Capítulo 06

Neal Sullyvan

Há sete anos saí da minha cidade em busca de um sonho. Um sonho que consegui apesar dos muitos desafios, realiza-lo. Agora sete anos depois, estou pronto para voltar.

A saudade é grande, pois, durante todo esse tempo, só tenho conversado e visto minha família através do Skype. Meu irmão Erick, já está noivo, e vive me cobrando para ir fazer uma visita para eles, mas só vou voltar quando resolver tudo que quero.

Durante todos esses anos, trabalhando sem parar eu economizei muito dinheiro, e com algumas aplicações, aqui e ali, hoje estou preparado para abrir minha própria empresa e ser dono do meu próprio negócio. Mais um sonho, que se Deus quiser, também vou realizar.

Me sinto curado, renovado, e preparado para voltar. Nada e nem ninguém me intimida mais. Hoje, eu não sou mais aquele de quem zoavam por ser pobre, bolsista e garçom. E nem tão pouco o corno que foi traído em sua própria cama. Hoje eu sou mais eu.

Você pode me perguntar, e a diversão Neal? Posso te responder o seguinte:

Durante esse tempo me dediquei de corpo e alma ao trabalho, claro que saía quando necessitava de companhia feminina, mas nada de repetir ou durar mais que uma noite. Não sou nenhum, galinha, vadio, ou seja lá como você queira chamar. Sou um ser humano como qualquer um outro, que tem suas necessidades, mas que deixa bem claro para cada mulher com quem se envolve, o que ela terá de mim e por quanto tempo terá.

Sei que nem todas as mulheres são iguais, acontece que, Thaís também começou como uma amiga que logo virou namorada, dizendo me amar, fazendo planos para um futuro nosso, e vejam só o que deu!

Eu nunca fui feio, sempre me achei um cara bonito, poderia ser pobre, não ter um carro importado e todas essas coisas que o dinheiro pode comprar, mas isso não era problema para que algumas meninas quisessem namorar comigo, além do mais eu sempre fui bom em cálculos e isso era um grande motivo para sempre ter alguém querendo ser meu amigo, mesmo eu sabendo que alguns eram apenas por interesse. E uma dessas pessoas foi a Thaís. Começou com uma amizade, depois namoro, eu gostava muito da Thaís, muito mesmo, quando fui para a faculdade sempre dava um jeito para pelo menos uma vez no mês eu ir em casa para vê-la, ela muitas vezes me irritava, porém eu esquecia logo depois e ficávamos de boa.

De todo jeito eu ia viajar e esperava que ela me esperasse, pois estava decidido em colocar o anel em seu dedo e quando estivesse tudo certo no meu trabalho ia voltar para leva-la para morar comigo logo após nos casarmos, mas ela nem se quer esperou que eu viajasse, não teve nem vergonha em fazer o que fez dentro da casa dos meus pais e o pior, no meu quarto. O amor que dizia sentir por mim, nunca foi amor. Mas hoje vejo tudo como um livramento. O episódio que para muitos pareceu desastroso, hoje vejo como "libertação". Sabe quando dizem antes cedo do que tarde. Pois é, isso vale muito pra mim.

Quem escolhe de mais sai perdendo. Só espero que ela tenha aprendido com os erros da vida. Eu aprendi.

Hoje sete anos após ter saído de casa e nunca mais ter voltado, estou me preparando para o retorno.

Há, mais ou menos um ano venho preparando minha volta, comprei a casa que sempre sonhei em dá para meus pais e para mim também, pois nunca que voltaria para aquela casa e muito menos para aquele quarto. Há uns seis meses conversei com meu irmão para conseguir um terreno onde pudesse ser construído meu prédio onde vai ser minha empresa, ou até mesmo se possível comprar um prédio já existente, desde que ele cumpra as minhas exigências. O que Erick já conseguiu para minha sorte, ficando ainda melhor do que eu procurava.

Deixei tudo em suas mãos para as reformas que eu queria que fossem feitas e ele me indicou uma arquiteta prima de sua noiva e junto com ela ele está organizado tudo.

Faz seis meses que passei isso para ele e hoje já com quase tudo pronto estou voltando, pronto para recomeçar. Para seguir com minha vida.

A prima da noiva do meu irmão, a Srta. Watson é muito competente. Além de arquiteta ela também é designer de interiores, e está fazendo um ótimo trabalho. Ela só me manda as fotos para que eu aprove para poder então ela dá continuidade ao serviço. Ela é tão competente que praticamente só faço dá o ok em tudo que ela me manda, já que nada precisa ser alterado. Sorte a minha!

Meu irmão está se formando em Direito, segundo ele, quer se tornar um juiz. E o que depender de mim, ele será.

Minha irmã estuda moda, como sempre suspeitei que fosse esse o caminho que ela ia seguir, pois, desde novinha já mostrava seu talento com os desenhos e os tecidos. Já a noiva do meu irmão, essa está cursando medicina, e pelo que soube, ela é bem decidida, pé no chão, também veio de baixo e sabe o valor das coisas. E isso me deixa tranquilo com relação ao meu irmão.

Não quero aqui dizer que, apenas quem nasceu pobre sabe dá valor as coisas. Não é nada disso. Muitas vezes a pessoa nasce pobre e até consegue se dá bem na vida, porém esquece de onde veio e acaba se transformando em uma pessoa fútil. Muitos que nasceram em berço de Ouro não dão valor o que tem, já outros, sabe reconhecer todo o trabalho por trás do dinheiro. Eu creio que tenha a ver com a educação de cada um. E quando falo de educação estou me referindo aquela educação de casa, que só pai e mãe sabe dá. Graças a Deus, eu ouvi cada palavra que meus pais me disseram e busco trazer em minha vida, cada um dos seus ensinamentos.

****

Estou no aeroporto pronto para embarcar, Dubai agora só para passeio ou negócios, vão ser longas quatorze horas de viagem, mas não vejo a hora de chegar em meu país, na minha cidade e poder rever meus velhos.

A saudade que estou de cada um lá de casa, é grande. Fechando meus olhos ainda consigo sentir o cheiro gostoso da minha mãe, — mesmo depois de tantos anos — o aconchego dos seus braços ao me abraçar e o carinho que só ela sabe fazer ao me acalentar como se eu ainda fosse um menininho.

Saudades de você mãezinha!

****

Chego ao aeroporto em Seattle e após o desembarque vejo que meu irmão está a minha espera.

— Erick! — Abraço forte meu irmão.

— Neal! Que saudade irmão!

Damos um abraço demorado e me afastando olho para ele vendo como o tempo passou rápido e o quanto mudamos. Meu irmão está um homem feito. Quando saí daqui ele era ainda um adolescente, magricelo.

— Está bonitão em irmão!

— Você também não está nada mal. — Sorrio para a sua cara de convencido. Erick sempre foi assim.

Ele me ajuda com a bagagem e juntos saímos para onde o carro está estacionado. Vamos o caminho todo conversando, e quando vejo, já estamos chegando em casa.

Fiz meus pais prometerem que não iam falar para ninguém sobre minha chegada. Quero respirar um pouco antes que os abutres da minha família apareçam. Sim. Abutres.

Em toda família tem uma ou mais pessoas que é movida a interesse, bom, na minha não podia ser diferente.

Desço do carro e meus velhos vem me receber. Minha mãezinha, quanta saudade!

— Meu filho, quanta saudade meu menino. — Fala minha mãe me abraçando chorando. Deus, como senti falta desse abraço.

— Também estava com saudades mamãe. — Abraço ela demoradamente, sentindo aquela sensação gostosa que só um abraço de mãe nos traz, afastando-me em seguida beijando sua testa antes de voltar a apertá-la em meus braços mais uma vez. Eu já era alto e agora pareço está mais ainda, estando assim perto dela.

— Filho! — Murmura meu pai me abraçando apertado, e fico ali em seus braços por um tempo, me sentindo seguro, em paz, em casa. Meu super-herói. Sempre será meu protetor.

Ele se afasta secando as lagrimas dos olhos e juntos vamos entrando. Porém logo escuto um grito.

— Ele chegou?

Mal consigo me manter de pé, minha irmã se j**a em meus braços e enche meu rosto de beijos.

— Você chegou, você voltou. Eu estava com tanta saudade irmão. Tanta saudade.

— Eu também minha bonequinha, como você cresceu meu amor! — Abraço ela e juntos vamos para a sala.

— Filho, está com fome? Quer beber alguma coisa?

— Eu estou bem, mãe. Só quero me sentar um pouco com vocês.

Deus! Quanta saudade eu senti de todos!

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