O palacete diamante negro sempre foi um dos palacetes mais belos da família de Leopoldina. Sabia que seu primo estava tomando conta da família deles agora, o único homem da família longe de uma idade avançada. Olhar para aquelas grandes árvores que indicam o caminho, os campos verdes e ao longe a casa completamente preta com janelas escuras dava um ar mais dark, combinava com a família.
Olhando de canto de olho, sabia que Lancelot parecia meio nervoso, tinha prometido se comportar, mas o homem parecia mexido com muitas coisas, seus quadros estavam bem embalados e... tudo parecia bem.
Quando a carruagem para.
E o homem a ajudou a descer. Pode-se dizer que Leopoldina sentiu um certo pavor, lá estava Poppy e suas amiga
Leopoldina poderia dizer que essa viagem estava abrindo sua mente para a realidade que ela luta para não ver.De manhã, depois de comer algo, viu seu marido sumir com a prima, fazendo-a sentir uma queimação em seu interior. Decidiu que ficaria longe das pessoas e principalmente dele para poder ter um pouco de paz e tentar bordar ou até mesmo tirar essa insegurança de seu pobre coração.Mas o tormento a acompanhava.Enquanto tentava fazer um cervo naquele pano simples que achou jogado pelo palacete, acabou se acomodando em uma das bibliotecas. Foi no meio de suas tentativas falhas de parar de fazer sua mão tremer que ouviu.- Por que não larga
Podia dizer que ela não queria voltar para o quarto.Mas tinha que ser crescida e talvez o libertasse de um mal?Bom, Lancelot parecia nervoso e, quando estava assim, andava de um lado para o outro enquanto ela continuou parada, sentada num pequeno banco.- Sobre o que você viu... – Sentiu uma queimação em sua pele, Leopoldina simplesmente ignorou aquela coceira nervosa.- Se não está feliz, por que não termina o casamento? – Aquilo o fez parar no meio do caminho e ela simplesmente o encarou curiosa.- O quê? – A voz saiu quebrada e sem força.
A viagem para casa foi um silêncio.Quando Leopoldina conseguiu colocar os pés em sua casa, relaxou um pouco mais.Lancelot, depois daquele escândalo, queria fugir para casa, mas ela foi para aquele palacete com um objetivo que era vender, e falando nisso, ela vendeu. Achou irônico que as obras que estavam lá eram aquelas que ele disse que nunca ia vender porque contava sobre o amor deles, parecia que o mesmo queria descartar suas lembranças mais tristes. Porque Lancelot ficou olhando para os quadros por um tempo, atônito a tudo que acontecia à sua volta.Agora em casa, o homem parecia distante e frio.Nem com suas meninas ele queria conversa.
A viagem para o mar alíviou o pulmão de Leopoldina.A dor em seu interior estava ficando pior, a fraqueza também, mesmo se alimentando e bebendo água, mas nada fazia mudar o ritmo de seu corpo. Os banhos foram ficando com mais frequência porque pelo menos conseguia fugir da dor das respirações, sem contar que ficava longe de Lancelot, que parecia meloso, dizendo que a ama toda a hora e tentando tirar a ideia do divórcio. Se não tivesse visto como o homem parece mais feliz longe dela, até aceitaria seus pedidos.Mas parecia marcado em sua mente o jeito como ele olha para Madeleine.Com olhos que nunca pareceram se encaixar nela, ou até mesmo aquele brilho intenso onde a tempestade que dominava seu
Em 4910.Leopoldina finalmente desistiu de dormir, essa noite foi repleta de eventos que marcaram seu futuro e, mesmo aceitando a maioria, parecia que andavam num rumo perigoso. Saindo da cama e vagando pela casa de festas, envolvendo-se em seu roupão, decidiu ir atrás de algum romance. Ficou de certa forma triste que não veria mais esse pequeno palacete que envolvia a família Silva Santos, onde tinha bailes e sarais. Mesmo que não participasse, ficava olhando.O palacete em questão tinha um ar meio mitológico. Dona Cleusa tinha um gosto por mitologia grega e fez o palacete do marido ter um ar mais antigo, com grandes pinturas mostrando como o mundo foi feito à base dos olhos dos antigos. Sempre ficava um tempo olhando cada pintura, mesmo que isso às vezes chamass
Bom, depois de um casamento correndo e uma casa comprada no meio do nada, Leopoldina poderia dizer que tirou a sorte grande, o que tinha à frente seria um pesadelo para qualquer dama, mas para aqueles dois foi algo mais interessante.- Acho que em dois meses conseguimos nossa casa. – Resmungo Lancelot com ferramentas.- Fico com a sala e a cozinha! – Pulou animada com as latas de tinta.- Ok, ok, - Lancelot segurou a mesma pela cintura. – Só tome cuidado, ok? – Seus olhos buscavam uma confirmação. – O chão não está firme! – ela acenou e, quando a soltou, Lancelot a viu sumir pela porta, o fazendo rir. – Vou ter mais trabalho em manter inteira do que construir a casa. – Lancel
Leopoldina o viu partir com certa rapidez, acabou achando fofo sua preocupação com ela e sua gravidez, mas o homem parecia animado para voltar à sociedade.- Já está com saudade dele? – Melissa murmuro gentilmente.- Sim, mas acredito que será bom para ele viver longe de mim. – Seus olhos tristes quebraram a jovem senhora que ainda tentava aprender como lidar com a jovem. – Ainda me preocupo que tenha arruinado algum momento de sua vida.- Sempre pensando negativamente? – Leopoldina, volto a Melissa, a analisando enquanto a governanta já começou a pensar que foi ousada demais.- Verdade, né? – Seu sorriso parecia leve, deixa
Lancelot joga merda na cruz.Tinha notado que, mesmo depois da recuperação dela, Leopoldina estava distante e, no meio de suas conversas com Melissa, a mesma tinha falado que poderia ser depressão.- Como se cura isso? – Essa tristeza que nunca vai embora.- Não sei, meu amor. – Murmuro pensativa. – Quando perdi alguma de minhas crianças, meu marido me arrumou um gato para que eu pudesse ter algo a fazer, talvez dê um bichinho a ela. – Lancelot refletiu sobre isso.- Um animal? – Olhando para Leopoldina melancólica em seus cantos e seus olhos sempre longe, poderia tentar. – Bom, ela sempre gosta de dálmatas, acho que vou compr