- O que você está esperando? Vá ligar para a equipe de resgate agora, rápido! - Noemia, se recuperando, gritou para o motorista atrás dela.O motorista finalmente voltou a si do choque anterior e correu para ligar e pedir ajuda....Leo disse que iria pular, mas, na verdade, ele escolheu cuidadosamente o local. Não foi uma queda direta, mas sim encontrou um lugar para pousar. Leo sempre gostou de participar de vários projetos de sobrevivência ao ar livre, incluindo escalada. Ele era muito habilidoso, então seu salto não foi apenas por impulso, mas também por ter confiança em si mesmo.Com a lanterna iluminando o caminho abaixo, Leo, apesar de desesperado, manteve a calma e se aproximou gradualmente do fundo do vale.Descendo lentamente, ele invocava o nome de Ana com uma voz embargada pela preocupação, mas o silêncio era a única resposta que ecoava de volta. Os olhos de Leo, iluminados por um brilho carmesim que cortava a escuridão profunda da noite, refletiam uma tempestade de emoções
Leo segurava seu punho firmemente, o batimento de seu coração ecoando claramente em seu peito. Tudo ao seu redor estava assustadoramente silencioso, toda sua atenção concentrada na busca por Ana, sem espaço para mais nenhum outro pensamento. Não sabia por quanto tempo tinha caminhado, mas justamente quando a opressão quase o sufocava, finalmente avistou Ana não muito longe.- Ana!Leo arregalou os olhos, brilhantes de emoção, ao chamar seu nome, correndo desenfreadamente em sua direção. As pedras irregulares no caminho quase o fizeram tropeçar, mas, impelido por uma força invisível, como se não sentisse as próprias pernas, ele se reequilibrou com uma agilidade surpreendente, continuando a se aproximar de Ana com uma urgência que transbordava do peito.Ao se aproximar, Leo pôde enfim contemplar Ana, que repousava no chão, um espetáculo de desolação. Seu semblante, antes radiante, agora jazia pálido, destituído de qualquer cor, adornado apenas por lágrimas cristalinas que se misturavam
O tempo estava muito frio naquela noite profunda, especialmente num lugar onde o sol raramente brilhava, a atmosfera era ainda mais gelada. Leo sentia seu corpo endurecer devido ao frio, mas ele não podia se preocupar com isso. Ele só tinha em mente carregar Ana nos braços, correndo incansavelmente de volta para o ponto de onde haviam pulado.Enquanto Leo pensava em como subir rapidamente com Ana, se ouviu a voz da equipe de resgate acima deles.- Sr. Leo, Sr. Leo, onde você está? Consegue ouvir?Ivan, ao saber do acidente de Leo, imediatamente trouxe os mais profissionais socorristas para o local.Um grupo com cordas amarradas na cintura e lanternas na cabeça descia, se preparando para fazer uma busca minuciosa por Leo.- Estou aqui!Leo, ao levantar a cabeça e ver alguém se aproximando, rapidamente chamou a atenção dos socorristas com sua voz.Ivan, preocupado, também desceu. Ao ouvir a voz de Leo, seu coração aliviado, ele rapidamente pulou para baixo. Ele estava prestes a perguntar
Leo carregou Ana para a ambulância e ficou ao lado dela, observando enquanto os médicos enfaixavam suas feridas. O corpo de Ana estava coberto de ferimentos, mas não havia tempo para cuidar daqueles que não ameaçavam sua vida. Os médicos trabalhavam freneticamente na ferida na parte de trás de sua cabeça.Eles trocavam constantemente as ataduras ensanguentadas, descartando-as no chão. A visão era chocantemente vermelha. Leo, sentado ao lado, se sentia impotente e incapaz de ajudar. Ele nunca havia sentido tal impotência, como se não pudesse fazer nada, completamente inútil, apenas assistindo tudo acontecer sem poder mudar nada.Leo estava incontrolavelmente tremendo. Ele nunca tinha sentido tanto medo antes. O que ele faria se Ana o deixasse para sempre? Ele forçava a si mesmo a não pensar nesses pensamentos sinistros, fixando seu olhar em Ana, que estava inconsciente. Ele mal piscava, temendo que ela desaparecesse diante de seus olhos.A ambulância, deslizando rapidamente pelas ruas,
Noemia naturalmente não queria ir embora, mas, não podia revelar a verdade de que suas pernas estavam de fato bem naquele momento. Assim, relutantemente, se deixou ser levada embora. Após a despedida de Noemia, Leo experimentou um alívio imenso, quase palpável, como se uma suave brisa de tranquilidade soprasse por seus ouvidos, trazendo-lhes uma paz que, por muito, era ansiada. Ele permaneceu ali, imerso em seus pensamentos, aguardando com uma serenidade renovada.Não sabia por quanto tempo esperou, mas Ana não saía da sala de cirurgia. Em vez dela, quem apareceu foi Ivan.Ivan, apesar de ter acabado de sair das profundezas da montanha, ainda estava preocupado com Leo, então, veio imediatamente.Ao vê-lo, Ivan também sentiu um aperto no coração.Ele até sentiu que, se não dissesse algo, Leo continuaria naquela posição, esperando indefinidamente.Ivan pensou por um momento e então entregou seu celular a Leo.- Sr. Leo, as crianças estão muito preocupadas com a Srta. Ana. Elas tentaram
A enfermeira, ao ver a aparência de Leo, soube imediatamente que ele não era uma pessoa comum. Além disso, embora o homem estivesse ferido, isso de maneira alguma diminuía a aura imponente que ele exalava. Depois de pensar um pouco, a enfermeira falou cuidadosamente:- Senhor, que tal eu ir ao quarto para tratar dos seus ferimentos? Eles são muitos e aqui pode não ser o lugar mais adequado...- Não precisa, apenas faça um tratamento simples por enquanto.Leo recusou sem hesitar. Ele não queria se afastar nem um passo sequer do quarto de hospital. Como poderia ficar tranquilo sem notícias de Ana saindo bem da cirurgia?Vendo a insistência de Leo, a enfermeira não teve escolha a não ser fazer como ele pediu, tratando das várias feridas em seu corpo.As feridas de Leo, marcadas pelo tempo e pela adversidade, estavam repletas de poeira e terra, exigindo um cuidado inicial indispensável. A enfermeira, com mãos hábeis e um toque de gentileza, despejava álcool para meticulosamente purificar
Tarde da noite.Ana Lopes estava limpando com muita atenção os quartos do hotel pelos quais ela era responsável. Desde que sua mãe adoecera gravemente, ela trabalhava durante o dia, e vinha fazer a limpeza aqui à noite. No entanto, mesmo se esforçando tanto, seus ganhos mal cobriam as despesas médicas caras.Finalmente, ela estava quase terminando o trabalho do dia, sobrando apenas a última suíte presidencial. Ana enxugou o suor da testa ao abrir a porta. A sala estava completamente escura. Ana estava prestes a procurar pelo interruptor de luz quando foi pressionada por um par de braços fortes. Ela levou um susto e quase gritou, mas antes que pudesse emitir qualquer som, o homem cobriu sua boca:- Não seja tão barulhenta.Ana esbugalhou os olhos, sem ideia de quem era esse homem e o que estava acontecendo. Seria ele um pervertido ou um psicopata? A ideia de tal possibilidade fez com que Ana se debatesse desesperadamente, mas ela não era páreo para um homem alto.O homem percebeu que al
Um mês depois.Ana estava sentada na porta do quarto do hospital, segurando a conta médica em suas mãos. Desde que saiu do hotel naquele dia, não voltou mais ao trabalho, e aquele pesadelo havia se tornado um trauma em sua mente. Mas a perda daquela renda havia aumentado a dificuldade de sua vida, que já era muito difícil.Depois de ficar olhando para o nada por um tempo, Ana se levantou, sem tempo a perder. Ela precisava encontrar um novo emprego.Assim que ela chegou à entrada do hospital, uma figura familiar apareceu à sua frente.Era ninguém menos do que seu pai, Sérgio Lopes.Ana não pôde deixar de apertar os punhos. Desde que sua mãe adoecera, ela havia implorado para esse homem ajudá-las, mas ele simplesmente mandou que a expulsassem de casa.A impiedade de Sérgio ainda estava fresca em sua mente, então ela não achava que ele teria a bondade de visitá-las agora.- Sr. Sérgio, do que precisa? - Ana deu um passo à frente, barrando o caminho de Sérgio. Agora que sua mãe não estava b