Natasha CastroO barulho do carro sendo destravado me deu taquicardia, eu pulei para o banco do motorista e apertei a trava. Diego me olhou confuso, mas no momento estou com mais medo dele do que de tudo isso. Por que eu concordei com essa viagem? Eu ainda quero ver meus pais e a Ana, não quero morrer.— Natasha abre a porta? — ele falou e eu apenas vi seus lábios se movendo, enquanto ele aponta para a porta.Antes que pudéssemos fazer qualquer coisa, carros pretos entraram em alta velocidade derrubando as motos que ficaram paradas em um estrondo, eu vi faísca de fogo com a moto sendo arrastada. Diego olhou diretamente para mim, mas desviou sua atenção para o carro que parou próximo e um homem saiu. Oh! É o tal Leclerc. Um furgão chegou em seguida e homens começaram a pegar os homens caídos e a jogar lá dentro como se fossem coisas descartáveis.Deus eu quero sair daqui, socorro!! Minha bolsa, olhei em volta. Cadê ela? Procurei no chão na frente e não estava, movi meu corpo entre os
Natasha Castro — Você realmente quer me contar? — Minha voz saiu como um sussurro. Enquanto olhei em seus olhos ele me deu um leve sorriso, segurando levemente no meu queixo.— Quero querida! Eu te quero ao meu lado e não pretendo esconder nada de você! — suas palavras me pareceram sinceras. Mas há que ponto? O quanto ele está disposto a se abrir comigo? E eu, devo me envolver ainda mais? Ponderei por alguns segundos, tentando formular uma boa pergunta, ou pensar nas melhores que rondam minha mente e com um frio gélido falei— Quem realmente é você? E o que você faz fora do país? — Minha voz pareceu forte, mas eu lutei para não deixar ela falhar.— Eu tenho uma rede de boates. — ele franziu suas sobrancelhas e se permaneceu sério ao continuar — Sou sócio do Vincent e administro a frente delas, a rede verde é tradicional, a amarela é de BMDS e a vermelha… — ele limpou a garganta com um leve barulho. — Elas são orgias.Eu engoli em seco, ele realmente pretende ser sincero ao máximo. M
Natasha Castro — Você sabe melhor do que ninguém que eu não posso fazer isso Diego! — seu tom era áspero, e eu percebi que o Diego bufou levemente, com o celular no viva voz, próximo a sua boca. — Já tô enfiado nessa merda até o pescoço, agora eu não posso voltar atrás e mesmo que eu quisesse, eu não vou fazer isso. Respirei fundo sentindo pena daquela garota, pobre menina, ela deve estar sofrendo tanto nas garras daquele monstro, olhei para o Diego e ele me olhou ainda sério e falou. — Certo Vincent, tudo bem eu entendo, mas você sabe que eu não concordo com isso… — Eu sei porra! — meus olhos se arregalaram com o tom feroz do homem do outro lado da linha — Mais você não se mete na minha vida pessoal e eu não me meto na sua, esse foi o nosso acordo para você não se envolver com a nossa sócia, lembra? — senti um tom irônico no final Meu sangue gelou em minhas veias e o Diego ficou tenso, tornando seu semblante sombrio. — Merda Vincent, passado e passado porra. — Agora foi a
Diego Cesarini T á certo que a minha vida tem dois lados, mas eu não diria que isso é assustador, por mais que meu amigo seja da máfia. Isso não quer dizer que eu faça tudo o que dizem que a máfia é. Vincent também tem um lado humano, apesar de quase nunca parecer. Eu sou seu amigo e desde quando o conheci até hoje ele se tornou um ser mais humano ao longo do tempo. E o fato de termos uma parceria, as lavagens de dinheiro… Merda falando assim soa muito errado, mas enfim. Esse sou eu e eu nunca iria esconder isso da Natasha, eu realmente quero que ela me aceite como eu sou. Porque eu sou assim e não posso mudar.Minha família não sabe ao certo de tudo. Apenas sobre a rede de boates tradicionais. Meu pai é um cara das antigas, nossa ele ficaria baita decepcionado e eu pretendo deixar ele sem saber, porque não quero ver os olhares de decepção deles. Merda, eu nunca havia pensado por esse lado antes, eles me admiram tanto. Soo-yeon é um caso à parte, Vincent veio até mim para falar
Natasha Castro R ealmente a semana que passei com o Diego em Paris foi muito intensa, teve direito a tudo briga, reconciliação e um final de semana perfeito ao seu lado… Mordi a ponta de trás da caneta, olhando para o vago da minha sala, lembrando dos momentos que passamos juntos. Ele foi tão atencioso e cuidou tão bem de mim, apesar de ter sido apenas uma leve torção. Ele é realmente incrível e conseguiu bater contra todas as expectativas que eu tinha dele. Diego é realmente um homem dos sonhos, se. Não focar muito na parte das boates dele é no seu lado obscuro, ele me jurou que não participa, apenas administra e quem sou eu para ficar pensando nisso. Eu dei um voto de confiança a ele e vou permanecer firme, Diego não fez nada para que eu desconfiasse dele. Sorri. Ele apenas tentou chamar a minha atenção desde o primeiro dia em que nos conhecemos.— Como está a mais nova apaixonada do momento? — Ana entrou na minha sala me tirando dos meus pensamentos. Sorri, deixan
Diego Cesarini. Estava tudo tranquilo, passamos um restante de semana perfeito em Paris, retornamos e mesmo que a Natasha não queira que eu a assuma agora, ela sabe que isso vai acontecer a qualquer momento e ninguém vai juga-lá. Eu tenho o direito de me relacionar com quem eu quiser. Independente se trabalhamos juntos ou não, apesar de que. Meu pai já avisou que se der qualquer coisa errado o clima depois fica estranho, mas eu sei que não vai dar, eu não sou homem de ficar brincando de escolher a todo o momento. Tava tudo de boa, comecei uma reunião com meu parceiro e amigo de longa data Luiz Henrique e para ver minha garota, pedi que a documentação fosse enviado a elas e com isso eu poderia tirar uma casquinha e ver minha gata, já que ela não gosta de transitar pela minha sala. Uma coisa que vamos ter que mudar, minha mesa daria uma boa cama para foda.— Há! Ta viajando Diego? — Lh falou se recostando em sua cadeira, enquanto me olhou com zombaria — Quem é a garota que
Natasha Castro. Duas vezes no mesmo dia, tenho certeza de que ele sabe quem sou e está nos seguindo. O que eu posso fazer? Falar, Diego seu amigo foi meu passado infernal. Não, Diego ficaria desconfortável com isso. Eu não posso dizer isso a ele, tenho que manter esse cara longe de mim. Minhas mãos estão trêmulas e eu não consegui mais segurar o cardápio, enquanto o deixei sobre a mesa. Suspirei fracamente, tentando não focar no assunto deles. Olhei em volta e vi algumas crianças comendo, sorri, são bebes talvez de um aninho. Eu acho elas tão fofas. Quem sabe um dia eu possa ter um.— Não fomos devidamente apresentados. — Voltei a minha atenção para ver a mão daquele desgraçado estendida na minha direção. — Luiz Henrique Serrano. Olhei para o Diego e ele estava sério nos olhando, ele parecia estar me analisando, eu fiquei desconfortável. Ao intercalar meu olhar entre ele e o Luiz Henrique. Primeiro que esse desgraçado é ainda o mesmo do colegial, apenas mais alto e com
Natasha Castro. Parei na calçada e chamei o taxi que observei se aproximando, ele parou e eu abri a porta ainda com minhas mãos trêmulas e o meu corpo cansado com o peso desse maldito passado sobrecaindo sobre mim.— Natasha!! Engoli em seco ao ouvir a voz potente do Diego, eu queria olhar e gritar tudo o que o Luiz Henrique fez, mas é aí, será que ele acreditaria em mim? Entrei rapidinho fechando a porta, quando percebi que o Diego estava próximo do carro, com lágrimas escorrendo por meus olhos falei.— Moço vai! Fechei meus olhos sentindo as lágrimas escorrendo pelo meu rosto, enquanto o carro começou a partir. Um soluço escapou dos meus lábios e eu realmente não sabia o que fazer. Eu só queria voltar para a casa dos meus pais e chorar deitada no colo deles, como quando eu era adolescente e tudo se resolvia tão facilmente. A vida adulta parece cada vez mais assustadora. Suspirei ao ver que minha bolsa e tudo o que continha dentro ficou no restaurante, como vou pa