A última frase que Ana deixou para Paulo foi tão fria, sem um pingo de ternura, mas no seu sonho, ele era ainda tão gentil.Ana soltou uma risada fria e desolada, a pessoa que a tratava melhor neste mundo, ela havia causado a sua morte.Por mais que se arrependesse, não podia reverter o passado.Ana se encolheu toda, e quando estava imersa em uma profunda culpa da qual não conseguia se livrar, o celular ao lado tocou.Ao ouvir o som, Ana ainda estava um pouco atordoada, mas a incessante campainha do telefone a fez sair do transe, ela só podia estender a mão para pegá-lo e dar uma olhada.Atendendo a chamada, a voz fria de Rafaela soou.- Ana, onde você está? Preciso falar com você.Neste momento, Ana não sabia como encarar Rafaela.- O que você quer? Fale logo.- Você sabe onde estão as coisas do Paulo, certo? Entregue-as imediatamente, serão usadas no funeral.As palavras "objetos pessoais" e "funeral" fizeram o coração de Ana tremer.Ela ainda tinha uma pequena esperança, aguardando
Ana foi acordada abruptamente, jogada ao chão após ser sequestrada. Uma bacia de água fria foi derramada sobre ela, da cabeça aos pés, despertando-a imediatamente. Embora o clima não fosse tão frio, a água fria rapidamente permeou suas roupas, um frio intenso a fez abrir os olhos com dor. Diante de Ana, estava uma fábrica química abandonada, muito deteriorada e desolada. Não havia sinais de atividade humana havia muito tempo, as paredes ao redor estavam caindo aos pedaços e ratos perambulavam por ali. O vento trazia um odor fétido de decomposição, misturado com um cheiro estranho e irritante de resíduos químicos que pareciam engolfá-la de todos os lados. Ana queria tapar o nariz, mas só então percebeu que suas mãos estavam amarradas atrás dela. Ela não podia se mexer, então ela se curvou, tossindo constantemente. Em pouco tempo, seus olhos ficaram vermelhos, cheios de lágrimas causadas pela irritação.Ao ver o estado desconfortável de Ana, Rafaela, ao seu lado, não conseguiu conter
Ana pensou imediatamente em vários líquidos ácidos com fortes propriedades corrosivas, e todos os cabelos do seu corpo se arrepiaram. Ana gritou:- Você ficou louca, me deixe ir!- Te deixar ir?Rafaela balançou o frasco de vidro nas mãos, olhando para Ana de forma perigosa.- Ana, não pense que eu não sei o que você está pensando. Se eu te deixar ir, em pouco tempo, uma mulher promíscua como você estará novamente com Leo. O que vou fazer com o meu Paulo, que por sua causa até perdeu a vida, e você facilmente esquece dele e me deixa vê-la feliz com o Leo? Impossível!- Como eu poderia deixar o Paulo de lado, você não entende o quanto ele é importante para mim...- Pare de fingir aqui. Se o Paulo fosse tão importante para você, não o teria arrastado por tanto tempo, sem se casar com ele, e muito menos permitiria que ele fosse o padrasto de seu filho com Leo. Uma mulher como você, nada do que diz merece confiança!Rafaela finalmente perdeu a paciência, ela riu cruelmente, abriu o pequeno
Leo estava sendo vigiado por algumas pessoas, sem poder se afastar por enquanto. Pensando nas palavras que Mariana disse antes de partir, as sobrancelhas do homem estavam fortemente franzidas. Parecia que algumas coisas, mesmo que ele quisesse desistir, as pessoas ao seu redor não iriam permitir. Enquanto Leo estava pensando nessas coisas, seu telefone tocou. Era uma chamada do hospital. - Leo, temos um problema. Hoje, Srta. Ana disse que tinha algo urgente para fazer e saiu. Ela ainda não voltou, e não conseguimos contatar as pessoas que foram enviadas para protegê-la...- O que? Não foi dito para não permitir que Ana saísse livremente? - Ao ouvir isso, Leo sentiu um pressentimento sombrio. Mas agora não era hora de discutir esses problemas. Leo se forçou a manter a calma. - É possível localizar os telefones deles dois?- O resultado da localização está no meio do mar e não mudou por um longo tempo. Provavelmente eles jogaram os celulares...Ao ouvir isso, a expressão de Leo fico
Ana olhava enquanto aqueles homens se aproximavam passo a passo, um sorriso lascivo pendurado em seus rostos. Em dois deles, a pele carregava algumas terríveis úlceras, era repugnante à primeira vista.As palavras de Rafaela ecoavam na mente de Ana: eles queriam infectá-la, isso significava que todos eles estavam doentes. Embora Ana não tivesse conhecimento médico, ela tinha lido algumas matérias de popularização científica. Ela poderia dizer que esses homens provavelmente tinham uma doença sexualmente transmissível. Se eles tivessem sucesso, as consequências para Ana seriam impensáveis.Rafaela estava usando todos os meios possíveis para destruí-la. Ana não parava de mover-se para trás, mas logo sua cabeça bateu na parede e não havia mais para onde recuar. - Você já está assim, pare de resistir, se você cooperar, sofrerá menos! Os homens se aproximaram de Ana, seus olhos cheios de más intenções. Ana sentiu um calafrio. Ela rosnou através de seus dentes:- Meu rosto já está assim,
Quando Leo chegou à fábrica abandonada onde Ana se encontrava, junto com algumas pessoas, ela já estava em um estado lastimável. Suas vestes estavam rasgadas e desalinhadas, seu rosto sujo e manchado de sangue e poeira.Entretanto, mesmo nessas circunstâncias, ela ainda lutava intensamente, recusando-se a desistir. Os homens ao seu redor também pareciam perturbados. Essa mulher agia como se estivesse enlouquecida. Quando alguém tentou tocá-la, ela bateu violentamente a cabeça no chão. Se eles não a tivessem segurado, ela poderia ter se ferido gravemente.Essa determinação feroz era algo extraordinário, algo que pessoas comuns não possuíam. Especialmente o olhar nos olhos de Ana, era quase como se estivesse prestes a matar alguém, era arrepiante e parecia confirmar a veracidade das palavras que ela havia dito anteriormente.Vários homens começaram a hesitar, temporariamente incapazes de agir.Enquanto essa situação se arrastava, um estrondo ecoou pela porta. Os homens viraram imediatame
O ar dentro do carro era sufocante, quase difícil de respirar, criando uma sensação de opressão.Leo segurava o corpo frágil de Ana com firmeza, do começo ao fim, sem permitir qualquer relaxamento. Ivan, ao ver o estado de Leo, entendia seu humor, que já havia atingido um ponto crítico. Nada disse, apenas aumentou a velocidade do carro ao máximo, buscando chegar ao hospital o mais rápido possível....Ana sentia como se tivesse caído num abismo, tudo ao seu redor era escuro, sem um vislumbre de luz. Gritava desesperadamente por socorro, mas sua voz parecia não encontrar saída, engolida pela escuridão infinita.Aos poucos, sua voz ficou rouca. Nesse momento, algo com olhos vermelhos como brasas parecia surgir atrás dela, observando-a com intenções malignas, esperando o momento certo para dilacerá-la completamente, enquanto ela estava desprevenida.Quando Ana estava quase cedendo ao desespero, uma figura surgiu, trazendo consigo um raio de luz que dissipou a escuridão.Seria Paulo? Essa
- Ir para o exterior e encontrar uma maneira de adquirir as ações da empresa deles. Se ela não quer viver bem, deixe-a experimentar o gosto de não possuir nada.O olhar de Leo estava gélido, tornando-se ainda mais enigmático na escuridão da noite.- Eu entendo.Ivan estava preocupado que Leo agisse de forma impulsiva. Afinal, toda a família Santos estava ocupada lidando com a situação de Paulo. Se ele insistisse em agir, poderia causar uma crise desnecessária, o que não seria sensato.Agora parecia que Leo estava mantendo a calma. Ivan imediatamente seguiu suas instruções e providenciou para que alguém cuidasse disso.Leo olhou para Ana no quarto de hospital. A razão pela qual ele não tornou as coisas públicas imediatamente era porque tinha Paulo em mente, mas também era por causa de Ana.Ela já estava cheia de culpa pelo acidente. Se ela fosse a responsável por não conseguirem realizar um funeral adequado para Paulo, ela provavelmente não conseguiria superar essa sombra pelo resto da