Os dias que se seguiram à última discussão entre Leon e Ana foram tensos. Ele ainda era o mesmo Leon, dominador e confiante, mas agora suas atenções eram divididas. Ele não parava de ver outras mulheres, algo que Ana não deixou de notar, mesmo estando presa naquela mansão. Ela não conseguia entender como alguém que dizia querer conquistá-la ainda se envolvia com outras. Isso a irritava profundamente, mesmo que ela soubesse que não deveria se importar.
As mulheres que Leon visitava ficavam completamente encantadas por ele, chegando ao ponto de procurá-lo em suas empresas e criar situações constrangedoras. Era algo quase cômico para Ana, observar de longe essas mulheres disputando a atenção de Leon. Mas, ao mesmo tempo, era um lembrete constante do tipo de homem com quem ela estava lidando. Certa tarde, enquanto caminhava pelo vasto jardim da mansão, Ana tropeçou em uma pedra solta e caiu de forma desajeitada. A dor foi imediata, um corte profundo em seu joelho fez o sangue começar a escorrer rapidamente. Ela tentou se levantar, mas sua perna cedeu sob a dor. Os seguranças a encontraram minutos depois e a levaram rapidamente para dentro da casa. Um médico foi chamado, e, enquanto cuidava do ferimento, Leon apareceu, visivelmente preocupado. — O que aconteceu? — ele perguntou, a voz carregada de preocupação genuína. Ana, deitada no sofá, olhou para ele com uma mistura de desdém e surpresa. — Me machuquei no jardim, mas estou bem. Não precisa fingir que se importa — ela murmurou, enquanto o médico terminava de enfaixar seu joelho. Leon se aproximou e sentou ao lado dela. Ele segurou a mão de Ana com delicadeza, o que a surpreendeu. — Eu não estou fingindo, Ana — ele disse em um tom mais suave do que ela jamais ouvira dele. — Eu me preocupo com você. Ana afastou sua mão rapidamente, desconfiada. — Não me venha com esse jogo, Leon. Eu sei que para você isso é apenas uma forma de me manipular. Ele riu baixinho, mas seus olhos permaneciam fixos nos dela. — Você acha que pode me enganar, não é? — disse ele, levantando uma sobrancelha. — Eu sei que você está fingindo me dar uma chance, tentando ganhar minha confiança para encontrar uma saída. Mas, Ana, eu te conheço melhor do que você pensa. Ela prendeu a respiração. Estava certa de que seu plano de fingir submissão estava funcionando, mas aparentemente Leon era mais perspicaz do que ela esperava. — E então? — Ana perguntou, desafiadora. — O que vai fazer a respeito? Leon suspirou e se inclinou para trás, relaxando. — Na verdade, tenho uma proposta para você. Algo que pode nos beneficiar a ambos. — Outra proposta absurda? — Ana ironizou, cruzando os braços. — Escute primeiro. Eu preciso de você para fingir ser minha namorada. Apenas por um tempo — ele disse, seu tom mais sério agora. — Eu tenho eventos importantes na empresa, além da pressão da minha família, que está questionando minha vida amorosa. Eles querem que eu encontre alguém, que eu demonstre estabilidade. E você... pode ser essa pessoa, ao menos publicamente. Ana o olhou, chocada. — Você quer que eu finja ser sua namorada? — ela repetiu, incrédula. — Isso é loucura, Leon. Sua família? Eles não são idiotas. Vão perceber que é uma farsa. — Não se você fizer isso direito — respondeu Leon, com um sorriso malicioso. — Você sabe atuar bem, não é? Já que tentou me enganar, pode usar essas habilidades para outra coisa. E em troca, eu posso te oferecer algo. Ana franziu a testa. — O que exatamente? — Mais liberdade. Você poderá sair comigo para os eventos, terá mais mobilidade... talvez até visite sua família, se souber jogar suas cartas — disse Leon, observando sua reação. Ana ponderou por alguns instantes. A ideia de fingir ser namorada de Leon a enojava, mas também via uma oportunidade ali. Se conseguisse enganá-lo direito, poderia encontrar uma maneira de escapar, talvez até entrar em contato com alguém fora daquela mansão. E a possibilidade de ver sua família novamente era tentadora. — E se eu recusar? — Ana perguntou, desafiadora. Leon sorriu novamente, dessa vez com uma frieza calculada. — Eu não faria isso se fosse você. Não agora, quando você pode transformar essa situação a seu favor. Ana mordeu o lábio inferior, ponderando. Leon sabia jogar muito bem, mas talvez dessa vez ela pudesse virar o jogo a seu favor. — Tudo bem — disse Ana finalmente, com relutância na voz. — Eu aceito ser sua namorada de mentira. Mas lembre-se, Leon, isso é apenas um jogo. E todo jogo pode ter um vencedor... e um perdedor. Leon sorriu, satisfeito. — Veremos, Ana. Veremos.No escritório da mansão, Leon estava sentado atrás de sua mesa de mogno, observando Ana com um olhar sério. Um contrato repousava entre eles, cada palavra cuidadosamente elaborada para garantir que ela não poderia escapar tão facilmente de seu acordo.— Este contrato é simples — disse Leon, apontando para o documento. — Você se compromete a fingir ser minha namorada em eventos da empresa e para minha família. Em troca, terá mais liberdade, conforme acordamos.Ana leu o contrato com atenção. Suas mãos estavam trêmulas, mas ela não deixaria que Leon percebesse seu nervosismo. Cada cláusula parecia amarrá-la mais e mais àquele jogo de poder. No entanto, uma em especial chamou sua atenção.— E esta cláusula? — Ana perguntou, franzindo a testa. — Multa altíssima caso eu descumpra o acordo?Leon sorriu friamente.— Sim. Se você quebrar o contrato, terá que pagar uma multa significativa. Quero garantir que você leve isso a sério, Ana.Ela cruzou os braços, tentando não demonstrar o quanto aq
A primeira aparição pública de Leon e Ana como um casal causou alvoroço. As fotos deles juntos no evento foram rapidamente espalhadas por portais de notícias e redes sociais, deixando muitos intrigados com o novo "casal". Mas a repercussão não ficou restrita apenas às elites. A família de Ana, que não tinha notícias dela desde o sumiço, viu as imagens e ficou em choque.Em sua casa simples, Dona Maria e Seu Antônio estavam sentados à mesa, olhando incrédulos para a manchete no site de notícias: "Leon Cortes e sua nova namorada: quem é a misteriosa mulher ao lado do bilionário?"— Isso não pode ser verdade! — exclamou Dona Maria, segurando o celular com mãos trêmulas. — É nossa Ana Paula! Antônio, precisamos fazer alguma coisa!Seu Antônio, visivelmente preocupado, balançou a cabeça.— Temos que falar com ela, Maria. Algo não está certo. Ela desaparece por dias e agora surge ao lado desse homem?Enquanto isso, Carla, a melhor amiga de Ana,
Depois da visita à família de Ana, Leon começou a relaxar um pouco. Ele percebeu que, para que sua farsa funcionasse e para que Ana desempenhasse bem o papel de sua namorada, ela precisava de um pouco mais de liberdade. Então, ele lhe deu permissão para sair da mansão em momentos programados, sempre acompanhada por seguranças discretos. Não era total liberdade, mas para Ana, era um respiro necessário.Em uma dessas saídas, Ana decidiu se encontrar com Carla em um café na cidade. Ela sabia que a amiga tinha muitas perguntas, e Ana estava se preparando mentalmente para continuar com a farsa. Porém, conforme se aproximava do café, seu coração batia mais rápido. Mentir para sua família já havia sido difícil, mas mentir para Carla... isso a incomodava de uma maneira que não podia ignorar.Quando entrou no café, Carla já estava esperando em uma mesa no canto, seus olhos atentos e curiosos.— Ana! — Carla se levantou, abraçando-a com força. — Eu estava tão preocupada! Por que você sumiu assi
Os dias seguintes foram um misto de tensão e falsa calmaria na mansão. Ana continuava desempenhando seu papel de namorada de Leon, participando de eventos empresariais e mantendo as aparências, mas internamente, seu mundo estava desmoronando. A relação entre ela e Leon estava ficando cada vez mais confusa. Ela tentava manter a cabeça no lugar, repetindo para si mesma que tudo aquilo era apenas um contrato, mas seu coração a traía constantemente.Lucas, por outro lado, estava mais determinado do que nunca. Ele já havia juntado uma série de informações sobre Leon, mas precisava de algo mais concreto para confrontar Ana. Algo que pudesse abrir os olhos dela de uma vez por todas.----------------------------------------------Ana estava no jardim da mansão em uma de suas raras horas de folga. O dia estava claro, e o aroma das flores ao redor era relaxante, mas sua mente estava longe dali. Ela pensava em sua família, em como todos estavam lidando com aquela far
Depois do sucesso da aparição pública, Leon decidiu que era hora de Ana conhecer sua família. Ele nunca havia trazido uma mulher para casa antes, e o pensamento de apresentar Ana para sua mãe e irmão o deixava nervoso, embora ele jamais admitisse isso.Ana, por sua vez, estava igualmente apreensiva. Não era só o peso da mentira que a incomodava; era também a pressão de se apresentar como a "namorada" perfeita diante da família de Leon. O irmão dele, principalmente, era um desconhecido, mas Leon o havia mencionado várias vezes. Tudo parecia um jogo, e Ana precisava jogar suas cartas com cuidado.----------------------------------------------No final de semana seguinte, Leon a levou para sua casa de campo, onde sua mãe, Dona Elvira, e seu irmão mais novo, Rafael, estavam esperando. A casa era imensa, cercada por jardins exuberantes e um lago ao longe. Quando eles chegaram, Dona Elvira os recebeu com um sorriso caloroso.— Você deve ser a famosa Ana
Ana estava ainda mais tensa desde a visita à casa de Leon. Embora a família dele a tivesse recebido calorosamente, o peso da mentira só aumentava. A cada gesto amável de Dona Elvira, a cada sorriso de Rafael, Ana sentia como se estivesse andando em uma corda bamba, prestes a despencar.Leon, por outro lado, estava lidando com sentimentos que nunca havia experimentado antes. Ver Rafael e Ana juntos despertava nele uma raiva e um ciúme que ele não conseguia controlar. Ele não estava acostumado a sentir-se assim vulnerável, muito menos por uma mulher que, até pouco tempo atrás, ele via apenas como um jogo.----------------------------------------------Alguns dias após a visita à casa dos pais de Ana, Leon a chamou para uma conversa em seu escritório.— Eu pensei em te deixar um pouco mais livre — começou ele, observando-a atentamente enquanto ela se sentava à sua frente. — Você pode sair mais, contanto que mantenha a farsa intacta. Nossa história ainda precisa parecer verdadeira.Ana fr
Ana sabia que não poderia adiar essa conversa por muito mais tempo. Ela sentia o peso da mentira crescendo sobre seus ombros, mas também sabia que tinha que manter a farsa para preservar sua liberdade. No entanto, convencer sua família e amigos não seria uma tarefa fácil. Lucas e Carla estavam desconfiados, e sua família merecia uma explicação melhor.Numa tarde, Leon recebeu uma ligação inesperada de Ana. Ela estava nervosa, mas decidida.— Preciso da sua ajuda — disse ela. — Meus pais e meus amigos estão ficando cada vez mais desconfiados. Eles querem ouvir a história completa de como ficamos juntos.Leon respirou fundo, sabendo que esse momento chegaria eventualmente.— Vamos fazer isso do jeito certo, então — respondeu ele, com um tom firme. — Vamos encontrar sua família e esclarecer tudo. Eu estarei lá para garantir que acreditem.Ana concordou, mas o medo não a deixava em paz. Estava prestes a enganar as pessoas que mais amava, e is
Ana Paula encarava seu reflexo no espelho, ajustando o laço de seu vestido simples e floral. Apesar das insistências de Leon para que ela usasse roupas mais elegantes, mais apropriadas para o estilo de vida dele, ela mantinha o que chamava de seu "estilo camponesa". As saias rodadas, os tecidos leves e os detalhes sutis que lembravam o campo faziam parte de quem ela era. Ana sabia que Leon esperava que ela se moldasse ao mundo dele, mas também sabia que ele começava a perceber a força de sua personalidade.Ela ajeitou os cabelos castanhos que caiam em ondas sobre seus ombros e suspirou. Leon podia ser charmoso e intenso, mas ele ainda precisava entender que não seria fácil transformá-la. Quando ele entrou no quarto, Ana notou a surpresa em seu rosto ao vê-la pronta. Seus olhos verdes faiscaram com algo entre admiração e frustração.— Vai com esse vestido? — ele perguntou, cruzando os braços, com uma mistura de incredulidade e um leve sorriso nos lábios.—