Capítulo 38

(Renata Pellegrini)

Toda a fome que eu estava sentindo, simplesmente sumiu, o vazio que ecoava em meu estômago, agora está se abrindo em meu coração, de novo, a sensação de estar sendo traída. Ele me chama para morar na casa dele, e quando a mãe liga, diz que sou apenas uma amiga? Que tipo de amiga visita um homem solteiro tarde da noite?

Não quero nem pensar na resposta… Meu estômago está embrulhado, pego meu prato e o coloco de volta na geladeira, sentindo o choro entalado na garganta, caminho a passos apressados de volta para o quarto, mas antes que eu consiga abrir a porta, Filippo sai do banheiro social e segura meu braço.

— O que foi? — interroga-me com a cara séria.

— Nada não — respondo e tento me soltar, mas ele apenas aperta ainda mais sua mão no meu braço. — Faça o favor de me soltar, estou com sono. — falo seca sem olhá-lo nos olhos, não quero que ele veja as lágrimas acomuladas neles.

— Já disse para não mentir para mim, ragazza — segura meu queixo e me obriga a olhá-lo,
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