Eu estava ajustando os detalhes para a data do julgamento de Thereza no tribunal de Toronto enquanto conversava com Mark no refeitório do hospital. Estávamos ajeitando as coisas para um lanche rápido. Mark estava ao meu lado, ambos rindo das piadas um do outro.– Então, como está a situação com a sua sogra? – Mark perguntai, ainda rindo, lembrando de tê-la visto passar pelo hospital mais cedo.Mark soltou uma gargalhada, balançando a cabeça.– Cara, é um pesadelo! Ela me viu e nem tentou disfarçar o desagrado.Rimos juntos por um tempo, mas então o semblante de Mark ficou sério.– Sabe, Karl, eu lamento pela sua situação com Thereza. Nenhum de nós esperava que ela fosse tão longe.Assenti, sentindo o peso da traição.– A pior traição vem de quem menos esperamos, Mark.Mark acenou com a cabeça, compreendendo perfeitamente.Nesse momento, Adam entrou no refeitório, com um olhar sério.– Minha esposa está fazendo guarda no quarto da Emily. Ela não confia na mãe dela.Soltei uma risada,
Após a notícia devastadora, eu estava sentada no quarto do hospital, tentando acalmar meu coração acelerado. Minha mãe estava ao meu lado, segurando minha mão, enquanto Ella tentava consolar-me.– Emily, eles vão encontrá-la. Karl e os outros estão fazendo tudo que podem – dizia Ella, mas a preocupação em seus olhos era evidente.De repente, a porta se abriu e meu pai entrou, tentando mostrar preocupação, mas sua expressão era fria.– Emily, como você está? – ele perguntou, mas eu não conseguia nem olhar para ele.– Eu perdi minha filha – murmurei, olhando para o chão. – E o "príncipe" que você sempre exaltou fez isso.Meu pai pareceu incrédulo por um momento, depois lamentou, mas suas palavras eram duras.– Eu te avisei, Emily. Você poderia ter tido uma vida sossegada com Samuel. Ao invés disso, teve um filho com outro homem.Algo dentro de mim estalou. Levantei da maca com toda a força que me restava e agarrei o pescoço dele.– Você não tem ideia do que está dizendo! – gritei, apert
A raiva fervia dentro de mim, quase incontrolável. Mark apertou meu braço, tentando impedir que eu agisse por impulso.– Karl, não pode fazer isso. Não adianta resolver isso com violência – ele insistiu.– Se você não me segurar, eu mato duas pessoas ainda hoje – rosnei.Mark fez um gesto para um dos guardas presentes.– Precisamos de um avião para o hospital imediatamente. As forças armadas e as forças especiais vão nos acompanhar até Windsor.Eu o olhei, grato pelo apoio inabalável.– Obrigado, Mark.Ele colocou uma mão firme no meu ombro.– Jamais deixaria que alguém da minha família passasse por isso sozinho.Corremos pelo hospital, a adrenalina nos impulsionando. Quando chegamos à administração, Mark rapidamente organizou o transporte e a equipe. Olhei para Emily, que chorava desconsolada.– Eu vou trazer nossa filha de volta, Emily. Dessa vez, não haverá conversa – prometi, beijando-a com toda a força e amor que eu sentia.Adam apareceu ao nosso lado, pronto para partir.– Vamos
A manhã está nublada, e tudo parece mais pesado do que deveria. Sofia, minha pequena, completou um mês hoje, mas em vez de sentir a alegria que esperava, há uma nuvem escura pairando sobre mim. Sinto-me presa em um poço sem fundo, onde a luz parece distante. O choro de Sofia é a única coisa que me chama de volta à realidade, mas até isso tem se tornado doloroso.Karl tem sido incrível, mas sinto que ele percebe o que está acontecendo. Sei que ele está preocupado, mas me sinto incapaz de explicar a ele como estou me sentindo. Conversar com alguém sobre isso parece uma tarefa impossível. As palavras ficam presas na minha garganta, e a culpa cresce a cada dia.Hoje, saí para falar com Amélia. A caminhada até a clínica foi exaustiva, mesmo que não fosse longe. A cada passo, a angústia apertava meu peito. Quando finalmente cheguei, Amélia tentou puxar assunto, talvez percebendo meu estado. Mas como posso falar sobre isso? Como posso dizer que me sinto sem coração, sem vida, sem razão para
Eu caminhava pelos corredores frios e impessoais da prisão, cada passo meu ecoando pelo chão de cimento. O som reverberava dentro de mim, me lembrando do motivo que me trouxera até ali. A raiva pulsava em meu peito, mas eu mantinha a cabeça erguida e o olhar fixo à frente. O contraste entre a minha determinação e o ambiente sombrio era nítido. As paredes cinzentas, desprovidas de qualquer cor ou calor, pareciam engolir a luz fraca das lâmpadas fluorescentes, um cenário desolador.Os guardas que patrulhavam o local me observaram com cautela, percebendo a tensão em cada movimento meu. Alguns me cumprimentaram com acenos respeitosos; afinal, eu não era qualquer um. Sabia que minha presença ali não passava despercebida, e era exatamente isso que eu queria. Não havia espaço para incertezas naquele dia. Eu estava ali para confrontar Thereza, e nada me impediria.Enquanto passava pelas celas, os murmúrios e olhares curiosos dos prisioneiros me seguiam. Mas eu estava alheio a tudo isso. Minha
Eu estava muito brava, tudo o que aconteceu destruiu meu coração. Sofia chora a noite inteira, mesmo Karl me ajudando, estou em um resguardo dolorido. O dia da audiência de Thereza chegou como uma tempestade anunciada, e meu coração estava em turbilhão. Não consegui pregar os olhos na noite anterior, sabendo que finalmente enfrentaremos aquela que havia trazido tanto sofrimento às nossas vidas. Karl e eu quase não trocamos palavras ao longo do café da manhã. Havia uma tensão, uma mistura de ansiedade e raiva que pairava sobre nós como uma nuvem pesada trovejando. Não se mexe com a filha de ninguém.O tribunal estava lotado, cada assento ocupado por pessoas que queriam assistir ao desenrolar dessa história macabra. Karl e Mark estavam ao meu lado, ambos parecendo prontos para explodir a qualquer momento. Minha mãe ficou com Sofia em casa, longe de toda essa confusão. Eu sabia que era a melhor decisão, mas uma parte de mim queria que ela estivesse ali, como um escudo contra o que estava
Eu estava beijando Emily, sentindo o peso de todo o sofrimento dos últimos meses finalmente começando a se dissipar. A felicidade que tomava conta de mim era algo que eu mal conseguia expressar. Cada vez que nossos lábios se encontravam, eu sentia uma corrente de alívio e amor puro. Não conseguíamos parar de nos declarar, palavras de amor e promessas para o futuro fluíam entre nós como um rio de emoções.Mas então, Mark me chamou de volta à realidade. Ele estava parado ali, com um sorriso travesso no rosto, seus olhos brilhando com aquela mistura de humor e sinceridade que era tão característica dele.— Finalmente, hein? — ele disse, rindo. — Achei que esse pedido ia levar uma eternidade.Eu não pude evitar rir também. O humor de Mark era contagiante, e o momento era tão leve e cheio de alegria. Emily e eu trocamos um olhar cúmplice, ainda sorrindo.— É, ela finalmente aceitou — respondi, o sorriso não saindo do meu rosto. Emily estava ao meu lado, segurando minha mão, e não havia lug
1 ano depoisAcordo lentamente, envolvida em uma sensação reconfortante de sonolência. Ainda estou imersa em um sonho doce e vívido, onde finalmente me casava com Karl. No sonho, estava vestida com um elegante vestido de noiva, caminhando por um lindo corredor adornado com flores brancas e verdes. Karl me esperava no altar com um sorriso radiante, e o ambiente estava cheio de amigos e familiares celebrando aquele momento especial. Sofia, com um pequeno vestido de festa, corria alegremente ao redor, sua risada ecoando suavemente.A cena era perfeita e cheia de amor, mas como todos os sonhos, começa a desvanecer lentamente enquanto a realidade começa a se infiltrar. Sinto algo suave e gentil tocando meu rosto. Abro os olhos devagar e, ao focar, vejo Sofia ao meu lado, suas mãozinhas pequenas tentando me acordar.Sofia está de pé ao lado da cama, com seu pequeno rosto iluminado pela luz da manhã que entra pela janela. Ela usa um pijama colorido e tem um olhar de curiosidade e entusiasmo.