Capítulo 5 - Jogos de Mentiras

Os dias que se seguiram à última discussão entre Leon e Ana foram tensos. Ele ainda era o mesmo Leon, dominador e confiante, mas agora suas atenções eram divididas. Ele não parava de ver outras mulheres, algo que Ana não deixou de notar, mesmo estando presa naquela mansão. Ela não conseguia entender como alguém que dizia querer conquistá-la ainda se envolvia com outras. Isso a irritava profundamente, mesmo que ela soubesse que não deveria se importar.

As mulheres que Leon visitava ficavam completamente encantadas por ele, chegando ao ponto de procurá-lo em suas empresas e criar situações constrangedoras. Era algo quase cômico para Ana, observar de longe essas mulheres disputando a atenção de Leon. Mas, ao mesmo tempo, era um lembrete constante do tipo de homem com quem ela estava lidando.

Certa tarde, enquanto caminhava pelo vasto jardim da mansão, Ana tropeçou em uma pedra solta e caiu de forma desajeitada. A dor foi imediata, um corte profundo em seu joelho fez o sangue começar a escorrer rapidamente. Ela tentou se levantar, mas sua perna cedeu sob a dor.

Os seguranças a encontraram minutos depois e a levaram rapidamente para dentro da casa. Um médico foi chamado, e, enquanto cuidava do ferimento, Leon apareceu, visivelmente preocupado.

— O que aconteceu? — ele perguntou, a voz carregada de preocupação genuína.

Ana, deitada no sofá, olhou para ele com uma mistura de desdém e surpresa.

— Me machuquei no jardim, mas estou bem. Não precisa fingir que se importa — ela murmurou, enquanto o médico terminava de enfaixar seu joelho.

Leon se aproximou e sentou ao lado dela. Ele segurou a mão de Ana com delicadeza, o que a surpreendeu.

— Eu não estou fingindo, Ana — ele disse em um tom mais suave do que ela jamais ouvira dele. — Eu me preocupo com você.

Ana afastou sua mão rapidamente, desconfiada.

— Não me venha com esse jogo, Leon. Eu sei que para você isso é apenas uma forma de me manipular.

Ele riu baixinho, mas seus olhos permaneciam fixos nos dela.

— Você acha que pode me enganar, não é? — disse ele, levantando uma sobrancelha. — Eu sei que você está fingindo me dar uma chance, tentando ganhar minha confiança para encontrar uma saída. Mas, Ana, eu te conheço melhor do que você pensa.

Ela prendeu a respiração. Estava certa de que seu plano de fingir submissão estava funcionando, mas aparentemente Leon era mais perspicaz do que ela esperava.

— E então? — Ana perguntou, desafiadora. — O que vai fazer a respeito?

Leon suspirou e se inclinou para trás, relaxando.

— Na verdade, tenho uma proposta para você. Algo que pode nos beneficiar a ambos.

— Outra proposta absurda? — Ana ironizou, cruzando os braços.

— Escute primeiro. Eu preciso de você para fingir ser minha namorada. Apenas por um tempo — ele disse, seu tom mais sério agora. — Eu tenho eventos importantes na empresa, além da pressão da minha família, que está questionando minha vida amorosa. Eles querem que eu encontre alguém, que eu demonstre estabilidade. E você... pode ser essa pessoa, ao menos publicamente.

Ana o olhou, chocada.

— Você quer que eu finja ser sua namorada? — ela repetiu, incrédula. — Isso é loucura, Leon. Sua família? Eles não são idiotas. Vão perceber que é uma farsa.

— Não se você fizer isso direito — respondeu Leon, com um sorriso malicioso. — Você sabe atuar bem, não é? Já que tentou me enganar, pode usar essas habilidades para outra coisa. E em troca, eu posso te oferecer algo.

Ana franziu a testa.

— O que exatamente?

— Mais liberdade. Você poderá sair comigo para os eventos, terá mais mobilidade... talvez até visite sua família, se souber jogar suas cartas — disse Leon, observando sua reação.

Ana ponderou por alguns instantes. A ideia de fingir ser namorada de Leon a enojava, mas também via uma oportunidade ali. Se conseguisse enganá-lo direito, poderia encontrar uma maneira de escapar, talvez até entrar em contato com alguém fora daquela mansão. E a possibilidade de ver sua família novamente era tentadora.

— E se eu recusar? — Ana perguntou, desafiadora.

Leon sorriu novamente, dessa vez com uma frieza calculada.

— Eu não faria isso se fosse você. Não agora, quando você pode transformar essa situação a seu favor.

Ana mordeu o lábio inferior, ponderando. Leon sabia jogar muito bem, mas talvez dessa vez ela pudesse virar o jogo a seu favor.

— Tudo bem — disse Ana finalmente, com relutância na voz. — Eu aceito ser sua namorada de mentira. Mas lembre-se, Leon, isso é apenas um jogo. E todo jogo pode ter um vencedor... e um perdedor.

Leon sorriu, satisfeito.

— Veremos, Ana. Veremos.

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