MIAO chalé estava imerso no silêncio, com o crepitar da lareira sendo o único som além do vento suave que agitava as árvores lá fora. Apesar da calma aparente, meu corpo, coberto apenas com a camisa de Vittorio, estava inquieto, como se antecipasse algo que ainda não havia acontecido.Estava na cozinha, fingindo que o chá em minhas mãos era suficiente para me acalmar, mas meus olhos continuavam a vagar até as janelas. Um desconforto estranho crescia dentro de mim, algo que eu não conseguia explicar, talvez fosse algum tipo de trauma que eu levaria comigo depois do ataque do dia anterior.De repente, um som ao longe interrompeu meus pensamentos. O ronco de um motor ecoou através das árvores, cada vez mais próximo.Coloquei a xícara sobre a bancada, meu coração disparando. Olhei para fora, mas não consegui ver nada através da linha de árvores que cercava o chalé.— Vittorio? — chamei, minha voz mais baixa do que pretendia.Antes que pudesse ouvir uma resposta, ele apareceu na porta da
MIAA chuva tamborilava contra o vidro da janela, cada gota desenhando trilhas efêmeras antes de escorrer e sumir, como pensamentos que eu não conseguia manter. O céu cinzento parecia pesar sobre o chalé, refletindo o turbilhão que girava na minha cabeça.Breno.Sua visita havia mexido comigo mais do que eu queria admitir. Cada sorriso, cada palavra calculada... Algo nele não parecia certo. A maneira como seus olhos brilharam, dando a impressão de que talvez quisesse transmitir algo que eu não entendi."E Mia... Tente não se meter em problemas, está bem?"As palavras dele ecoavam incessantemente, como um sussurro perturbador na minha mente. Era um conselho? Um alerta? Ou algo mais sinistro? Meu estômago revirava só de pensar. Desde que ele saiu, uma sensação incômoda se instalou, como um calo que arde ao menor toque, impossível de ignorar.A respiração abafada do ambiente parecia aumentar minha inquietação. Apertei os braços ao redor do corpo, tentando me aquecer do frio que não vinha
MIANa manhã seguinte, o chalé parecia ainda mais silencioso do que o habitual. O som da chuva que caía lá fora não ajudava a dissipar o peso no ar. Eu não sabia se era o clima cinzento ou se era apenas a minha mente, sobrecarregada de perguntas não respondidas, que criava esse vazio.Vittorio estava no quarto de hóspedes, ocupado ao telefone. Sua voz grave ecoava pelo corredor, mas as palavras eram indistintas, abafadas pela espessura das paredes. Mesmo assim, sua presença parecia preencher o espaço, e o fato de não saber sobre o que ele falava só aumentava minha sensação de desconforto.Decidi sair da sala, tentar distrair minha mente, quem sabe explorar o chalé. Cada passo parecia ecoar no silêncio opressor do lugar. O hall d
MIAO resto do dia foi um caos.Vittorio e eu revistamos o chalé, examinando cada cômodo, cada janela, cada canto, mas não encontramos nada.E isso só fez minha ansiedade crescer ainda mais.Mais tarde, enquanto eu arrumava minhas coisas no quarto, ele apareceu na porta, encostando-se no batente com os braços cruzados.— Vamos voltar para os Estados Unidos — anunciou.Parei o que estava fazendo e o encarei.— Agora? Pensei que ainda tinha negócios para resolver aqui.— Minha prioridade agora é a sua segurança.A firmeza em sua voz não deixava espaço para discussão. Vittorio atravessou o quarto e fechou minha mala antes de colocá-la no chão.— Eu não preciso de proteção. Você não precisa se preocupar comigo — protestei, mas minha voz não saiu tão firme quanto eu gostaria.Ele se aproximou, seus olhos presos aos meus. Mas, desta vez, havia algo ali que me desarmou completamente. Medo.— Não vou arriscar sua vida, Mia. Não discuta comigo sobre isso.Havia algo na maneira como Vittorio di
MIAO beijo de Vittorio me levou ao céu e ao inferno em questão de segundos. Seus lábios deslizaram pelo meu pescoço, me marcando como dele, e eu não me importava.No fundo, eu sabia. Meu coração já pertencia a Vittorio Moretti.— Mia, você não faz ideia do que faz comigo — ele murmurou, mordiscando o lóbulo da minha orelha.Um arrepio percorreu minha espinha enquanto minhas mãos deslizavam pelo seu peito, puxando sua camisa e a retirando de uma vez. O toque da sua pele contra meus dedos era eletricidade.Era fogo.— Me mostre.Vittorio sorriu, aquele sorriso de predador que me fazia esquecer o mundo. Com um movimento firme, me deitou na cama, pairando sobre mim. Seus dedos deslizaram pela barra do meu vestido, brincando com o tecido.— Eu vou mostrar — ele prometeu, a voz rouca, carregada de desejo. — Não uma, mas várias vezes.Só de imaginar o que viria a seguir, minha pele formigou.— É mesmo? — provoquei, mordendo o lábio.Ele assentiu e, então, deslizou a mão até o bolso.O objet
MIAO calor da sua língua me fez arquear as costas contra os lençóis, um suspiro trêmulo escapando dos meus lábios. Vittorio me segurou firme, mantendo-me exatamente onde queria, enquanto seus beijos se aprofundavam, explorando cada uma das minhas reações.Meu corpo respondia instintivamente, os dedos se enredando em seus cabelos, puxando-o para mais perto, pedindo sem precisar dizer uma única palavra. Ele sabia.— Você se entrega tão fácil para mim... — Sua voz era um arrastado de prazer, os olhos escuros e famintos quando ergueu o rosto por um instante para me encarar. — Eu poderia passar a noite inteira te provando, te fazendo implorar.Minha respiração estava entrecortada quando tent
MIAO ronco baixo das turbinas do avião preenchia o silêncio confortável entre nós. A cabine privativa era espaçosa e luxuosa, mas minha atenção estava inteiramente voltada para o homem ao meu lado. Vittorio estava recostado no assento de couro, uma taça de uísque esquecida na mesinha ao lado, seus olhos escuros presos em mim com uma intensidade que fazia meu coração disparar.Eu estava aninhada contra ele, minhas pernas dobradas sobre o assento enquanto seus dedos traçavam círculos preguiçosos na minha pele, criando um contraste entre o toque possessivo e a suavidade inesperada de seu carinho. Não havia pressa, não havia palavras necessárias. Apenas nós dois, envoltos em um momento de rara tranquilidade.— Cansada? — Sua voz veio baixa, rouca, um leve sorriso brincando em seus lábios.Balancei a cabeça lentamente, absorvendo o calor de seu corpo contra o meu.— Não quando estou assim — murmurei, deslizando os dedos pelo contorno de sua mandíbula.Vittorio virou o rosto, capturando mi
MIAHoras depois, quando o avião pousou em Las Vegas e seguimos de carro até a mansão de Vittorio, o clima entre nós ainda era carregado de desejo e proximidade. Ele dirigia com uma mão no volante e a outra pousada na minha coxa, traçando círculos suaves contra o tecido do meu vestido.— Mal posso esperar para ter você na minha... — Ele fez uma pausa e sorriu de lado. — Quer dizer, na nossa cama de novo, piccola.Seu tom era rouco, carregado de promessas, e um arrepio percorreu minha espinha. Sorri, mordendo o lábio, mas antes que pudesse responder, o carro atravessou os portões da propriedade e estacionou na entrada da mansão.E então, o clima íntimo foi abruptamente quebrado.Uma mulher estava parada no topo dos degraus da entrada. Os olhos escondidos por um par de óculos escuros de lentes enormes, os lábios pintados de um vermelho vibrante, e os cabelos loiros meticulosamente presos em um coque alto. O vestido dourado reluzia sob a luz do fim de tarde, e uma echarpe de seda estava