Leo carregou Ana para a ambulância e ficou ao lado dela, observando enquanto os médicos enfaixavam suas feridas. O corpo de Ana estava coberto de ferimentos, mas não havia tempo para cuidar daqueles que não ameaçavam sua vida. Os médicos trabalhavam freneticamente na ferida na parte de trás de sua cabeça.Eles trocavam constantemente as ataduras ensanguentadas, descartando-as no chão. A visão era chocantemente vermelha. Leo, sentado ao lado, se sentia impotente e incapaz de ajudar. Ele nunca havia sentido tal impotência, como se não pudesse fazer nada, completamente inútil, apenas assistindo tudo acontecer sem poder mudar nada.Leo estava incontrolavelmente tremendo. Ele nunca tinha sentido tanto medo antes. O que ele faria se Ana o deixasse para sempre? Ele forçava a si mesmo a não pensar nesses pensamentos sinistros, fixando seu olhar em Ana, que estava inconsciente. Ele mal piscava, temendo que ela desaparecesse diante de seus olhos.A ambulância, deslizando rapidamente pelas ruas,
Noemia naturalmente não queria ir embora, mas, não podia revelar a verdade de que suas pernas estavam de fato bem naquele momento. Assim, relutantemente, se deixou ser levada embora. Após a despedida de Noemia, Leo experimentou um alívio imenso, quase palpável, como se uma suave brisa de tranquilidade soprasse por seus ouvidos, trazendo-lhes uma paz que, por muito, era ansiada. Ele permaneceu ali, imerso em seus pensamentos, aguardando com uma serenidade renovada.Não sabia por quanto tempo esperou, mas Ana não saía da sala de cirurgia. Em vez dela, quem apareceu foi Ivan.Ivan, apesar de ter acabado de sair das profundezas da montanha, ainda estava preocupado com Leo, então, veio imediatamente.Ao vê-lo, Ivan também sentiu um aperto no coração.Ele até sentiu que, se não dissesse algo, Leo continuaria naquela posição, esperando indefinidamente.Ivan pensou por um momento e então entregou seu celular a Leo.- Sr. Leo, as crianças estão muito preocupadas com a Srta. Ana. Elas tentaram
A enfermeira, ao ver a aparência de Leo, soube imediatamente que ele não era uma pessoa comum. Além disso, embora o homem estivesse ferido, isso de maneira alguma diminuía a aura imponente que ele exalava. Depois de pensar um pouco, a enfermeira falou cuidadosamente:- Senhor, que tal eu ir ao quarto para tratar dos seus ferimentos? Eles são muitos e aqui pode não ser o lugar mais adequado...- Não precisa, apenas faça um tratamento simples por enquanto.Leo recusou sem hesitar. Ele não queria se afastar nem um passo sequer do quarto de hospital. Como poderia ficar tranquilo sem notícias de Ana saindo bem da cirurgia?Vendo a insistência de Leo, a enfermeira não teve escolha a não ser fazer como ele pediu, tratando das várias feridas em seu corpo.As feridas de Leo, marcadas pelo tempo e pela adversidade, estavam repletas de poeira e terra, exigindo um cuidado inicial indispensável. A enfermeira, com mãos hábeis e um toque de gentileza, despejava álcool para meticulosamente purificar
Tarde da noite.Ana Lopes estava limpando com muita atenção os quartos do hotel pelos quais ela era responsável. Desde que sua mãe adoecera gravemente, ela trabalhava durante o dia, e vinha fazer a limpeza aqui à noite. No entanto, mesmo se esforçando tanto, seus ganhos mal cobriam as despesas médicas caras.Finalmente, ela estava quase terminando o trabalho do dia, sobrando apenas a última suíte presidencial. Ana enxugou o suor da testa ao abrir a porta. A sala estava completamente escura. Ana estava prestes a procurar pelo interruptor de luz quando foi pressionada por um par de braços fortes. Ela levou um susto e quase gritou, mas antes que pudesse emitir qualquer som, o homem cobriu sua boca:- Não seja tão barulhenta.Ana esbugalhou os olhos, sem ideia de quem era esse homem e o que estava acontecendo. Seria ele um pervertido ou um psicopata? A ideia de tal possibilidade fez com que Ana se debatesse desesperadamente, mas ela não era páreo para um homem alto.O homem percebeu que al
Um mês depois.Ana estava sentada na porta do quarto do hospital, segurando a conta médica em suas mãos. Desde que saiu do hotel naquele dia, não voltou mais ao trabalho, e aquele pesadelo havia se tornado um trauma em sua mente. Mas a perda daquela renda havia aumentado a dificuldade de sua vida, que já era muito difícil.Depois de ficar olhando para o nada por um tempo, Ana se levantou, sem tempo a perder. Ela precisava encontrar um novo emprego.Assim que ela chegou à entrada do hospital, uma figura familiar apareceu à sua frente.Era ninguém menos do que seu pai, Sérgio Lopes.Ana não pôde deixar de apertar os punhos. Desde que sua mãe adoecera, ela havia implorado para esse homem ajudá-las, mas ele simplesmente mandou que a expulsassem de casa.A impiedade de Sérgio ainda estava fresca em sua mente, então ela não achava que ele teria a bondade de visitá-las agora.- Sr. Sérgio, do que precisa? - Ana deu um passo à frente, barrando o caminho de Sérgio. Agora que sua mãe não estava b
O homem na cama estava de olhos bem fechados e parecia levemente pálido, mas isso não afetava a sua aparência perfeita. Ele não parecia estar inconsciente, mas sim um príncipe de conto de fadas em um sono profundo.Embora Ana não fosse obcecada pela beleza dos homens, ela não pôde deixar de olhar para Leo mais algumas vezes. Analisando bem, ela viu que haviam muitas marcas de agulha nas costas das mãos pálidas do homem.Ela ficou em transe por um momento. Ver essas cicatrizes a fez pensar em sua mãe, que vinha sofrendo de doença todos esses anos.Se Leo não tivesse sofrido um acidente, ele teria sido um homem brilhante e inatingível como as estrelas no céu. Se esse fosse o caso, o casamento nunca teria acontecido com ela, a filha abandonada da família Lopes.Pobre deles, os dois eram tão desafortunados e parecidos...Pensando nisso, Ana sentiu um pouco de empatia por esse homem e a expressão em seu rosto se suavizou.Dantes percebeu a mudança em sua expressão, ele a trouxe aqui justame
Com isso, a empregada saiu do quarto.Ana olhou para o homem na cama e hesitou por um momento antes de reprimir a vergonha interna e tirar as roupas de Leo, peça por peça.Apesar de Leo estar em coma, seu corpo estava em excelentes condições. Tirando as cicatrizes do acidente de carro, ele era magro com músculos lindamente tonificados, podia-se dizer que era bastante atraente.Usando uma toalha úmida, Ana limpou cada centímetro da pele do homem, mas quando chegou à única peça de roupa que restava no corpo de Leo, a cueca, ela permaneceu com a mão pousada ali, incapaz de encontrar coragem para tirá-la.Em sua mente, ecoaram as últimas palavras da empregada, que se Leo nunca acordasse, ela provavelmente teria que lhe dar um herdeiro.Mas... Como ter um?Ele realmente tinha músculos muito bem definidos, mas...Depois de murmurar baixinho, ela fugiu como se tivesse sido eletrocutada.Por estar tão nervosa, Ana nem percebeu que a mão do homem, que estava solta, havia se fechado inconsciente
Ao ouvir a voz, Dantes olhou na direção do quarto de Leo com incredulidade, sem acreditar no via diante de seus olhos.Quando Ana se virou, viu que Leo já havia se levantado e deixado o quarto sozinho.A pessoa que acabara de assediá-la era Leo?Ana ficou atônita. Nunca imaginou que Leo acordaria tão rápido.O olhar impassível de Leo percorreu o corpo de Ana e, quando captou a incredulidade no rosto de Dantes, um toque de suavidade surgiu em seu rosto:- Acordei, pai. Sinto muito por ter deixado você preocupado todo esse tempo.Só então, como se tivesse acordado de um sonho, Dantes correu até Leo, estendendo a mão trêmula para tocá-lo e se certificar de que ele estava acordado e bem.- Que bom que acordou, que bom! – disse ele com alívio.Leo se apressou em estender a mão para segurar Dantes e acalmá-lo:- Pai, não se emocione demais. Fique calmo. - ele então olhou para Ana, que estava de pé ao lado, sem saber o que dizer. - Quem é essa mulher? Como ela conseguiu entrar no meu quarto?