Os dias seguintes foram um misto de tensão e falsa calmaria na mansão. Ana continuava desempenhando seu papel de namorada de Leon, participando de eventos empresariais e mantendo as aparências, mas internamente, seu mundo estava desmoronando. A relação entre ela e Leon estava ficando cada vez mais confusa. Ela tentava manter a cabeça no lugar, repetindo para si mesma que tudo aquilo era apenas um contrato, mas seu coração a traía constantemente.Lucas, por outro lado, estava mais determinado do que nunca. Ele já havia juntado uma série de informações sobre Leon, mas precisava de algo mais concreto para confrontar Ana. Algo que pudesse abrir os olhos dela de uma vez por todas.----------------------------------------------Ana estava no jardim da mansão em uma de suas raras horas de folga. O dia estava claro, e o aroma das flores ao redor era relaxante, mas sua mente estava longe dali. Ela pensava em sua família, em como todos estavam lidando com aquela far
Depois do sucesso da aparição pública, Leon decidiu que era hora de Ana conhecer sua família. Ele nunca havia trazido uma mulher para casa antes, e o pensamento de apresentar Ana para sua mãe e irmão o deixava nervoso, embora ele jamais admitisse isso.Ana, por sua vez, estava igualmente apreensiva. Não era só o peso da mentira que a incomodava; era também a pressão de se apresentar como a "namorada" perfeita diante da família de Leon. O irmão dele, principalmente, era um desconhecido, mas Leon o havia mencionado várias vezes. Tudo parecia um jogo, e Ana precisava jogar suas cartas com cuidado.----------------------------------------------No final de semana seguinte, Leon a levou para sua casa de campo, onde sua mãe, Dona Elvira, e seu irmão mais novo, Rafael, estavam esperando. A casa era imensa, cercada por jardins exuberantes e um lago ao longe. Quando eles chegaram, Dona Elvira os recebeu com um sorriso caloroso.— Você deve ser a famosa Ana
Ana estava ainda mais tensa desde a visita à casa de Leon. Embora a família dele a tivesse recebido calorosamente, o peso da mentira só aumentava. A cada gesto amável de Dona Elvira, a cada sorriso de Rafael, Ana sentia como se estivesse andando em uma corda bamba, prestes a despencar.Leon, por outro lado, estava lidando com sentimentos que nunca havia experimentado antes. Ver Rafael e Ana juntos despertava nele uma raiva e um ciúme que ele não conseguia controlar. Ele não estava acostumado a sentir-se assim vulnerável, muito menos por uma mulher que, até pouco tempo atrás, ele via apenas como um jogo.----------------------------------------------Alguns dias após a visita à casa dos pais de Ana, Leon a chamou para uma conversa em seu escritório.— Eu pensei em te deixar um pouco mais livre — começou ele, observando-a atentamente enquanto ela se sentava à sua frente. — Você pode sair mais, contanto que mantenha a farsa intacta. Nossa história ainda precisa parecer verdadeira.Ana fr
Ana sabia que não poderia adiar essa conversa por muito mais tempo. Ela sentia o peso da mentira crescendo sobre seus ombros, mas também sabia que tinha que manter a farsa para preservar sua liberdade. No entanto, convencer sua família e amigos não seria uma tarefa fácil. Lucas e Carla estavam desconfiados, e sua família merecia uma explicação melhor.Numa tarde, Leon recebeu uma ligação inesperada de Ana. Ela estava nervosa, mas decidida.— Preciso da sua ajuda — disse ela. — Meus pais e meus amigos estão ficando cada vez mais desconfiados. Eles querem ouvir a história completa de como ficamos juntos.Leon respirou fundo, sabendo que esse momento chegaria eventualmente.— Vamos fazer isso do jeito certo, então — respondeu ele, com um tom firme. — Vamos encontrar sua família e esclarecer tudo. Eu estarei lá para garantir que acreditem.Ana concordou, mas o medo não a deixava em paz. Estava prestes a enganar as pessoas que mais amava, e is
Ana Paula encarava seu reflexo no espelho, ajustando o laço de seu vestido simples e floral. Apesar das insistências de Leon para que ela usasse roupas mais elegantes, mais apropriadas para o estilo de vida dele, ela mantinha o que chamava de seu "estilo camponesa". As saias rodadas, os tecidos leves e os detalhes sutis que lembravam o campo faziam parte de quem ela era. Ana sabia que Leon esperava que ela se moldasse ao mundo dele, mas também sabia que ele começava a perceber a força de sua personalidade.Ela ajeitou os cabelos castanhos que caiam em ondas sobre seus ombros e suspirou. Leon podia ser charmoso e intenso, mas ele ainda precisava entender que não seria fácil transformá-la. Quando ele entrou no quarto, Ana notou a surpresa em seu rosto ao vê-la pronta. Seus olhos verdes faiscaram com algo entre admiração e frustração.— Vai com esse vestido? — ele perguntou, cruzando os braços, com uma mistura de incredulidade e um leve sorriso nos lábios.—
O sol da manhã banhava a praia do resort com uma luz dourada. Ondas suaves quebravam na areia branca, e o som do mar trazia uma tranquilidade que Ana não sentia há muito tempo. Estava sentada em uma espreguiçadeira, observando Leon de longe, que falava ao telefone com uma expressão séria no rosto. Ele sempre parecia tão no controle de tudo, como se o mundo girasse ao redor dele. Mas, ao mesmo tempo, havia algo nele que a fazia pensar que, por trás da máscara de confiança, existia mais do que o garanhão arrogante que ela conheceu no restaurante.Carla se aproximou sorrateira, com um sorriso malicioso no rosto, trazendo dois copos de suco. Ela se jogou na espreguiçadeira ao lado de Ana, entregando um dos copos para a amiga. "Você e o Leon estão muito sérios hoje, hein?", disse ela, dando uma piscadela.Ana deu uma risada suave, pegando o suco. "É o trabalho dele, você sabe. Sempre envolvido em alguma coisa importante."Carla fez uma careta. "Esses homens de negócios e seus telefonemas i
Após a pergunta de Ana, o silêncio que se instalou entre eles era quase palpável. Leon tentou desviar o olhar, mas seus olhos continuavam a traí-lo, voltando sempre para Ana. Ele estava com ciúmes, e isso o incomodava profundamente. Afinal, ele sempre foi o homem que não se prendia a ninguém, e agora estava sentindo algo que nunca imaginou possível."Não estou com ciúmes," Leon finalmente respondeu, embora seu tom de voz dissesse o contrário.Ana sorriu de canto, balançando a cabeça. "Claro que não."Enquanto eles subiam o elevador em direção aos seus quartos, um silêncio desconfortável se instalou entre eles novamente. Ana olhou para o espelho do elevador, observando seu reflexo ao lado de Leon. Eles poderiam ser o casal perfeito para qualquer um que não conhecesse a verdade, mas por dentro, tudo estava tão confuso. Ela ainda estava se ajustando a esse relacionamento de fachada, tentando entender o que realmente sentia por Leon."Eu vou para o meu quarto," Ana disse assim que as port
Na manhã seguinte, o resort estava calmo, com o som do mar servindo como um sussurro constante. Ana acordou cedo e saiu para caminhar sozinha pela praia, sentindo a areia fria sob seus pés. O vento do oceano soprava gentilmente em seus cabelos castanhos e longos, e ela se permitiu relaxar pela primeira vez em dias. A confusão em sua cabeça sobre Leon, o falso relacionamento e as expectativas dos outros pesavam menos ali, na simplicidade da natureza.À medida que caminhava, seus pensamentos se voltavam para Leon. Havia algo nele que a confundia profundamente. Ele era o tipo de homem que ela sempre evitou: bonito demais, arrogante demais e acostumado a ter tudo o que queria. Mas, ao mesmo tempo, ela começava a enxergar além dessa fachada. Ele era mais do que aquele garanhão que se via nas primeiras impressões. Havia um desejo, mesmo que escondido, de ser amado de verdade. Ela sabia disso, mas não tinha certeza se ele era capaz de oferecer isso.Sentada em uma pedra, ela fechou os olhos