Diego Cesarini.— O que você disse? — Minha voz saiu com um tremor de raiva. Enquanto peguei Luiz Henrique pelo pescoço, o prendi contra o chão. O sangue dos seus lábios escorria até minhas mãos, aquele líquido morno foi avistado por mim assim que Rafael colocou a luz da lanterna em nossa direção. Minha mandíbula estava cerrada, meus dentes estavam tão pressionados que eu poderia sentir que eles iriam se partir, como ele pode? Como ele sabe disso? Se até mesmo a Natasha acredita que seja dele.— Diego, o que foi? — A voz do Rafael sobressaiu a minha raiva e um clique pareceu estalar em minha cabeça. O maldito médico que atendeu a minha mulher! Gritei em ódio, apertando ainda mais o pescoço desse filho da puta, o soltando após levantar e bater com sua nuca no chão. Ele desmaiou. Me levantei, chacoalhando minhas mãos, enquanto olhei para o agente penitenciário. Ele estava com seus olhos arregalados.— Execute! Acorde esse desgraçado e mande os presos terminarem com o que começar
Diego Cesarini. — Eu nunca negaria... As palavras do meu amigo ficaram gravadas na minha mente, eu tenho certeza de que com ele eu não errei. Seguimos para o seu apartamento, não tinha notado que o horário havia passado tão rápido, já passa da meia-noite e, pelo estado da Natasha, ela já deve estar dormindo. Rafael falou que a Ana Paula provavelmente também estaria, já que faz tempo que ela não manda mensagem para ele. Merda, não queria acordar a Natasha. Poderia ficar no meu apartamento, mas passei apenas para tomar uma ducha rápida, quero vê-la nem que seja dormindo. O percurso foi rápido, eu estava louco para abraçar minha mulher e dizer que o filho que ela carrega é meu, mas ainda não sei como abordar esse assunto, ela está muito sensível e falar nisso, segurei no braço do Rafael, assim que o meu celular tocou, fazendo-o parar com a chave na porta. Atendi e ouvi rapidamente o esperado, o Luiz Henrique já estava finalizado, Rafael me olhou e eu apenas sorri assentindo, e
Natasha Castro Nunca havia dormido tão bem em dias. Ao abrir os olhos eu soube o motivo: Diego estava ao meu lado, seu rosto calmo e sereno me fez sorrir. Provavelmente ele ainda dormia em sono profundo. Não gosto de falar sobre meus pesadelos, mas na noite anterior, foi como se uma presença malévola estivesse no quarto, me sufocando, me aprisionando em um pesadelo que transcendeu o sono. A sensação de dedos gelados na minha pele me acordou em sobressalto, várias vezes. Ainda sentia o toque fantasmagórico em minha pele, uma lembrança que me deixava tensa. Isso está acabando comigo; essas noites terríveis, mal dormidas, pesadelos constantes estão deixando meu sono cada vez mais escasso. Acredito que a pressão da meia conversa que tive com Diego ontem, com tantas perguntas em aberto, tenha contribuído para o pesadelo. Não sabia onde ele estava nem quando voltaria. Ana tentou me acalmar, dizendo que eles estavam resolvendo um assunto importante, mas ela não sabia o que era. As
Natasha Castro.— Diego, aconteceu alguma coisa? — fechei a porta já sentindo minhas mãos ficarem trêmulas. Parece que viramos ao mesmo tempo, seu olhar veio sobre mim e um brilho de felicidade pareceu irradiar deles. Ele segurou o documento mais firme e parecia pensar nas melhores palavras por alguns segundos, foram os mais lentos da minha vida. Meu coração estava parecendo uma batedeira desgovernada. — Eu não sei uma melhor forma para lhe contar isso, querida! — Ele olhou para os papéis e em seguida para mim. — Que tal do início? — juntei minhas mãos na frente do meu corpo — Fala logo, por favor. Já estou ansiosa. — Mordi meu lábio inferior. Não saberia nem o que ele tem para me dizer, nada passa pela minha mente, por mais que eu pense, nada aparece. — O bebê que você espera é meu filho! Eu estava olhando para o chão, mas suas palavras fizeram o meu coração para por tempo suficiente para me causar uma leve tontura, olhei para ele sentindo meus olhos se arrega
Natasha Castro. — Você quer comer alguma coisa, amor? — Com um sorriso galanteador, Diego me olhou. O calor da sua mão na minha era reconfortante. Estávamos prestes a entrar no Jardim Botânico, meu lugar preferido em Curitiba, quando ele perguntou. Mas, do outro lado da rua, meus olhos se fixaram na nova sorveteria, toda colorida e charmosa, com um letreiro que dizia ‘Delícias Geladas’. Vi um cartaz, com uma casquinha de morango com calda de chocolate, e meu bebê chutou. Senti o gosto gelado do morango e do chocolate passando em meus lábios e a minha boca salivou instantaneamente. Um arrepio percorreu minha espinha e o segundo chute do bebê me fez sorrir ainda mais. — Me espera aqui? — Ele beijou minha testa e, enquanto fechava os olhos assentindo, senti um calor delicioso percorrer meu corpo. Diego começou a se afastar, e olhando suas costas, lembranças do passado surgiram na minha mente, tão vívidas que, se eu fechasse os olhos, poderia senti-las novamente… Meu coração ba
Natasha Castro Quem diria que hoje eu estaria sentada nesta cadeira, ocupando o cargo que muitos gostariam de ter?! É com muita honra que encho a boca ao dizer que sou eu quem dirige as finanças da Construtora Cesarini, uma das maiores empresas de engenharia civil de São Paulo, mas confesso que chegar até aqui não foi fácil. Em meu caminho encontrei muitos obstáculos e para ser mais precisa, tudo começou no colégio… Eu era uma menina humilde, muito acanhada e constantemente sofria bullying por conta dos óculos, aparelhos e até mesmo das roupas simples que usava, tudo era motivo de piada, mas nada disso me desmotivou! Meu desejo de vencer na vida falou mais alto e hoje, abro um sorriso ao ver essa armação prateada em minha frente, afinal, as lentes que tanto me fizeram sentir vergonha, hoje são usadas para me auxiliar nos cálculos da minha maior conquista. O retrato em família exposto sobre minha mesa, me causa um misto de emoções… Foi uma época boa, em partes! Sinto saudades de
Diego — No lixo da sua casa, porque para um homem abusado como você, não desejo nem ver o papel. Por apenas um segundo eu fiquei sem reação, eu nunca havia levado um fora na minha vida, ai o meu ego! O seu olhar de desprezo me deixou com um sentimento de diversão, porque uma gata como esta, não está afim de flertar comigo? Sorri ao vê-la se afastar, voltando sua atenção para a sua bebida. — Então você aceita currículos? — sorri divertido ao ver sua expressão de choque me olhando drasticamente. — Olha eu não estou interessada em currículos, muito menos em homens como você. — ela deu seu último gole e com uma expressão de frustração ela bateu o copo contra o balcão e se levantou me olhando feio. Eu apenas a segui com o meu olhar, enquanto ela se afastou sem se virar para trás, como uma mulher pode resistir a mim? Ela se encontrou com outra garota na pista de dança, ela se movimenta enquanto fala demonstrando estar irritada, eu sei que tenho vários efeitos nas mulheres, mas n
Natasha Castro Meu celular despertando faz a minha cabeça doer levemente, droga porque eu fui sair ontem? Abri meus olhos e estou na minha cama, não lembro de ter chegado aqui e nem bebi tanto assim! Estou toda amassada e ainda usando as roupas de ontem, ri ao imaginar a situação da Ana Paula que estava caindo de bêbada. Desliguei o despertador e me levantei para tomar um banho, não dá para aparecer no trabalho assim, peguei meu paletó feminino azul bebe e uma camiseta gola média preta. E o restante do conjunto seguido por um banho relaxante com a água morna… Depois da minha higiene e de me preparar com o cabelo secado por um secador, o prendi em um rabo de cavalo no tipo da minha cabeça, peguei meus óculos e o coloquei na minha bolsa e saí do meu quarto me deparando com uma Ana Paula quase se arrastando pelo chão. — Diga que eu fui atropelada por um carro, e que hoje estou indisponível para o trabalho!! — Minha amiga estava jogada no sofá, com a bunda no encosto e a cabeça cain