Vermelho

Os saltos tocam o chão como promessas. Rítmicos. Precisos. Cada passo é uma assinatura. Aqui, ninguém me chama de Marina. Aqui, eu sou Sara — e todos sabem quem eu sou, mesmo que nunca tenham ouvido meu nome.

O "Vermelho" pulsa como uma extensão do meu corpo. As luzes baixas refletem no piso de madeira encerado, os espelhos nas laterais deformam o tempo. O cheiro de bebida forte e perfume importado cria uma névoa densa. E eu a respiro como quem respira liberdade.

A hostess não pergunta nada. Apenas abre espaço. Os homens desviam os olhos, as mulheres me olham com curiosidade e receio. Eu não me encaixo. Eu comando. É assim que gosto. É assim que deve ser.

Minha mesa no canto me espera como uma lembrança que não se apaga. A garrafa de vinho já decantada. A taça na temperatura certa. O batom vermelho já marcando a borda do vidro antes mesmo do primeiro gole.

Hoje eu vim diferente. Não vim por fuga. Vim por escolha. Por fome.

A música vibra nas paredes — um jazz eletrônico, obsceno
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