Lancelot j**a merda na cruz.
Tinha notado que, mesmo depois da recuperação dela, Leopoldina estava distante e, no meio de suas conversas com Melissa, a mesma tinha falado que poderia ser depressão.
- Como se cura isso? – Essa tristeza que nunca vai embora.
- Não sei, meu amor. – Murmuro pensativa. – Quando perdi alguma de minhas crianças, meu marido me arrumou um gato para que eu pudesse ter algo a fazer, talvez dê um bichinho a ela. – Lancelot refletiu sobre isso.
- Um animal? – Olhando para Leopoldina melancólica em seus cantos e seus olhos sempre longe, poderia tentar. – Bom, ela sempre gosta de dálmatas, acho que vou comprar um filhote.
- Posso saber por que dálmatas? – Melissa queria entender melhor a sua querida senhora que tinha um jeito diferente.
- Muito curiosa para uma servente. – Resmungo, já a olhando feio. Não gostava de Melissa muito próxima dele. Lancelot até a permite participar de algumas coisas, mas realmente ser mexeriquei-a já era demais.
- Desculpa, meu amor. – E com uma reverência saiu.
- Mas a ideia do cachorro não é ruim. – Lancelot volta para onde Leopoldina estava, já pensando na bagunça que isso traria à sua casa silenciosa, talvez antes de risadas e choros de crianças serem latidos.
- Por que está sorrindo? – Leopoldina chegou na maciota.
- Estou pensando em comprar algo para você. – A puxando para mais perto. Depois daquele incidente em São Paulo, Lancelot tentou mascarar sua culpa com carinho, não conseguiu ainda ter coragem de contar, mas sabia em seu interior que deveria.
- Não é mais vestido, não é? – Leopoldina não gostava muito de roupas. – Livros eu até aceito. – Sim, coisas para fazer, é sua verdadeira paixão.
- Não, será algo mais vivo. – Murmuro pensativa. – Iremos visitar um amigo meu esse final de semana, se prepare. – Já segurando sua mão, a vendo olhar curiosa para o que aconteceria.
...
Leopoldina nunca pensou no que veria num estábulo de cavalos.
Uma linhada linda de cachorros brancos que virariam algo mais pintado que outra coisa.
- Escolha um. – Lancelot murmuro pacientemente enquanto conversa adiante com o dono dos filhotes, enquanto Leopoldina abaixou com graça para os filhotes que correram para ela.
- Qual de vocês querem vir comigo? – Estendo a mão e vendo as lambidas que recebia até mesmo dos adultos que vieram abanando o rabo, até que um surgiu a puxando pelo vestido e tirando sua atenção, um grande filhotinho mostrando toda a sua presença.
- Esse aí é o mais agitado da linhada. – O amigo volta a Lancelot. – Dará mais trabalho...
- Não pense assim, Lancelot já viu ela o pegar e enfiar no meio dos braços. – Pense que ele tem uma grande personalidade, e pelo visto minha casa será destruída. – Causando risada entre os homens. – Quanto te devo?
- Por esse aí? – O homem coçou o pescoço. – Te dou de graça. – Lancelot já sentiu até mesmo um medo, sua casa será destruída.
- Aí que animo levar essa coisa para casa. – Risadas foram sentidas quando ela surgiu com o filhote que tinha um brilho diabólico nos olhos.
- Parece um demônio. – O amigo sussurra baixo em seus ouvidos, o deixando nervoso.
- Gosto desse? – Lancelot tentou parecer animado com o filhote do Satanás que ia ser levado para casa.
- Sim, vou chamá-lo de banze. – O cachorro parecia gostar do nome e da nova dona porque ficou calmo em seus braços, fazendo os homens se entreolharem. – Acho que vai ser bom tê-lo em casa.
- Se isso te ajudar, não ligo de ele destruir nossa casa. – Murmuro dramático, a fazendo rir e aquilo foi um som maravilho para seus ouvidos.
- Ele será bom, tenho fé. – Leopoldina seguiu para frente com banze enquanto Lancelot voltava ao amigo, que sorriu para a pequena cena que roubou do casal.
- Esse casamento fez bem a você. – Murmuro gentilmente, deixando Lancelot vermelho de vergonha.
...
Mas realmente Lancelot tinha jogado merda na cruz porque, mesmo com o cachorro que destrói chinelos, mais uma vez o mundo de Leopoldina tinha dado uma bagunça. A mulher com quem ele tinha se deitado no prostíbulo apareceu com uma barriga bem inchada na opinião dele, entrando em sua morada e falando que estava grávida.
Enquanto Lancelot parecia em choque, Leopoldina o olhava sem expressão enquanto aquele cachorro latia para a estranha no meio do gramado.
- Então, o que fará com isso? – Leopoldina olhou para a barriga curiosa, fazia tanto tempo assim que eles se encontraram? A última vez foi há meses atrás, na última reunião? Voltando agora, ficou curiosa que o sumiço do marido deve ter a ver com a bela mulher à sua frente.
- Eu não farei nada, - Lancelot simplesmente se levantou, ultrajado. – Quem me garante que esse filho é meu... – Voltando para Leopoldina, que parecia bem distante. – Posso explicar isso...
- Não ligo de cuidar de um filho que não saiu de mim. – Ela murmuro sorridente, um sorriso tranquilo que tinha aceitado bem demais os chifres que tinha levado.inceramente, ela não ia brigar, sabia que o amor de Lancelot estava muito fantasioso para ser sincero. Um homem não poderia amar suas esquisitices por inteiro, mas continuava sendo seu herói, aquele que a livrou de um destino ruim, então não se importaria de criar um bebê que não é dela se ele ficar feliz.
- Eu ligo. – Lancelot não queria mais essa humilhação para a mesma, seu anjo parecia ter acabado de sair de um tormento, ela não precisava de uma humilhação dessa.
- Se não ficar com ele, colocarei na roda dos rejeitados. – A mulher volta a Leopoldina, que parecia assustada.
- Não podemos deixá-lo na roda dos rejeitados. – Seguro Lancelot, apavorada enquanto o homem viu o sorriso duvidoso da prostituta.
- Eu não vou pegar, esqueça! – E, com os olhos chorando, ela simplesmente se levantou e seguiu para dentro, deixando Lancelot com aquele problema. Ele agora volta para a mulher. – Saia daqui com essa coisa que você chama de meu filho...
- Você que vive com esse peso, não eu. – A mulher simplesmente saiu da mesma forma que entrou. Lancelot volta para o cachorro que continuava latindo para a mulher e, quando ficou quieto, acabou o olhando com um afegão em sua cabeça. Volto para cima.
- Me deseje sorte. – Murmuro para o cão, abrindo a porta e seguindo com o canídeo junto a ele.
Sua casa por dentro parecia algo vindo de livros infantis com papéis de parede claros e a madeira escura no seu interior. Móveis simples com babados de leve em seus pés o fizeram voltar para o andar de cima. Tinha uma mulher para enfrentar e o cachorro simplesmente apostou corrida com ele pelos degraus de madeira com tapete verde.
Subir aquilo parecia apavorante. O que Leopoldina iria comentar sobre a traição? Sobre ele se deitar com outra e não ela? Brigariam demais? Ele conseguiria conversar que a liberdade dele normalmente o leva a um templo da luxúria, o fazendo viver pelo sexo?
Chegar em seu quarto foi rápido demais ao seu gosto, abrindo e dando de cara com ela chorando perto de uma das janelas que davam entrada ao jardim da frente, de onde veio aquela bagunça, atrapalhando um pouco de seu sossego.
- Olha, eu posso explicar...
- Por que não podemos ficar com o bebê? – Murmuro baixo enquanto Lancelot tudo que soltou foi um suspiro, fechando a porta, vendo o cachorro pular na cama deles. – Ele será abandonado e...
- Não vou pegar um bebê que não é meu. – Lancelot acabou vendo os olhos azuis intensos virando para ele e Leopoldina parecia irritada.
- Acha que não posso cuidar de um bebê? – Murmuro, mais chateada do que Lancelot imaginou.
- Eu não disse isso, - Ele realmente queria lidar com ela berrando por ele ter traído ela com uma prostituta e não sobre um bebê que nem dele é. – Quero tentar consertar a outra coisa, sinceramente. – Resmungo, já se seitando no recamier. – Que tal falarmos sobre eu ter traído você com uma prostituta...
- Sinceramente, isso pouco me importa. – Leopoldina parecia agora na sua frente com a fresta franzida. – Sei que homens não têm a obrigação de ser fiéis, e também sei que devem se cansar de mim de vez em quando, então acredito que isso deve ser bem comum, não? – Aquilo o quebro ali enquanto Leopoldina já tinha engatado para o bebê de novo.
- Pera aí, como assim você acha que isso deve ser normal? – Ele estava horrorizado com tudo aquilo.
- Por que estava voltando nisso? – Leopoldina se sentou ao seu lado buscando alguma coisa. – Já disse que está tudo bem.
- Mas não deveria estar. – Ele se levantou irritado e, ao mesmo tempo, horrorizado.
- Hm, eu sei que você ia perder o interesse alguma hora, - Aquilo fez algo quebrar em seu interior. – Nosso amor, mesmo ele sendo muito puro, sei que não é algo eterno. – Ela tinha um sorriso estranho em seus lábios que Lancelot ficou ali paralisado, incrédulo. – Sei também que por causa das coisas que apresento não vejo ser a melhor companhia, então acredito que está tudo bem! – foi quando ele entendeu a sua submissão, o fazendo ficar ainda mais piro.
- Leopoldina. – Caiu de joelhos, segurando suas mãos, fazendo o olhar assustado. – Eu nunca mais vou te trair... – Ela só assentiu.
O que ela tinha feito de errado para ele estar tão transtornado?
Ela queria mais filhos.Tinha se passado um ano desde seu casamento e Leopoldina queria filhos.Mas o problema é que ainda não conseguiu falar isso com Lancelot, desde que a moça da vida, ele ficou muito sentimental, nunca o tinha visto daquele jeito realmente, ela nunca o culpou por pular a certa, até mesmo o pai dela fazia isso em busca de um filho homem. Sua mãe chorava bastante, mas ela realmente não sentiu essa tristeza. Ela só aceitou, aceitou que nem mesmo Lancelot poderia amar ela, que nem nos livros de romance.Se nem sua mãe, que era normal, tinha um casamento perfeito, imagine ela com tiques e ataques de pânico?Voltando agora, vendo seu marido
5 anos se passaram.Lancelot podia dizer que, depois de tanto tempo, começou a se sentir frustrado.Um homem não pode viver só de amor e agora ele tinha três lindas meninas para cuidar. Além de Leopoldina, Amelia, Ember e a mais nova Tulipa, suas meninas tinham etiquetas para serem apresentadas e claro, por toda a reza que Leopoldina, as meninas nasceram "saudáveis." Sem tiques ou tremedeiras com a mesma, o que Lancelot não ligou muito na época, mas vendo agora, vendo como um certo tempo pegou sua esposa, agradeceu também.Leopoldina não saía mais de casa, o máximo que ia era para a casa da praia onde eles aproveitavam o verão. Sua mulher tinha vergonha de suas tremedeiras
Lancelot realmente não viu quando apagou.Mas logo acordo com sons de grito.O fazendo levantar da cama, dando de cara com o campo de casa, aquele campo cheio de dentes de leão completamente amarelos, o melhor momento para fazer piqueniques, como dizia Amelia, e no meio do campo, enquanto chegava perto, tinha uma área coberta enfeitada com cadeiras e um pequeno altar de casamento? Chegando mais perto, viu Madeleine junto com todos os seus conhecidos e familiares. Madeleine estava de branco junto com suas meninas como dama de honra.- Finalmente chegou, marido. – Ela sorriu docemente de forma diabólica enquanto Lancelot travou.- Sim, papai! – fazendo voltar a Amelia. – F
As três tinham dormido e agora Leopoldina e ele tinham o trabalho de colocar as meninas para dentro. Caminhar com as mais velhas foi um pouco difícil, mas sua visão não vacilou quando Leopoldina se levantou com uma dificuldade bem tensa, mas com o apoio do cachorro, se levantou junto com sua menina.O caminho para os quartos das meninas foi num silêncio tranquilizador. Tulipa apertava o pescoço de Leopoldina, fazendo um carinho em suas costas. Lancelot foi para o quarto e foi pego por uma decoração nova, dando de cara com navios e baleias pendurados pelo teto, o fazendo voltar para Leopoldina, que vinha com a mais nova em seus braços, capotada . Indo para a cama com grade e com um porquinho de crochê, foi dada à menina. Quando todas dormiam com a música da caixa de música que Leopoldina colocou
Leopoldina estava no céu.Lancelot parecia estar de volta em seu antigo molde, nos últimos meses ele parecia mais distante, seus problemas de saúde deixaram o marido meio impaciente e parecia que as viagens para a cidade o acalmavam. Sabia que o marido visitava suas amantes, saía com seus amigos e tinha uma vida social que ela não podia lhe dar.Foi no seu momento de se recuperar de uma de suas gripes que não a deixava olhando suas meninas brincando que um estalo bateu em sua mente.Nas idades de serem apresentadas à corte, Leopoldina não conseguiria levá-las para os salões. Seu medo pelas pessoas tomava conta de seu corpo só de pensar, suas mãos tremiam e seus olhos perdiam a cor, princi
Leopoldina nunca pensou que uma janta ia ser tão ruim assim.Fazia muito tempo que não via uma janta assim.Suas meninas em seus mundos de divertimento enquanto seu marido está bem ali na sua frente, a encarando nem menos tocando em sua comida, enquanto ela tenta desesperadamente voltar à normalidade, com Tulipa ainda precisando de certa ajuda para tentar comer mais do que por para fora de sua boca. Deixando uma menina ruivinha tão sujinha, a fazendo pensar no banho que teria que dar em todas e depois nela mesma, a fazendo choramingar com esse pensamento.- Onde esteve essa tarde? – Melissa surgiu alheia ao olhar de morte que recebeu de Lancelot.- Descascando. – Leopol
O palacete diamante negro sempre foi um dos palacetes mais belos da família de Leopoldina. Sabia que seu primo estava tomando conta da família deles agora, o único homem da família longe de uma idade avançada. Olhar para aquelas grandes árvores que indicam o caminho, os campos verdes e ao longe a casa completamente preta com janelas escuras dava um ar mais dark, combinava com a família.Olhando de canto de olho, sabia que Lancelot parecia meio nervoso, tinha prometido se comportar, mas o homem parecia mexido com muitas coisas, seus quadros estavam bem embalados e... tudo parecia bem.Quando a carruagem para.E o homem a ajudou a descer. Pode-se dizer que Leopoldina sentiu um certo pavor, lá estava Poppy e suas amiga
Leopoldina poderia dizer que essa viagem estava abrindo sua mente para a realidade que ela luta para não ver.De manhã, depois de comer algo, viu seu marido sumir com a prima, fazendo-a sentir uma queimação em seu interior. Decidiu que ficaria longe das pessoas e principalmente dele para poder ter um pouco de paz e tentar bordar ou até mesmo tirar essa insegurança de seu pobre coração.Mas o tormento a acompanhava.Enquanto tentava fazer um cervo naquele pano simples que achou jogado pelo palacete, acabou se acomodando em uma das bibliotecas. Foi no meio de suas tentativas falhas de parar de fazer sua mão tremer que ouviu.- Por que não larga