Quarenta e dois

MARTINHA

Mordi meu lábio e sorri vendo o Dário sair e fechar a porta as pressas, enquanto eu me jogava no sofá.

- Num faz essa cara não em! Para de fogo no rabo - Meu pai falou e eu dei risada.

- Que cara? Não sei do que o senhor tá falando - Eu disse mordendo minhas unhas.

- Essa cara de piranha aí - Falou me imitando - Já pensou se tu pega barriga? Vai ficar igual quando uma cobra engole um sapo. Tem nem corpo pra isso - Falou indo pra cozinha.

- Tá me chamando de magrela? - Perguntei indo atrás dele na cozinha.

- Tô mesmo, tô mesmo! - Falou e riu, vindo pro meu lado e bagunçando o meu cabelo. Fico indignada com isso, cara.

Cruzei os braços, o olhei com tédio e ele deu risada.

- Se preserva, gatinha! Não quero dar outro susto no Neguinho - Disse e beijou a minha cabeça.

- Sabia que tinha feito de propósito - Eu ri, empurrei o ombro dele e ele negou ficando sério.

- Eu tava descascando a laranja - Afirmou, mas logo deu risada.

- Aham! - Assenti rindo também - Mas, me fala! O que era
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