Leo sentiu que ela acordou, abaixou a cabeça e olhou atentamente para o rosto de Ana.- Aninha, você acordou?As palavras do médico de ontem ainda ecoavam em seus ouvidos, e Leo estava realmente preocupado que Ana pudesse estar enfrentando algum problema psicológico.Antes que Ana pudesse responder, no momento em que seus olhos encontraram os de Leo, vendo o olhar fixo nele, ela sentiu como se algo a tivesse cutucado. Imediatamente, ela cobriu o rosto e desviou o olhar dele.Embora não tivesse se olhado no espelho, ela tinha certeza de que seu rosto não devia estar muito bonito agora. O olhar de Leo, momentos atrás, a fez sentir um pouco ansiosa e insegura.A reação instintiva de Ana fez com que a expressão nos olhos de Leo se escurecesse. Ele segurou o ombro de Ana.- Aninha, você não precisa se esconder de mim. Não me importo com a aparência do seu rosto. Só me importo se você está bem agora. Diga alguma coisa, está tudo bem?Os lábios de Ana se moveram, e as palavras de Leo não fora
- Isso já não importa. - Ana sorriu de leve. - Afinal, em comparação com o Paulo, já me sinto muito sortuda, não é?Leo começou a sentir algo estranho acontecendo, afinal, nenhuma mulher ficava indiferente à sua aparência, mas Ana parecia tão calma nesse momento.- Ana, se algo está te incomodando, desabafe. Não guarde para si, só vai preocupar as pessoas mais ainda.Ana balançou a cabeça.- Não, é realmente assim que eu me sinto. Talvez isso também não seja algo ruim. Pelo menos alivia um pouco o meu coração. Caso contrário, teria sido em vão causar a morte do Paulo, sem consequências. Isso faria o mundo parecer muito injusto.Leo apertou o punho. Nunca houve um momento em que ele não desejasse ouvir Ana falar tanto.Cada palavra dela, dita com tranquilidade, era como uma agulha sendo fincada em seu peito, causando uma dor profunda.- Leo, acho que devemos parar por aqui. O que eu costumava ser já não combina contigo. Agora, nem mesmo tenho um rosto perfeito e impecável. Nós simplesme
Após esse tempo juntos, ele acreditava sinceramente que tudo havia mudado. Ele até conseguia vislumbrar o futuro ao lado de Ana e Pedro, os três formando uma família unida.Entretanto, logo percebeu que estava sendo ingênuo. Sua presença parecia trazer mais desafios e complicações do que paz à vida de Ana. Leo fechou os olhos, e o rosto de Paulo surgiu em sua mente. Houve um tempo em que Paulo e ele compartilhavam tudo, alegrias e tristezas, e as rivalidades da geração anterior nunca abalaram o vínculo entre eles.Mas agora, tudo era diferente. Leo sentiu uma onda de exaustão, abaixou-se lentamente e contemplou o céu estrelado distante. A noite passou assim, e no segundo dia, com o nascer do sol, Leo retornou ao quarto com um frio penetrante.Embora a temperatura não tivesse caído tanto naquela noite, passar uma noite ao relento não era exatamente confortável. O corpo de Leo estava completamente enregelado.Ana também passou à noite sem sono, ocasionalmente cochilando por alguns minuto
Leo parecia ter recebido uma grande bênção ao acompanhar Ana descendo as escadas.Em vez de chamar o motorista, ele mesmo assumiu o volante para levar Ana.Os seguranças estavam preocupados com a possibilidade de enfrentarem perigo novamente, então os seguiram de carro, prontos para protegê-los se necessário.Leo não estava realmente preocupado com esses detalhes, segurou o volante, dirigindo em direção ao local onde Pedro estava.Diferentemente de seus hábitos anteriores, desta vez Leo dirigiu bem devagar, a um ritmo que não condizia com sua personalidade usual.Ele compreendeu que esta poderia ser a última oportunidade deles estarem juntos sozinhos, então não queria que o tempo passasse rapidamente, desejava prolongar esse momento o máximo possível. Mas mesmo assim, esse curto período de tempo pareceu voar, sem deixar nenhuma marca.Quando o carro parou em frente à Mansão, Leo sentiu como se seu coração estivesse sendo puxado com força, afundando no fundo do mar. Ana não disse nada,
Ana segurou Pedro por um momento, antes de falar.- Pedrinho, nos próximos dias, vamos voltar para a casa da vovó. Você pode ir arrumar suas coisas depois.Pedro inclinou a cabeça e olhou para Ana.- Mamãe, você já decidiu?Ana ficou um pouco confusa com o significado mais profundo das palavras do pequeno, mas assentiu com a cabeça.Pedro também assentiu seriamente. Mesmo sentindo um pouco de tristeza por não poder mais ver Leo no futuro, ele respeitava a decisão da mãe.- Então, quando eu voltar, posso procurar pelo papai Paulo? Ele me disse antes que quando retornássemos, ele me levaria ao parque de diversões para brincar por uns dias. Não deixe ele esquecer essa promessa.Pedro imediatamente se lembrou da promessa de Paulo para ele. Mesmo que na época ele não tivesse concordado em ir com Paulo, sabia que Paulo o amava muito e não iria esquecer.Quando Paulo foi mencionado, o coração de Ana apertou, mas essa era uma verdade que não poderia ser escondida para sempre. Mais cedo ou mais
As palavras de Pedro tocaram profundamente Ana, ao mesmo tempo em que ela sentia uma certa culpa. Ela ficou surpresa que uma criança tão pequena precisasse confortá-la, isso a fez sentir-se inadequada. Algumas verdades eram tão claras, até mesmo Pedro as entendia. Será que ela estava realmente tão desentendida? Com esses pensamentos, Ana enxugou as lágrimas do seu rosto e esboçou um sorriso.- Tudo bem, eu entendi. Daqui para frente, ambos precisamos viver bem.Pedro assentiu com a cabeça, e Ana o levou ao banheiro para lavar o rosto, antes de irem descansar. Deitado na cama, Pedro adormeceu enquanto Ana o observava. Finalmente encontrou um momento livre e reservou passagens de avião para voltar ao seu país....No dia seguinte, de manhã cedo, Ana cumprimentou Juliana e, com Pedro ao seu lado, dirigiu-se diretamente ao aeroporto. Ao sair, Ana avistou de longe um carro, um modelo que lhe era familiar. Era o carro de edição limitada de Leo. Será que ele esteve esperando ali à noite tod
Mariana mal conseguia acreditar no que ouvia: “Ana realmente se foi e não vai mais voltar?” Ela sempre pensou que, dada a astúcia daquela mulher, ela não desistiria tão facilmente da oportunidade que tinha nas mãos. No entanto, ao ver a aparência debilitada de Leo, Mariana começou a considerar que talvez fosse verdade.A expressão de Mariana suavizou consideravelmente. Ela estendeu a mão, querendo tocar o rosto de Leo.- Leo, eu também estava preocupada e agi impulsivamente. Foi por isso que te machuquei. Você não vai me culpar, certo?Leo evitou seu toque, mas não pôde deixar de sorrir. Um sorriso que levemente puxou a área onde tinha sido atingido, causando um leve desconforto.- Claro que não vou te culpar. Você é minha mãe, não tenho o direito de te culpar por nada. No futuro, vou me esforçar para ser um herdeiro qualificado para o Grupo Santos, de acordo com suas expectativas. No entanto, percebi algumas coisas. Talvez seja verdade que não devamos forçar certas situações.Após ess
Leo testemunhou Patrícia assumindo uma atitude tipicamente de "Sra. Santos", envolvendo-se nos assuntos da família. Isso só fez seu semblante ficar ainda mais gélido.- Será que minha posição não ficou clara o suficiente antes? Por favor, abstenha-se de interferir nos assuntos da família Santos. Isso não é algo que deva lhe preocupar. Nos próximos dias, vou procurar um novo psicólogo para lidar com isso. Você não precisa mais se incomodar. - Disse Leo com firmeza. Dessa vez, ele não deixou espaço para dúvidas.Ele sabia que Patrícia era a candidata que sua mãe tinha escolhido, querendo que ela se tornasse sua futura esposa. No entanto, ele não conseguia aceitar essa ideia e não queria desperdiçar o tempo de ambos.O semblante de Patrícia empalideceu e a alegria que sentiu com a partida de Ana desapareceu rapidamente.Ana já tinha ido embora, Leo já tinha decidido desistir, certo? Então, por que ele estava sendo tão frio com ela?- Leozito, por que... Ela já se foi, você planeja passar