49 - Boate Lotus
Mariana foi jogada brutalmente no banco de trás do carro. As portas se fecharam com um baque seco, e o motor rugiu enquanto o carro acelerava pela noite escura. O cheiro forte de perfume barato e couro velho a sufocava. Tentou se mexer, mas seus músculos estavam entorpecidos e a sonolência tomava conta dela.

— Me soltem... — murmurou, a voz fraca e hesitante.

Um dos homens soltou uma risada zombeteira.

— Calma, gatinha. Isso é só o começo.

O cheiro enjoativo fazia seu estômago revirar. Foi então que a voz fria e calculista de seu pai cortou o silêncio, como um veneno escorrendo pelos ouvidos de Mariana.

— Isso é por sua culpa.

A mente dela girou. A realidade foi lentamente se encaixando, como peças de um quebra-cabeça cruel. Ele não estava ali para salvá-la. Ele fazia parte disso.

— Por quê? — sussurrou Mariana, tentando se manter consciente, embora sua voz fosse quase um lamento.

O pai a olhou com desprezo, os olhos duros como pedra.

— Porque você só deu trabalho desde o iníc
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