O Rico perguntou pra mim e eu passei as mãos no bolso, não sentindo o mesmo.- Porra, acho que ficou na endola - Disse passando a mão na cabeça.- O Talibã não conseguiu te acionar lá e me mandou mensagem aqui dizendo que era pra tu levar a Martinha em casa, e já ficar lá pra trocar um papo com ele - O Rico falou com ar de riso enquanto mexia no celular, e o Sorriso deu risada deitado no chão.Neguei com a cabeça e minhas mãos já começaram a suar, pô.- Vamos? - A Martinha deu um meio sorriso e logo me olhou, levantando do sofá.Agora ela fala comigo né. Fdp, mandada.Levantei do sofá, peguei meu boné, meu fuzil e fui seguindo a Martinha até lá fora. Coloquei o fuzil atra