LeonardoJéssica disse que colocaria nossa filha para dormir esta noite. O jantar terminou da melhor maneira e agora aguardava minha mulher retornar para nossa suíte. Assim que entrei, encontrei o quarto decorado como solicitei e as rosas perfumando o ambiente. Aproveitei que ela não voltava para tomar banho, agora usando apenas a calça do pijama, esperando por ela sentado na cama, conversando com Jorge por mensagem. Passava das onze horas da noite, tarde para Valentina ainda estar acordada. Eu iria aguardar por mais 10 minutos, se Jéssica não aparecesse eu iria até o quarto da nossa filha. Mal terminei de pensar, a porta se abriu e Jéssica entrou.— Sua filha, parece que adivinha quando eu quero que durma cedo e fica me enrolando até pegar no sono.Ouvi Jéssica, falando parando no meio do quarto ao reparar na surpresa.— Então era essa surpresa? Doutor Leonardo, o senhor está realmente disposto a me fazer perdoar por tudo que aconteceu.Jéssica disse, despindo sua roupa, na minha fre
Jéssica— Valentina nada de correr menina — estava com Valentina e Áurea numa área próxima do hotel. Leonardo e seu Ricardo, foram para outra parte, acompanhados de um guia turístico. Como Valentina queria ficar perto da neve e das montanhas, disse para Leonardo que era melhor ficar por aqui mesmo, enquanto os dois aproveitavam o restante do passeio. Soraia não quis participar, usando a desculpa que não se sentia bem, que a comida a deixou com enxaqueca. Óbvio que nem mesmo insisti ou algo do tipo. Quanto mais longe dela, muito melhor seria para mim. A manhã estava fria e saímos do hotel, com roupas próprias para a temperatura que fazia neste momento. Valentina com seu casaco rosa, touca de lã e apenas seu rostinho aparecendo, com as bochechas vermelhas. Áurea dizia que essa viagem jamais seria esquecida. À noite, Leonardo e eu iríamos em um passeio noturno. Comentei com Leonardo no almoço sobre o passeio nórdico e ele acabou concordando comigo. Valentina ficaria com Áurea enquanto nó
LeonardoValentina tentava me convencer que poderia ir sozinha na descida. O instrutor me disse que eu não precisava me preocupar, que tudo estava sob controle e que ele era treinado para qualquer situação. Fiquei mais tranquilo com Valentina me garantindo que obedeceria o que o rapaz dizia. Com tudo pronto, tirei meu celular do bolso para gravar a descida dela. Valentina sorriu para o avô e a mãe. Assim que terminei de gravar a descida, fui até Jéssica entregar meu aparelho, já que eu iria após Valentina. Participaria dessa experiência juntamente com minha filha, pois todos os momentos importantes ao lado dela, eu estaria presente.— O que aconteceu?Jéssica perguntou, se levantando, caminhando até mim.— Não aconteceu nada, é só para você segurar meu celular e claro se quiser, gravar a minha descida. Eu não esquio faz alguns anos, entretanto eu acredito que não estou tão fora de forma assim.Recebo um beijo em meus lábios, vindo dela que me pegou de surpresa com esse gesto.— O que
JessicaQuando Áurea me perguntou o que estava acontecendo, disse apenas para que ela voltasse ao hotel com um dos seguranças. Afirmei que Leonardo havia sofrido um acidente leve, mas precisava ser levado ao hospital. Valentina fez birra, dizendo que queria ir comigo e o avô, mas fui firme ao explicar que não era permitida a entrada de crianças. Agora, estou a caminho do hospital com meu sogro e Diego, que pediu total discrição à equipe médica, alertando a diretoria do hospital sobre a chegada de Leonardo. Qualquer divulgação sobre o acidente foi proibida. Sentada no banco de trás, meu sogro tenta me consolar, segurando minha mão com carinho. Eu não tinha noção da gravidade da queda, nem sabia que havia sangramento na parte de trás de sua cabeça. Ricardo mantém uma calma que me deixa ainda mais nervosa. Ele está acostumado a lidar com essas situações, enquanto eu não entendo nada de hospitais ou doenças.— Filha, mantenha a calma. Não foi nada sério. Quando chegarmos ao hospital, ele
MarceloMeus dias estavam péssimos, com a morte do maldito que eu usava como escudo para continuar enganando a justiça e assim não retornar ao presídio. Larissa seguia me infernizando para que eu desse um jeito de separar Leonardo e a prostituta. Como pode uma mulher como Larissa ser humilhada dessa forma por um filho da puta como Leonardo? Quando a mulher poderia ter o homem que quisesse aos seus pés, entretanto o desejo dela louco era se tornar primeira-dama. Como se Soraia fosse aceitar uma mulherzinha como Larissa, que a diferença com a prostituta era apenas um diploma superior. Estava sentado na varanda que existia em meu quarto, de saco cheio de ficar preso nessa prisão de luxo. Nem as garotas que eram pagas para me entreter, andavam fazendo o serviço direito. Fumava um charuto, vendo a noite estrelada, quando ouço a porta do meu quarto abrir. Viro o rosto, para trás, e Dantas é quem aparece.— Que venha trazendo boas notícias, porque estou no meu limite da paciência que ultimam
JéssicaConsegui lanchar, para tentar me manter de pé. Minha conversa com Pedro terminou, acabou me deixando tranquila e eu confiaria na ajuda que ele daria em um momento tão complicado. Quando retornei, encontrei Ricardo conversando com o médico e meu sogro sorriu para mim assim que me aproximei.— Filha, esperava a sua volta. Juarez me disse aqui que a visita será liberada agora. Achei melhor que só você entre no quarto e veja com seus próprios olhos como meu filho está.Meu sogro me falou, todavia, não achava certo que eu entrasse sozinha enquanto o pai ficava do lado de fora.— O senhor também tem que entrar. Não é possível dividir os minutos para nós dois?Questionei, porém, meu sogro disse que era melhor assim. Ele tinha certeza de que Leonardo ficaria bem e por isso preferiu que eu entrasse sozinha.O médico me tranquilizou, apontando para o corredor que levava até a UTI. Ricardo disse que iria até a lanchonete tomar um café e que logo estaria de volta.Então fui com o médico,
JessicaAguardava notícias há vinte minutos e ninguém aparecia para me explicar algo. Ricardo foi chamado logo após eu sair do quarto, o que me deixou ainda mais desesperada. Eu estava perdida, sem saber o que pensar, e se Leonardo de fato estava bem ou se todos ali estavam apenas tentando me enganar de alguma forma. Os minutos passavam, o desespero aumentava até que ouvi passos vindo do corredor que dava até a UTI. Meu sogro apareceu com um sorriso no rosto, mas eu não conseguia identificar se era algo bom ou não. Ele era médico, então sabia muito bem esconder seus sentimentos.— Diga que ele está bem mesmo. Por que o médico não veio com o senhor? — Perguntei nervosa, recebendo um afago no rosto do meu sogro, que me pedia para ficar calma.— Vamos sentar aqui, filha. Fica calma, você está nervosa à toa — ele disse, apontando para a poltrona e se acomodando em outra ao meu lado.— Me fala a verdade, o Leonardo piorou, é isso? — Perguntei, mexendo as mãos que suavam de nervosismo.— Nã
JessicaNão preguei o olho durante a noite. Valentina dormiu abraçada a mim, e por sorte minha filha não acordou de madrugada. Quando eu finalmente consegui pegar no sono, já era praticamente de manhã. Eu olhava para o celular a cada momento, com pavor de receber uma notícia ruim. Sentia tanto medo de que algo estivesse acontecendo enquanto Leonardo estava internado. Levantei-me da cama um pouco depois das seis e meia da manhã. Com cuidado para não acordar Valentina, saí da cama e fui em direção ao banheiro. Fechei a porta com cuidado, trancando-me lá dentro. Ao me olhar no espelho, vi meu rosto com olheiras e os olhos vermelhos de sono e cansaço. Eu precisava ser forte, não podia desabar, porque tinha fé de que Leonardo logo acordaria e que ele não teria sequelas graves. Tirei a roupa e entrei debaixo do chuveiro, ligando a água quente. Molhei o cabelo para tentar afastar o sono e relaxar os músculos tensos do meu corpo. Quinze minutos depois, saí do banheiro, vestindo um roupão e se