Boatos

O castelo estava inquieto. Murmúrios se espalhavam pelos corredores como uma peste invisível, carregados de suspeita e medo. Sempre que eu passava, sentia olhares cravados em minhas costas, como se cada criado, cada guarda, estivesse sussurrando sobre mim.

Eu tentava ignorar, mas era impossível. Desde o acidente na biblioteca, algo havia mudado.

Sentei-me no jardim, deixando o vento frio soprar contra minha pele. Ivy e Gwen estavam comigo, e, por um momento, o ambiente parecia quase pacífico. Mas a tensão no ar era impossível de dissipar.

— Você ouviu os boatos, não ouviu? — Ivy quebrou o silêncio, sua voz carregada de preocupação.

Eu apertei os dedos contra a taça de chá em minhas mãos. O líquido quente deveria me aquecer, mas, por dentro, eu só sentia gelo.

— Que boatos?

Ela hesitou. Troquei um olhar com Gwen, que mordeu o lábio antes de responder por Ivy:

— Estão dizendo que a estante não caiu sozinha.

Meus dedos se afrouxaram, e a xícara tremeu em minha mão. Um calafrio percorreu
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