Silêncios e Rastros

As manhãs se tornaram mais suaves. Já não acordava sobressaltada, embora ainda houvesse cansaço em meus olhos. Yves, com seus quase quatro meses, acordava antes das sete, balbuciando sons como se conversasse com o quarto. Eu gostava desses minutos: o mundo ainda calmo, a respiração do bebê aquecendo o dia.

Preparava a mamadeira com uma das mãos, enquanto a outra já equilibrava o celular entre mensagens não respondidas e contas programadas. O silêncio de Milles começava a pesar mais do que eu admitia. Antes, ele mandava vídeos curtos de onde estava, perguntas rápidas sobre o bebê, pequenos elogios. Agora, as mensagens eram mais espaçadas. E, quando vinham, pareciam automáticas.

Naquela manhã, havia enviado uma foto de Yves vestido com um macacão novo, presente de Vanessa. Ele sorria, bochechas redondas e os olhos quase fechando de tanto rir.

[07:18] Marina: “Bom dia. Olha como o Yves tá lindo hoje!”

Milles não respondeu.

Não comentei com ninguém. Nem com Vanessa, nem com Aaron — que vi
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