Capítulo 656
A última frase que Ana deixou para Paulo foi tão fria, sem um pingo de ternura, mas no seu sonho, ele era ainda tão gentil.

Ana soltou uma risada fria e desolada, a pessoa que a tratava melhor neste mundo, ela havia causado a sua morte.

Por mais que se arrependesse, não podia reverter o passado.

Ana se encolheu toda, e quando estava imersa em uma profunda culpa da qual não conseguia se livrar, o celular ao lado tocou.

Ao ouvir o som, Ana ainda estava um pouco atordoada, mas a incessante campainha do telefone a fez sair do transe, ela só podia estender a mão para pegá-lo e dar uma olhada.

Atendendo a chamada, a voz fria de Rafaela soou.

- Ana, onde você está? Preciso falar com você.

Neste momento, Ana não sabia como encarar Rafaela.

- O que você quer? Fale logo.

- Você sabe onde estão as coisas do Paulo, certo? Entregue-as imediatamente, serão usadas no funeral.

As palavras "objetos pessoais" e "funeral" fizeram o coração de Ana tremer.

Ela ainda tinha uma pequena esperança, aguardando
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