Neal Sullyvan
Quando abro a porta do meu quarto que vejo a minha namorada, de quatro, com meu primo por trás segurando seus cabelos, chamando-a por palavras obscenas, enquanto a tomava feito um desesperado, meu sangue ferve em minhas veias.
— Isso Damon, com força! Assim... — Fala a ordinária, miando e gemendo com o rosto enterrado em meu travesseiro enquanto é tomada por Damon. Eu não consigo acreditar no que vejo!
MAS O QUE É ISSO? Minha namorada de quatro, sendo tomada por meu primo, enquanto grita como uma felina e para completar, estão no meu quarto!
— Isso gata! Toma sua safada. — Berra, Damon gemendo. — Empina esse rabinho pra mim, vai sua cadela, isso, empina esse rabo gostoso.
Por dez segundos eu observo a cena sem poder acreditar no que estou vendo. Acho que meu sangue subiu todo para minha cabeça pois meus ouvidos estão zunindo e estou sentindo meu rosto esquentar.
— THAÍS! — Grito com fúria.
— Neal! — Thaís me encara com surpresa, atreves do espelho na parede oposta, sua boca abrindo e fechando, buscando uma explicação que não tem.
Sem conseguir raciocinar direito, arranco Damon de cima da minha cama e desfiro um soco bem em cheio no seu nariz, usando toda a minha força. Vejo o sangue jorrar, enquanto ele me encara com expressão de choque. Por essa você não esperava, não era seu babaca!
Esses dois filhos de uma chocadeira estavam rindo da minha cara me fazendo de corno há muito mais tempo? E eu idiota confiando cegamente nessa ordinária! Que idiota que eu fui.
— Neal, não é o que está pensando — Thaís coloca as roupas com pressa e vem em minha direção. — Eu posso explicar, querido.
Sério! Não é o que estou pensando? Ela vai mesmo usar isso? Que tipo de idiota manipulável ela acha que eu sou? Claro, o idiota que a respeitou por todos esses anos, que aguentou todos os seus chiliques e foi burro o bastante para comprar um anel de noivado achando que seus sentimentos eram correspondidos.
Desgraçados!
— Dane-se vagabunda! — Grito, dando-lhe as costas. — Era para isso que você queria casar, era esse o seu grande amor que dizia sentir por mim? Desde quando estou sendo feito de idiota? Em Thaís!
A gritaria no corredor e o idiota do meu primo com o nariz quebrado jorrando sangue para todo lado, chama a atenção das pessoas e quando desço as escadas tem várias pessoas nos encarando querendo entender o que de fato está acontecendo.
Eu pego essa cachorra me traindo com outro homem como uma gata no cio e ela me vem com: não é o que você está pensando. Sério isso? Vá ver se estou na esquina!
Anos desperdiçados com uma ordinária a qual eu pensava que me amava. Anos fazendo planos, criando expectativas de uma vida juntos. Estudar, trabalhar para dar para NÓS DOIS um bom futuro. Como fui idiota! Imbecil. Imbecil.
— Neal, espere! — Ouço sua voz estridente atrás de mim e não acredito que ela ainda tem coragem de dizer que não é o que estou pensando como se eu fosse louco ou cego. — Ouça-me, Neal.
— Não tenho nada para ouvir, Thaís. O que eu vi foi o bastante — viro-me para ela com olhar de desprezo — Aliás, nunca mais quero ver sua cara na minha frente.
— Não é o que você está pensando — Thaís começa a chorar como se fosse uma menininha que tivesse sido obrigada a fazer sexo contra sua vontade. — Ele me seduziu.
Sinceramente, tenho vontade de rir e é isso que faço. Minha gargalhada é libertadora. Rio tanto que chego a me dobrar segurando meu abdômen. A sua capacidade ilimitada de me tachar de imbecil é incrível. Será que pareço ser tão estúpido assim? Vai ver pareço sim.
— Acho que isso explica tudo — suspiro usando um tom tão sarcástico quanto o dela e me aproximo para dá mais ênfase a cena que irei contracenar. — Ele a seduziu?
— Sim — ela balança a cabeça, fazendo cara de inocente coisa que nunca foi.
— Acha mesmo! — Seguro seus cabelos e puxo-os para trás com força. — Acha mesmo que acredito que seja uma pobre inocente, e que vou cair nessa desculpa ridícula? Empurro-a para longe de mim, sentindo-me como se me contaminasse ao tocar-lhe. Vejo-a bater as costas contra a parede e cair de quatro bem na minha frente.
— Mas o que é isso Neal? Porque seu primo está com o nariz quebrado sangrando e você está falando assim com sua namorada? — pergunta a estupida da minha tia que não sabe a hora de manter a porra da boca fechada, mas quer saber, que dane-se todos. Já que estão todos reunidos, vamos ao show.
— Porque acabei de pegar seu filhinho e minha EX-NAMORADA se atracando como dois animais no cio em cima da minha própria cama. — digo em alto e bom som.
Todo mundo faz cara de choque me olhando como se tivesse nascido três cabeças em mim, ou vai ver são os chifres apontando. Deve estar igual as renas do papai Noel.
— Quem não dá assistência abre a concorrência primo. — Diz Damon e acho que não quebrei o nariz dele direito, só pode ser isso já que ele ainda está falando.
— Você foi o culpado, pois ultimamente você nem liga para mim, sempre na droga da sua faculdade ou inventando desculpa dizendo que estava ocupado trabalhando. — Grita Thaís.
Ótimo. O babaca aqui ralando feito um condenado, mal dormindo para dá tempo conciliar a faculdade, o trabalho e os projetos e o pouco que esperava era que sua estúpida namorada o entendesse já que ela também seria beneficiada depois desse sacrifício. Mas vai ver eu fui mesmo negligente.
Aproveito que todo mundo está na sala vendo o escândalo e decido abrir logo o jogo.
— Sabe o porquê de ultimamente eu estar sempre ocupado? Vou te contar, Thaís. Eu, além de fazer os inúmeros trabalhos para a faculdade, de trabalhar para me sustentar como todos vocês sabem, pois não nasci em berço de ouro, estava trabalhando em um projeto que me garantiu um emprego. É, isso mesmo. Um emprego. O garçom aqui, — aponto para meu peito. — Foi convidado para trabalhar em Dubai. Vocês conhecem Dubai? Já ouviram falar? Dubai a cidade do futuro! Pois bem, eu estou indo para lá construir lindo prédios, junto com vários outros engenheiros de renome. Era nisso que eu estava ocupado sua piranha de quinta, enquanto você abria suas pernas para meu primo.
— Você está indo para Dubai e nem me avisou! Você por um acaso estava pretendendo ir sem mim? Eu sou sua namorada, e para onde você for eu vou.
Sério isso!?
— Definitivamente Thaís, Erick está certo quando diz que essa água oxigenada que você usa nos cabelos está afetando seu cérebro. Primeiro, eu estou indo a trabalho, portanto vou sozinho. Segundo, você já não é mais nada minha. Terceiro, saia da minha casa, aqui você não é mais bem vinda. Eu ia te contar, por isso falei que queria que ficássemos juntos hoje à noite. Eu não ia te levar agora, mas ia colocar um anel em seu dedo para que você soubesse o quanto eu levo a sério meus sentimentos e assim que possível viria te buscar, mas você não acreditou em mim e achou melhor me trair. Se não me amava mais, porque não chegou até mim como uma pessoa descente faria? Porque continuar insistindo em um relacionamento no qual você não queria mais viver? Mas já que você achou que o Damon era melhor do que eu, fique à vontade e aproveite para sair da minha casa, os dois. É Thais, você pensava que eu era ruim, sinto muito te dizer, agora arranjou outro pior do que eu.
— A casa é dos seus pais e não sua, seu estúpido. Você mere...
— Muito bem, então fora da minha casa e saia de perto do meu filho. — Fala minha mãe ao mesmo instante que sua mão vai em cheio no rosto de Thaís deixando a todos de olhos arregalados quando o estalo é ouvido por toda a sala e o vergão das marcas dos seus dedos começam a ficar visíveis o rosto de Thaís que o esfrega com sua mão e acredito está queimando, já que vermelho está e muito.
Meu irmão se aproxima dela, pegando-a pelo braço e sai arrastando-a para fora como se estivesse levando um saco de lixo, o que não deixa de ser.
— Oh, meu filho esqueça ela. Ela não te merece meu amor e não se culpe. Coisas melhores Deus têm reservado para você, meu filho. Parabéns meu amor! Você vai conseguir ser feliz meu filho, você merece. Eu vou sentir tanta saudade de você mais sei que vai ser para seu bem essa viagem e esse trabalho. — Murmura mamãe alisando meu rosto e me abraçando.
Eu só a abraço de volta fechando meus olhos, sentindo meu corpo esfriando depois de toda adrenalina que senti. Meu peito dói devido a traição e a humilhação, tenho vergonha de olhar na cara das pessoas que estão presentes e com isso, aproveito ainda mais os braços da minha mãe, buscando neles o controle que preciso para conseguir encerrar esse dia antes de desmoronar.
— Querido, parabéns! E perdoe seu primo, vocês jovens não pensam no que fazem, eu me sinto como uma mãe que acabou de ver seu filho formado, estou tão orgulhosa de você, Neal. — Diz minha tia vindo me abraçar mas eu me afasto do seu abraço. Já chega de cinismo, chega de pessoas falsas em minha vida. Chega de ficar quieto aceitando perto de mim quem só quer tirar proveito, pegar carona.
— Tem certeza tia? Não foi isso que me pareceu quando fui para sua casa! Não sabia que a senhora tratava um filho como me tratou! Como se eu fosse um leproso, me enfiando naquele quartinho embaixo da escada onde guarda suas vassouras, onde eu mal conseguia me mexer. Não sabia que a senhora deixava seus filhos com fome como me deixava.
— Do que você está falando meu filho? — Pergunta meu pai olhando de mim para tia Elizabeth que parece ter perdido uma boa parte do seu sangue já que seu corpo está branco como um fantasma.
Neal Sullyvan— Estou falando dos dias que passei na casa da minha querida titia Elizabeth. Não foi mesmo titia! Quantas vezes eu cheguei do trabalho e tinha pelo menos um pão com ovo para mim jantar para poder ir para a faculdade? Quantas vezes eu cheguei da faculdade e encontrei um prato com alguma comida para mim dentro do micro-ondas? Em titia? Nunca! Mas reclamar a todo tempo dos gastos e que o dinheiro não dava para nada, isso eu ouvia muito desde quando comecei a trabalhar. Foi por isso que assim que consegui um cantinho eu fui embora da sua casa. E quer saber? Foi a melhor decisão que tomei. Aí agora porque o garçom metido a engenheiro, o pobretão, conseguiu um bom emprego, vocês já estão de olho, querendo uma fatia do bolo. Bando de interesseiros! Filhos de uma puta! Vão se ferrar!— Meu Deus, Elizabeth! — Minha mãe fica em choque olhando para a irmã que nesse momento me olha com raiva.— E porque não nos avisou meu filho? — Pergunta meu pai com o rosto triste ao olhar para m
Neal SullyvanHá sete anos saí da minha cidade em busca de um sonho. Um sonho que consegui apesar dos muitos desafios, realiza-lo. Agora sete anos depois, estou pronto para voltar.A saudade é grande, pois, durante todo esse tempo, só tenho conversado e visto minha família através do Skype. Meu irmão Erick, já está noivo, e vive me cobrando para ir fazer uma visita para eles, mas só vou voltar quando resolver tudo que quero.Durante todos esses anos, trabalhando sem parar eu economizei muito dinheiro, e com algumas aplicações, aqui e ali, hoje estou preparado para abrir minha própria empresa e ser dono do meu próprio negócio. Mais um sonho, que se Deus quiser, também vou realizar.Me sinto curado, renovado, e preparado para voltar. Nada e nem ninguém me intimida mais. Hoje, eu não sou mais aquele de quem zoavam por ser pobre, bolsista e garçom. E nem tão pouco o corno que foi traído em sua própria cama. Hoje eu sou mais eu.Você pode me perguntar, e a diversão Neal? Posso te responder
Neal SullyvanConversamos por muito tempo sobre como passei esses anos e também como eles passaram. Também conversei com Erick sobre a minha empresa e não vejo a hora de começar a trabalhar e colocar em prática todos os meus projetos.Minha mãe nos chama para o jantar e continuamos conversando.Deus, como senti falta deles! Combinamos de na manhã seguinte ir ao prédio onde vai ser minha empresa para que eu possa ver como estão as coisas.— Pai, amanhã vai chegar um homem que vai trabalhar comigo, ele trabalha como segurança e vai ser meu motorista, o nome dele é Michael Bennett, vocês podem chama-lo de Bennett. Ele é muito sério, mais é uma pessoa de confiança, sua cara séria apenas faz parte de seu modo de vida, ele é um ex fuzileiro.— Para que diabos tu queres um ex fuzileiro como motorista? — Pergunta Erick.— Por que preciso, Erick, ele vai contratar o restante do pessoal para cuidar da segurança da casa e no decorrer do tempo, vou ver se vou precisar contratar guarda-costas para
Melinda WatsonArquiteta e designer de interiores, essa é minha profissão. Sou filha única de Samuel Watson e Ava Watson. Duas pessoas simples, porém de um coração grandioso. Meu pai é agricultor e minha mãe, doméstica. Bom, na verdade, eles eram, pois, depois que comecei a ganhar meu dinheiro, pude dar um descanso para eles. Hoje eles têm uma chácara onde meu pai cuida de alguns cavalos, pois segundo ele, não consegue morar na cidade. Mas minha vida não era tão fácil assim.Ralei muito para chegar até aqui. Sempre fui estudiosa e aos 16 anos, já estava indo para a faculdade. Graças a minha vontade de ter uma vida melhor do que a dos meus pais, eu estudei muito, e com isso consegui uma bolsa de estudos integral, só que infelizmente não era na minha cidade e quando muito triste falei para os meus pais, eles logo decidiram que, mesmo assim eu iria, com o que eles ganhavam dava para pagar um lugar para mim, e assim fizeram.Logo me mudei de Portland para Seattle, e lá com muito sacrifíci
Melinda WatsonCinco Anos Atrás.Estou com vinte anos, minha vida tem sido estudar e ultimamente estou estagiando, fazendo alguns trabalhos de arquitetura e isso tem me ajudado bastante, pois, minha mãezinha não precisa mais me ajudar, com isso ela diminuiu as faxinas, já que ela tinha saído da casa da senhora Flores.Há uns três meses encontrei uma prima minha que veio transferida para Seattle e está estudando na mesma faculdade. Ela é sobrinha do meu pai, a minha tia mãe dela, faleceu vítima de um acidente de carro junto com o esposo quando Karoline ainda era criança. Ela foi criada pelos avós, os pais do pai dela, que faleceram à, alguns meses e com isso, ela não quis mais ficar em Denver e pediu transferência para Seattle. Nós sabíamos da existência uma da outra, porém não tínhamos muito contato, mas agora que nos encontramos viramos irmãs.Ela me chamou para sair, vou com ela pois amanhã não trabalho e também os trabalhos da faculdade estão tudo em dia.Termino de me arrumar e lo
Melinda WatsonQuatro Anos AtrásEnfim chegou a minha formatura.Tudo está perfeito, como eu sempre sonhei. Meus convidados são meus pais, os pais do Erick, os quais conheci e gostei logo de cara, minha amiga Bianca e minha irmã do coração, Karoline. O Erick, o Berry e a Rosimeire.Graças a Deus já tenho vários projetos, mesmo antes de concluir a faculdade, muitas empresas me procuraram, graças aos meus amigos como Rosimeire e Berry que sempre me indica para alguém.Já tirei minha mãe das faxinas, falta agora dá um descanso para meu pai. Ele não sabe, mais fiz dois grandes trabalhos e com mais um que tenho para concluir, vou conseguir o dinheiro para comprar um cantinho para eles aqui mesmo em Seattle. Quero-os aqui, pertinho de mim.****Três Anos Atrás.Consegui realizar mais um sonho, comprei uma pequena chácara que fica a trinta minutos da cidade, um lugar lindo para que meus pais possam viver tranquilos, em harmonia com a natureza, mas perto o suficiente para que possamos nos ver
Melinda WatsonUm Ano AtrásDurante esses quatro anos após a faculdade tenho trabalhado bastante e com isso já tenho um excelente padrão de vida.Sai da quitinete onde morava e hoje tenho meu próprio apartamento que divido com Karoline que ainda estuda, no começo pensei que ia atrapalhar nossa privacidade e tive receio, mas a Karol insistiu que não íamos atrapalhar uma a outra até porque passamos praticamente o dia fora e pouco nos encontramos em casa, seria um desperdício cada uma morar em seu próprio apartamento. Como ela quer ser uma cardiologista então após os seis anos de faculdade ainda vai passar mais dois de residência hospitalar para adquirir experiência na área e mais dois se especializando. Por sorte ela e Erick pensam igual, eles ficaram noivo há um ano, mais sem data para casamento pois querem primeiro se realizarem profissionalmente.Segundo Erick, o noivado é para que todos vejam que ele quer sim um compromisso sério com a Karoline e que não a está iludindo.Como se fôs
Melinda WatsonSeis Meses atrás.Chegamos ao local onde está situado o prédio onde provavelmente vai ser a empresa do irmão do Erick. Por fora o prédio está muito bem conservado agora temos que ver por dentro.Estacionamos fora e sigo com Erick para o estacionamento subterrâneo quero começar vendo a estrutura da garagem subterrânea, vamos conferindo cada andar até chegar no 20°. As salas são amplas, os espaços muito bem-feitos, há uma sala grande com uma vista muito bonita.— Erick, essa pode ser a sala onde funcionará o escritório do seu irmão.— E aí Melzinha, o que achou do prédio?— Eu gostei muito, mas precisamos ver toda a papelada, acho que seria bom falarmos com a Rosimeire para ver as questões jurídicas.— Boa ideia, vou ligar para ela agora mesmo.— Ligue e veja se ela tem tempo hoje, pode ser até a noite, se ela estiver disponível, veja com o proprietário e marque uma reunião para tratarmos do negócio.— Eu já passei tudo para o Neal e ele está só aguardando sua avaliação,