Não sei como me sentir, meu coração martelava como bombas e eu bambeava pelo apartamento lembrando do selinho. De tudo que vem depois dele. Quanto mais nos aproximamos, mais eu conheço o humor dele e a atenção. Mesmo agora fazendo minha refeição sozinha, parece que com ele qualquer comida fica gostosa. Eu vou ser mãe. Mãe do filho dele. Meus lábios se contraem em sorriso ao imaginar ele e nosso filho juntos, apesar de achar ele um ótimo pai de menina. Queria que fôssemos nós contra o mundo inteiro, mas não é assim. Quero gritar com a minha mãe por não me defender, quebrar os pratos daquela sala de jantar nos meus parentes que fingiram me amar. Isso não era amor. Meu peito estava magoado, angústia resumia minha família e eu não sei como vai ser agora ciente de que minha gravidez tornará meu pai meu inimigo. E ainda preciso ganhar o caso da Juliet. Inspiro, pensando na frente do notebook na minha cama e falo com meu filho: – Ei, sementinha. Acha que sua mamãe consegue ganhar o caso ag
Acordei cedo, como de costume. A casa estava mergulhada em um silêncio tranquilo, mas meu coração estava inquieto. Fui até o quarto onde Emily estava dormindo, seus cabelos loiros espalhados pelo travesseiro, sua respiração lenta e profunda. Meu peito doía ao vê-la assim, repousando tão longe de mim durante esses dias, mas segura e confortável. Voltei para o escritório e liguei o computador para verificar os e-mails de trabalho. Entre as mensagens habituais, uma se destacou: "Precisamos de você na terça-feira porque adiantaram um processo do Estado, a coroa britânica foi envolvida e todos devem estar aqui." Frustração me atingiu como um golpe. Samuel, de fato, seria útil para ficar de olho em Emily e no nosso bebê enquanto eu estava fora. A sensação de ser insuficiente, de nunca poder estar presente o tempo todo, tomou conta de mim. Talvez nunca devesse ter pensado em ter um filho porque sabia que nunca poderia ser um pai 100% do tempo. Esse pensamento me levou de volta às memórias
Estou sentada em uma sala fria, sozinha, as lágrimas escorrendo pelo meu rosto enquanto abraço meu ventre. Minhas mãos tremem e minha mente está um turbilhão. Acabei de gritar com Amélia, a ex-cunhada de Karl, depois de receber a notícia devastadora de que meu filho de poucas semanas tem uma condição chamada descolamento prematuro de placenta, que pode prejudicar a continuidade da gestação. O medo me consome e cada movimento parece um risco enorme. Meus soluços ecoam na sala vazia, e sinto como se o mundo estivesse desmoronando ao meu redor. A porta se abre e vejo Karl entrando, sua expressão grave e preocupada. Ele se aproxima lentamente, tentando controlar sua própria ansiedade. – Emily, podemos dialogar melhor agora? – pergunta ele, sua voz firme, mas carregada de preocupação. Eu respiro fundo, tentando acalmar meu coração acelerado. Karl se senta ao meu lado, sua presença forte e reconfortante. Ele olha para mim com uma mistura de determinação e cuidado, um brilho de posse em se
Dirigir por Old Forest Hill com Adam ao meu lado me traz uma sensação de nostalgia misturada com a esperança do futuro. Estamos à procura de casas, e essa tarefa, embora prática, parece carregada. Densa. Eu estou sem paz.– Sabe, Karl, você está realmente levando a sério isso de ser pai de novo. Chega a dar orgulho – Adam comenta, olhando para as casas luxuosas ao redor.– Não tem como não levar a sério, Adam. É a vida de um ser humano que está em jogo – respondo, mantendo os olhos na estrada, mas sentindo a verdade das minhas palavras.Adam sorri, um sorriso conhecedor, e balança a cabeça.– Nunca pensei que você estaria aqui de novo, procurando casas, se preparando para ser pai – ele diz, a voz carregada de camaradagem. – Depois de tudo com Thereza, achei que tinha desistido. Sexo, amor, casamento...Eu solto um suspiro profundo, lembranças dolorosas invadindo minha mente. Thereza e eu tivemos nosso tempo, nosso amor, mas as coisas não funcionaram como planejado. A perda dos nossos
Estou no segundo mês de gestação, quase entrando no terceiro. A casa em Old Forest Hill é um sonho, mas me sinto como uma estranha nesse palácio. Karl e Samuel se ignoram como se fossem invisíveis um para o outro, e Samuel parece estar aumentando a frequência na mansão, o que só adiciona uma camada extra de climão aqui.O descanso imposto pela gravidez é um saco. Sinto saudade do meu apartamento aconchegante, aquele que eu conseguia chamar de lar. Me adaptar a essa mansão imponente me deixa insegura. Não que ela não seja linda, mas saber que meu filho vai herdar isso um dia... Bem, isso deveria me trazer confiança, certo? Hoje de manhã, acordei e peguei meu celular. Abri o aplicativo de semana de gestação e vi que faltam apenas algumas semanas para saber o sexo do bebê. Meu coração deu um pulo de alegria. Comecei a pensar nos nomes que tinha escolhido. Para um menino, gostava de nomes como "Liam," "Ethan," ou "Noah." E para uma menina, "Ava," "Sofia," ou "Mia." Minha cliente foi pas
Minha mente ainda vagava pelo corpo curvilíneo de Emily, seu gosto que sinto falta, os batimentos cardíacos aumentando a cada segundo que se passava comigo entre suas pernas, provocando gritos de prazer. Meu membro endurece no simples pensar sobre ela, mas então vejo um vulto passar no vidro da minha sala. Cabelos da cor do diabo.Não me surpreende sair da sala e ver a diaba da minha ex-esposa sentada no corredor, olhando suas unhas. Os mesmos malditos brincos de pérola. Eu a admirava tanto, agora ela quer tirar minhas duas razões de respirar.Me sento ao seu lado, ela nota minha presença soltando uma bufada rouca. Provavelmente está fumando novamente.– Thereza, o que você quer agora?Ela levanta os olhos lentamente, um olhar frio e calculista que uma vez achei cativante, mas agora só me enoja.– Karl, querido, você realmente acha que pode simplesmente seguir em frente e esquecer do passado?– O passado é passado, Thereza. Você deveria aprender a deixá-lo ir.Ela ri, um som amargo e s
A campainha toca e, apesar da minha condição, corro um pouco. Minha vista embaça ao abrir a porta e ver minha mãe com lágrimas nos olhos e as mãos juntas, me olhando com desesperança. Seu olhar cai sobre a minha barriga saliente, e seus olhos se arregalam.— Mãe!— Então é verdade? Emily…Ela dá um passo à frente, hesitando antes de me envolver em um abraço apertado. Seu toque é quente, mas há uma sensação subjacente em seus braços, como se estivesse tentando compreender a situação mas nada contente. Eu sinto um nó na garganta, sem saber como começar a explicar tudo o que tem acontecido.— Mãe, eu... — começo, mas minha voz falha.Ela se afasta um pouco, segurando meus ombros e me olhando nos olhos, procurando por respostas. Seu rosto é uma preocupação, tristeza e algo mais que eu não consigo decifrar completamente.— Como isso aconteceu? — Ela pergunta, a voz tremendo. — Você estava tão bem, tinha uma carreira promissora, um futuro brilhante… E Samuel?Eu respiro fundo, tentando acal
Quando ouvi a porta se abrir, estava apenas começando a relaxar. Tinha passado o dia tentando consolar Emily após a visita tumultuada de sua mãe. O cansaço nos venceu e acabamos adormecendo no sofá. Mas agora, ao ver Samuel parado na entrada da sala, percebi que o descanso acabou.Emily e eu nos endireitamos imediatamente. Eu podia sentir a tensão crescendo no ambiente. Emily tentou explicar, mas Samuel estava fora de si.— Vocês dois! — Ele grita, apontando um dedo acusador. — Pensei que fosse uma equipe, que estivéssemos juntos nisso. E agora vejo você dormindo com ele?— Samuel, não é o que você pensa... — Emily começa, a voz trêmula, mas ele a interrompe.— Não é o que eu penso? Então o que é, Emily? Porque, para mim, parece exatamente o que eu temia.A sala estava cheia de uma raiva sufocante. Eu me levanto, tentando manter a calma.— Samuel, isso não é produtivo. Estamos todos cansados e estressados. Vamos conversar de maneira civilizada.Ele me ignora completamente, virando-se